O Presidente da República considerou hoje que “o grande problema na realização do PRR, uma vez que no Portugal 2030, uma vez que no horizonte, é a coesão”, realçando as desigualdades territoriais em Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas durante uma visitante à Feira do Livro de Leiria, a propósito das comemorações do Dia de Portugal, que se irão realizar em três concelhos deste região afetados pelos incêndios de 2017 – Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera – e também em Coimbra.
Interrogado sobre o que tem sido feito para restaurar estas áreas ardidas em junho de 2017, o encarregado de Estado considerou que “há sinais de recuperação, na atividade económica, no turismo, na fixação de jovens, na fixação de estrangeiros, em novas ideias para o desenvolvimento”, embora “com um ritmo mais lento” do que noutros concelhos afetados pelos fogos de outubro do mesmo ano.
Neste contexto, o Presidente da República apontou o desenvolvimento parcimonioso e a coesão territorial uma vez que “um grande duelo” de Portugal.
“É evidente que o grande problema na realização do Projecto de Recuperação e Resiliência (PRR), uma vez que no Portugal 2030, uma vez que no horizonte, é a coesão, quer manifestar, restaurar diferenças, relevar desigualdades, que há muitas no continente português”, afirmou.
“Isso nota-se, naturalmente, em zonas dos interiores que sofrem mais, sofrem muito”, prosseguiu, defendendo que, “se há uma grande desigualdade e há uma secção que fica para trás, a secção que fica para trás puxa para trás aquela que avança” e, por isso, há que fazer “continuar tudo, tanto quanto verosímil, para o horizonte”.
Em várias conversas que teve com pessoas que estavam no Jardim Luís de Camões, em Leiria, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que hoje é dia de reflexão e não se pode falar de polícia. “Pensa-se para dentro”, comentou.
Durante esta visitante à Feira do Livro de Leiria foi confrontado por manifestantes pró-Palestina, que cumprimentou, e no termo de um passeio nas imediações um dos manifestantes gritou-lhe, de longe: “Senhor Presidente, quando é que vamos reconhecer o Estado da Palestina? Para possuir solução de dois estados, tem de possuir dois estados”.
“Eu sei”, disse o encarregado de Estado, ao entrar no carruagem, sem abordar a questão do reconhecimento do Estado da Palestina por secção de Portugal.
Nesta visitante, Marcelo Rebelo de Sousa esteve escoltado pelo presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, enquanto o presidente da Reunião Municipal, António Lacerda Sales, não esteve presente.