Os partidos estão a entregar, esta segunda-feira, a lista definitiva de candidatos ao Parlamento Europeu no Tribunal Constitucional. PAN e Iniciativa Liberal (IL) foram os primeiros a chegar ao Palácio Ratton.
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, acompanhada pelo cabeça de lista, Pedro Fidalgo Marques, entregou a lista de candidatos à Europa por volta das 10h30. Inês Sousa Real acredita que o partido vai voltar a seleccionar representantes para o Parlamento Europeu. “Não alinhamos em exibições mediáticos”, afirmou a porta-voz do partido, referindo-se ao voto de pena apresentado pelo Chega sobre as declarações do Presidente da República a tutelar reparações histórias pela colonização. Para Inês Sousa Real, as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa foram “infelizes”, já que a discussão deve ser tida mas noutro contexto.
“Partimos com muita esperança para nascente acto eleitoral porque, ao contrário das eleições para o Parlamento pátrio, para a Europa todos os votos contam e não há desperdício de votos. Todas e todos nós podemos ajudar a seleccionar a voz do PAN para o Parlamento Europeu, que é o único partido político em Portugal que representa, não exclusivamente os animais, mas a natureza e também os direitos humanos e sociais”, disse a líder do PAN.
Também falando aos jornalistas, o cabeça de lista do PAN disse ser “uma honra encabeçar a candidatura” e considerou que “estas eleições europeias têm uma extrema influência porca cada vez mais o que se decide na Europa tem um impacto na vida, no dia-a-dia dos cidadãos em Portugal”. Questionado sobre o eleito do PAN em 2019, que passou a independente depois de se desfiliar do partido, o dirigente disse estar “seriamente comprometido com as causas do PAN e garantiu que irá “trabalhar e dar voz a todas estas causas”.
Nas últimas eleições europeias, em Maio de 2019, o partido Pessoas-Animais-Natureza conseguiu seleccionar pela primeira vez, tendo reunido 5,08% dos votos. Tapume de um ano depois, em Junho de 2020, o eurodeputado Francisco Guerreiro desfiliou-se do partido por “divergências politicas” com a direcção, logo liderada por André Silva, e cumpriu o resto do procuração porquê independente.
Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, e João Cotrim de Figueiredo, cabeça de lista, também já entregaram a candidatura. Cotrim de Figueiredo afirmou aos jornalistas que “a candidatura à Europa é sobre a Europa” e não “um folhetim, um segundo incidente das eleições legislativas” ou sobre “pessoas e tricas internas”. O liberal acusa o primeiro-ministro de “mau serviço à democracia”, depois de Luís Montenegro ter desafiado o PS e Chega a utilizarem as eleições europeias para clarificarem a sua política interna. O idoso presidente dos liberais está esperançado na possibilidade do partido seleccionar mais do que um eurodeputado, no entanto, “com um ou dois deputados”, a IL acredita que “pode fazer a diferença”. Rui Rocha critica a posição do Chega, que classifica porquê “tentativa de protagonismo”, e defende que “o pretérito devia estar encerrado”. O presidente da Iniciativa Liberal acusa quem quer tornar as eleições europeias na segunda volta das legislativas de fazer “um fraco serviço ao país”.
Para Rui Rocha, “há pouco tempo para discussões de cenários, de tácticas, de agendas interessadas e interesseiras”, porque Portugal e a Europa estão num caminho de “decadência”. Por outro lado, acrescentou: “Seria muito preocupante que os debates que se vão fazer sobre a Europa fossem virados exclusivamente para cenários políticos internos e que excluíssem a representação do quarto partido português”.
“Eu sei que há partidos que querem esconder o candidato da IL e há partidos que querem esconder o seu próprio candidato”, disse, numa referência ao cabeça de lista do Chega, Tânger Côrrea, que não nomeou, dizendo estar a falar de “quem tem um cabeça de lista que tem posições claramente alinhadas com os interesses da Rússia e de Putin”.
Marta Temido, cabeça de lista do PS, evocou Mário Soares no momento da entrega da lista candidata às eleições. A antiga ministra da Saúde assume-se comprometida com o projecto europeu e refere-se ao PS porquê um “partido profundamente europeísta”. Questionada sobre o facto de ter sido eleita porquê deputada da Câmara da República nas eleições de 10 de Março, Marta Temido diz que esta “é uma disputa dissemelhante e muito importante”, com um “valor próprio” e que “as causas são as mesmas”. A cabeça de lista socialista não quis comentar as críticas que Luís Montenegro dirigiu ao PS por escolher para candidata uma antiga governante que foi demitida. “Os portugueses conhecem-me muito. Conhecem as razões que levaram a apresentar o pedido de deposição”, sublinhou. Sobre a polémica que envolve o Chega, Temido acredita que “não vale a pena comentar” as iniciativas do partido de André Ventura mas relembra que “a democracia tem regras próprias e esperamos que todas as forças políticas tenham reverência pelas regras da democracia”. Já as declarações do Presidente da República mereceram críticas da cabeça de lista dos socialistas: Os temas são “excessivo sensíveis para se poderem falar por falar nissopara se poderem tratar no contexto ligeiro, ligeiro de uma enunciação de estado”. “E penso que isso até, de alguma forma, é desrespeitar aquilo que é a história, aquilo que é o envolvimento de todas as partes num processo histórico”, frisou.
À pergunta se uma candidatura à Câmara de Lisboa fica fora de questão, Marta Temido disse entender que “na vida das cidades se joga muitos dos grandes desafios do nosso tempo” e que considera que liderar uma autonomia é para si um projecto sedutor. ” Mas isso não significa mais do que aquilo que estas palavras querem proferir. É uma avaliação e não um compromisso com um projecto”, garantiu.
A candidata socialista salientou que a lista do PS “pretende simbolizar um sinal de que cidadãos de várias origens podem estar na Europa a simbolizar os portugueses e trazer a sua voz mais para a Europa”.
Marta Temido esteve no Tribunal Constitucional acompanhada por outros candidatos do PS ao Parlamento Europeu, porquê Ana Catarina Mendes ou João Soares. O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e o segundo candidato, Francisco Assis, não estiveram presentes na entrega da lista.
Catarina Martins e Mariana Mortágua também já entregaram a lista do Conjunto de Esquerda às eleições europeias. A cabeça de lista acredita que estas eleições são uma “disputa pela democracia, pelo estado social, pelo clima e pela sossego”. Tanto a coordenadora do Conjunto de Esquerda porquê a candidata a eurodeputada não quiseram comentar a polémica que envolve o Presidente da República e o Chega, já que Mariana Mortágua falou do tema nas celebrações do 25 de Abril, na Câmara da República, onde considerou que Portugal deve terebrar um debate sobre o pretérito colonial.
A líder bloquista indicou também que “o BE não defende a saída do Euro” e considerou que nascente é um debate prematuro, sendo necessário responder aos “enormes desafios” que a Europa enfrenta, que “vão das alterações climáticas à guerra, à premência de responder pelo Estado social”. “Certamente que há regras no Euro que têm de ser alteradas para permitir investimento público, para permitir uma transformação ecológica, para permitir Estado social, investimento no SNS. Esse é o debate que nós queremos fazer”, afirmou.
Sebastião Bugalho, cabeça de lista da AD, também já entregou a candidatura da Coligação Democrática no Tribunal Constitucional. O objectivo da candidatura é “lutar pelo projecto europeu” e “levar mais a sério a democracia europeia”, declarou aos jornalistas, depois de assumir que vai satisfazer o procuração até ao termo, já que a sua “sofreguidão é seguir no Parlamento Europeu”. “Estamos muito felizes, orgulhosos e optimistas”, assume Sebastião Bugalho que garante não estar “minimamente preocupado em enfrentar o PS“. O candidato recusou comentar as declarações do Presidente da República.
Francisco Paupério, cabeça de lista do Livre, garante que no que depender do partido “vai ser uma campanha só sobre a política europeia”. Depois da polémica que quase levou o partido de Rui Tavares a mudar as regras das eleições primárias, o candidato do Livre garante que há união “em obséquio da lista”. “Tenho a crédito do líder e de todos os órgãos do partido”, diz Paupério, que sublinha que Rui Tavares – que não o acompanhou ao Tribunal Constitucional – vai estar presente na campanha.
Joana Amarl Dias, cabeça de lista do ADN, também já esteve no Tribunal Constitucional para apresentar a candidatura do partido.
A CDU, coligação que junta PCP e PEV, entregou a lista encabeçada por João Oliveira no pretérito dia 23 de Abril.