Março 19, 2025
Miguel Oliveira arranca muito, sobe a oitavo mas desiste com problema na moto no GP de França – Observador

Miguel Oliveira arranca muito, sobe a oitavo mas desiste com problema na moto no GP de França – Observador

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Abriu-se uma pequena janela de oportunidade, fechou-se a porta da tal resgate que Miguel Oliveira tanto procura com o passar das corridas. Na manhã deste sábado, mesmo sabendo que não partia uma vez que predilecto a um dos dois lugares de chegada à Q2, o piloto português conseguiu surpreender e saltou mesmo para a período de qualificação seguinte. Aí, não foi além do 12.º lugar mas ficava essa esperança de que poderia conseguir alguma coisa mais, neste caso entrar nos pontos, na sprint. Tinha sucedido em Espanha pela primeira vez, não voltou a suceder agora em França. E, no final do dia, era visível a frustração pela 11.ª posição conseguida.

“Tivemos uma boa performance na Q1 mas depois na Q2 tive três voltas de seguida com bandeiras amarelas, por isso não consegui fazer muito mais. Na sprint, foi um pouco desapontante porque tive um problema no pneu da frente ou na segmento frontal da moto. Basicamente a frente fugia-me imensas vezes, logo em seguida travar e quando acelerava. Mesmo indo lento, estava sempre prestes a desabar, foi muito estranho. Unicamente tentei forçar e não desabar ao mesmo tempo. Não posso expressar o que era mas alguma coisa estava mesmo mal e a equipa ainda está a tentar perceber o que se passou, para prometer que amanhã [domingo] não se repete. De qualquer forma, parece que vamos ter um dia muito dissemelhante, por isso temos de estar prontos para tudo e, depois, adaptarmo-nos ao que suceder na pista”, tinha comentado Miguel Oliveira na antecâmara da corrida.

Olhando para aquilo que tem sido a quadra do português, não seria normal encontrar oriente tipo de explicações depois de uma corrida. Aliás, o próprio director de equipa da Trackhouse Racing, Davide Brivio, projetara oriente término de semana em Le Mans uma vez que mais um degrau a subir. “Iremos manter o ímpeto depois de termos encontrado melhorias em Austin. Também sinto que Jerez foi uma ronda positiva para nós, fomos capazes de confirmar alguns ganhos, quer no término de semana de competição, quer no teste de segunda-feira. Temos de continuar oriente trabalho com os nossos pilotos e a nossa equipa para aprimorar afinações e processos. Vejo o Miguel e o Raúl a ficarem cada vez mais familiarizados com as motos deles e a estarem mais confortáveis e iremos para França prontos para lutar por mais desempenho”, referira. Não foi assim.

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Era neste contexto que chegava portanto o Grande Prémio de França, no volta Bugatti, com Miguel Oliveira a transpor de uma posição que lhe permitiria melhorar com um bom arranque e procurar o terceiro top 10 da quadra depois do nono lugar no Algarve e da oitava posição em Jerez de la Frontera. Mais: um posto que garantisse que ficava primeiro do companheiro Raúl Fernández, alguma coisa que não tinha sucedido no primeiro dia de treinos e na sprint. Não sendo alguma coisa que por si valesse um qualquer ponto extra, também teria a sua valia no transcurso da temporada e naquilo que será o ano de 2025. E o português apostava possante nessa melhoria.

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Começou por percorrer muito, mesmo não subindo qualquer posição: com Pecco Bagnaia na frente em grande despique com Jorge Martín, Aleix Espargaró conseguiu passar para o terceiro lugar apesar de ter saído de pista, Marc Márquez saltou para o oitavo posto e Raúl Fernández foi o que mais perdeu, descendo a 16.º. No entanto, as primeiras desistências estavam a chegar: Pedro Acosta arriscou em restante entre Aleix e Fabio Di Giannantonio, travou excessivo em cima e acabou por tolerar a primeira queda da temporada, Marco Bezzecchi também perdeu a frente e caiu. O português, que passara Miller, já estava na nona posição.

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A corrida iria depois entrar numa período mais “tranquila”, com Oliveira a rodar detrás de Quartararo e primeiro das duas KTM de Brad Binder e Jack Miller. Só mesmo a meio da corrida voltaram a surgir incidências que iriam mexer na prova: Aleix Espargaró já tinha descido a sexto, teve depois outra saída longa num incidente com Enea Bastianini que valeu uma sanção ao italiano e o piloto de Almada voltou a subir mais uma posição para oitavo, tendo Aleix na frente com Quartararo em sexto. Lá na frente, Martín continuava a mostrar-se a Bagnaia, Di Giannantonio rodava em terceiro mas Marc Márquez conseguira passar Maverick Viñales, que desta vez não mostrava os mesmos argumentos que ajudaram a chegar a pódios em 2024.

A 11 voltas do final, as desilusões. Para os adeptos portugueses, para os adeptos franceses. Miguel Oliveira foi começando a perder posições, percebia-se que havia qualquer problema na moto e acabou mesmo por entrar no pit laneterminando de forma inglória a corrida. De seguida, Fabio Quartararo, que procurava forçar o seu curso para entrar no top 5, caiu e desistiu. Não só pela queda do gaulês mas também pelo ritmo em perda de Di Giannantonio, o português perdeu a oportunidade de fazer o melhor resultado de 2024 e voltou a ser traído por uma espécie de lei de Murphy onde tudo o que podia percorrer mal, corre ainda pior, da moto às afinações, dos pneus ao configurar que o coloca detrás de todos em determinados setores.

Todas as atenções passavam a estar focadas na frente, com Marc Márquez a aproveitar a luta entre Bagnaia e Martín para se aproximar do primeiro lugar e poder entrar na disputa pela vitória já com Viñales excessivo longe para poder ser uma ameaço ao pódio do espanhol e a mais um 1-2-3 das motos com motores Ducati. Nas duas últimas voltas, um espectáculo que promete ser uma estável até ao final do Mundial: Martín passou para a liderança, Bagnaia ia apertando o piloto da Pramac, Márquez estudava a melhor forma de colocar a sua Gresini na frente e o espanhol ainda ganhou o segundo lugar ao italiano, que não só se viu privado de tentar seguir detrás de Martín uma vez que não conseguiria responder no final a Marc Márquez.

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