O Ministério Público abriu uma investigação a fugas de informação no processo Influencer, depois de ter sido divulgada a transcrição de escutas a conversas telefónicas entre o ex-primeiro-ministro, António Costa, e o portanto ministro das Infraestruturas, João Galamba.
Segundo a informação divulgada por vários órgãos de informação (uma vez que o jornal Público e a rádio Renascença), a investigação do MP visa as escutas divulgadas na terça-feira pela CNN Portugal, entre elas uma que colheita António Costa a vincular a João Galamba para ordenar a exoneração da presidente executiva da TAP, por motivos políticos, depois da polémica indemnização de 500 milénio euros à ex-administradora Alexandra Reis.
Operação Influencer. “Se isto se torna num inferno, é ela ou nós”: António Costa disse a Galamba que ex-Presidente da TAP tinha de trespassar
Foram ainda divulgadas fotografias que mostravam a forma uma vez que 75.800 euros em notas estavam escondidos na sala do Palácio de São Bento onde trabalhava o portanto patrão de gabinete de António Costa, Vítor Escária, um dos cinco detidos no contexto deste processo, em novembro pretérito.
Na terça-feira, na Percentagem de Economia, Obras Públicas e Habitação, o presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, disse que não conhece nem nunca falou com António Costadeclarações feitas depois a divulgação das escutas.
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Contactado pela Lusa sobre as escutas relativas à TAP intercetadas no contexto do processo Operação Influencer, João Lima Cluny, legista de António Costa, disse somente que “o processo em que António Costa foi ouvido está em sigilo de justiça” e que o ex-primeiro-ministro “não foi confrontado com nenhum desses elementos ou factos“, não tendo mais comentários a fazer.
Em reação às escutas divulgadas, os subscritores do manifesto que pede uma reforma da Justiça e critica a atuação do Ministério Público, nomeadamente na Operação Influencer, que levou à queda do Governo de António Costa, pediram na terça-feira em enviado “explicações do Ministério Público e da sua jerarquia, designadamente da procuradora-geral da República”, Lucília Gago.
Para os subscritores deste manifesto, a divulgação das escutas “é mais um momento, entre outros, de violação das regras básicas do Estado de Recta Democráticocom envolvimento e participação de responsáveis dos setores da justiça e da notícia social, que deviam estar na primeira risco da sua resguardo”, criticando não somente a divulgação, mas a sua transcrição e o facto de ter sido considerado que têm “relevância criminal para um processo-crime em curso”.
A Lusa contactou Inês Arruda, advogada da ex-CEO da TAP, que não quis comentar.