Mocidade Feliz é campeã do carnaval de São Paulo 2024

Em terceiro lugar, ficou a Acadêmicos do Tatuapé, que apresentou um enredo sobre a Mata de São João, na Bahia. O desfile das campeãs ocorre neste sábado (17), no Sambódromo do Anhembi, e ainda há ingressos disponíveis a partir de R$ 70 no site da Liga-SP.

Já o Tom Maior e o Independente Tricolor foram os piores colocados e serão rebaixados para o grupo de aproximação.

Os enredos do grupo privativo deste ano foram marcados por temáticas indígenas e africanas e homenagens a Fafá de Belém, Mário de Andrade e ao Parque Ibirapuera. Os desfiles transcorreram sem grandes problemas, já que nenhuma escola estourou o tempo nem teve problemas com carros alegóricos, e não choveu em nenhuma das noites.

A apuração teve uma mudança na locução das notas, que foi feita há 30 anos por Antônio Pereira da Silva, o Zulu. Hoje, a locutora de rádio Eloise Matos estreou na função, sendo a primeira mulher a narrar a apuração do carnaval paulistano em três décadas. A divulgação de resultados ainda teve uma situação atípica: a jurada Bia Cagliani não deu notas no quesito evolução para o Predomínio de Lar Virente. Por isso, pelo regulamento, a clube ganhou uma nota média que havia recebida até logo – neste caso, um dez.

Uma ode ao jornalista modernista

A Mocidade Feliz foi a terceira escola a entrar na avenida no sábado, segundo dia de desfiles. A percentagem de frente contornou com o ator Pascoal da Conceição representando Mário de Andrade, um personagem que ele já havia interpretado em 2004 na série “Um só coração”, da TV Mundo.

Todo o desfile foi uma ode às obras do ícone do movimento modernista e à cidade de São Paulo daquela era, em um desfile muito executado do início ao término e de subida qualidade técnica. Todo em dourado e bronze, o sege abre-alas era uma réplica do Viaduto Santa Ifigênia e representou com maestria o livro “Pauliceia Desvairada”, misturando operários com a mediocracia e mostrando a modernização da capital paulista na dez de 1920.

De “Macunaíma” aos “Aspectos do Folclore Brasiliano” passando por seus estudos sobre Aleijadinho (venerado nas fantasias das baianas todas de cinza, simulando a pedra-sabão usada pelo artista) e patrimônio histórico, estava tudo lá, muito porquê suas viagens pela Amazônia . A escola fez a alegria da arquibancada com um samba de letra fácil de decorar, e manteve a formosura impecável que fez dela a vencedora do ano pretérito. Sob a batuta do carnavalesco Jorge Silveira, “Brasiléia Desvairada: a procura de Mário de Andrade por um país” explorou as viagens que o poeta fez por todo o país e exaltou também os 470 anos de São Paulo, cidade natal do jornalista ícone do modernismo .