Novembro 5, 2024
Morreu o antifascista Camilo Mortágua aos 90 anos | Morte
 #ÚltimasNotícias #Portugal

Morreu o antifascista Camilo Mortágua aos 90 anos | Morte #ÚltimasNotícias #Portugal

Hot News

O antifascista Camilo Mortágua, pai das deputadas do Bloco de Esquerda Mariana e Joana Mortágua, morreu, esta sexta-feira, 1 de Novembro, aos 90 anos, segundo uma nota enviada à Lusa pela família.

“A família informa que Camilo Mortágua morreu nesta madrugada, 1º de novembro, aos 90 anos. Compartilhamos com os muito amigos e companheiros que cruzaram com Camilo Mortágua a alegria de termos testemunhado uma vida de convicções, de compromisso com a liberdade e com a solidariedade”, pode ler-se na nota.

De acordo com as informações divulgadas, o velório acontece nesta sexta-feira a partir das 17h30 na Casa Mortuária de Alvito (Rua da Misericórdia). O enterro está marcado para sábado, às 11h, partindo da funerária para o cemitério de Alvito (distrito de Beja).

Ambas as deputadas bloquistas recorreram ao Instagram para adiantar as informações referentes ao velório e enterro. Joana e Mariana Mortágua compartilharam uma foto do pai, Camilo Mortágua, quando jovem.

Joana Mortágua, em outra publicação, acrescentou uma foto quando criança e uma quando adulta junto ao pai. “Há nomes tão fortes que a morte só toma emprestado. Camilo Mortágua é um deles”, escreveu.



“Lutador contra a ditadura”

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já manifestou seu pesar às deputadas Mariana e Joana Mortágua pela morte do pai, lembrando-o como um “lutador contra a ditadura”. Em nota publicada no site oficial da Presidência da República, o chefe de Estado apresenta seu pesar “às deputadas Mariana e Joana Mortágua e demais familiares, amigos e admiradores de Camilo Mortágua”. No texto, Marcelo Rebelo de Sousa lembra Camilo Mortágua como um “lutador contra a ditadura durante muitas décadas do século passado” que morreu hoje “após uma longa e multifacetada vida a serviço dos ideais que abraçava”.

Natural de Oliveira de Azeméis, Camilo Mortágua emigrou para a Venezuela em 1951, aos 17 anos. Foi a partir desse país que começou a lutar contra o fascismo em Portugal, integrou a Direção Revolucionária Ibérica de Libertação e participou do assalto ao navio Santa Mariaem 1961, sob o comando do capitão Henrique Galvão.

Nesse mesmo ano, junto com o revolucionário Palma Inácio e outros antifascistas, desviou um avião da TAP no trajeto entre Casablanca (Marrocos) e Lisboa para soltar sobre a capital portuguesa 100 mil panfletos contra o regime salazarista.

Já em 1967, ele se envolveu em um assalto à filial do Banco de Portugal na Figueira da Foz para financiar a atividade antifascista. Nesse mesmo ano, ele está na fundação da Liga de Unidade e Ação Revolucionária (LUAR).

Após a revolução de 25 de Abril de 1974, dinamizou a ocupação da Herdade da Torre Bela, no Ribatejo, da qual resultou a criação da cooperativa Torre Bela. Concentrou então a sua atenção no desenvolvimento rural e local desde a vila de Alvito, no Alentejo, onde se fixou nos anos 80 do século XX e da qual Mariana e Joana Mortágua são naturais.

Em 1991 fundou a Associação Terras Dentro, nas Alcáçovas, e foi presidente da Presidente da Associação para as Universidades Rurais Europeias (APURE). Camilo Mortágua publicou as suas memórias em dois volumes, intituladas Andanças para a Liberdadenas quais percorre sua vida desde a infância na Beira Litoral até o 25 de Abril.

Siga-nos nas redes sociais:

Hotnews.pt |
Facebook |
Instagram |
Telegram

#hotnews #noticias #AtualizaçõesDiárias #SigaHotnews #FiquePorDentro #ÚltimasNotícias #InformaçãoAtual

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *