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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou o seu pesar às deputadas Mariana e Joana Mortágua pela morte do pai, o antifascista Camilo Mortágua, aos 90 anos, recordando-o como um “lutador contra a ditadura”.
Em nota publicada no site oficial da Presidência da República, o chefe de Estado apresenta seu pesar “às deputadas Mariana e Joana Mortágua e demais familiares, amigos e admiradores de Camilo Mortágua”.
No texto, Marcelo Rebelo de Sousa lembra Camilo Mortágua como um “lutador contra a ditadura durante muitas décadas do século passado” que morreu hoje “após uma longa e multifacetada vida a serviço dos ideais que abraçava”.
Camilo Mortágua, residtente e antifascista
Natural de Oliveira de Azeméis, Camilo Mortágua emigrou para a Venezuela em 1951, aos 17 anos. Foi a partir desse país que começou a lutar contra o fascismo em Portugal, integrou a Direção Revolucionária Ibérica de Libertação e participou do assalto ao navio Santa Maria, em 1961, sob o comando do capitão Henrique Galvão.
Nesse mesmo ano, junto com o revolucionário Palma Inácio e outros antifascistas, desviou um avião da TAP no trajeto entre Casablanca (Marrocos) e Lisboa para soltar sobre a capital portuguesa 100 mil panfletos contra o regime salazarista.
Já em 1967, ele se envolveu em um assalto à filial do Banco de Portugal na Figueira da Foz para financiar a atividade antifascista. Nesse mesmo ano, ele está na fundação da Liga de Unidade e Ação Revolucionária (LUAR).
Após a revolução de 25 de Abril de 1974, Camilo Mortágua dinamizou a ocupação da Herdade da Torre Bela, no Ribatejo, da qual resultou a criação da cooperativa Torre Bela.
Concentrou então sua atenção no desenvolvimento rural e local desde a vila de Alvito, no Alentejo, onde se estabeleceu nos anos 80 do século XX e da qual Mariana e Joana Mortágua são naturais.
Em 1991 fundou a Associação Terras Dentro, nas Alcáçovas, e foi presidente da Presidente da Associação para as Universidades Rurais Europeias (APURE).
Camilo Mortágua publicou as suas memórias em dois volumes, intituladas “Andanças para a Liberdade”, nas quais percorre a sua vida desde a infância na Beira Litoral até ao 25 de Abril.
c/ Lusa
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