Morreu o músico e produtor norte-americano Steve Albini, aos 61 anos.
A notícia foi avançada pela “Pitchfork”, que cita funcionários do Electrical Audio, estúdio de Chicago suspenso por Albini. O músico não resistiu a um ataque cardíaco.
Ao longo da curso, Albini ficou espargido, sobretudo, pelo seu trabalho uma vez que produtor – embora sempre tivesse preposto a designação “engenheiro de som”, por considerar que o seu trabalho consistia, essencialmente, em captar a sonoridade de uma margem, e não de a moldar.
Nesse papel, foi o responsável por discos uma vez que “In Utero”, dos Nirvana, “Surfer Rosa”, dos Pixies ou “Rid of Me”, de PJ Harvey, para além de ter trabalhado com nomes uma vez que Breeders, Godspeed You! Black Emperor, Joanna Newsom, Low, Jimmy Page e Robert Plant, Jarvis Cocker ou Neurosis. Albini nunca aceitou royalties pelo seu trabalho enquanto produtor / engenheiro, preferindo um pagamento fixo pelo mesmo.
Apoiante da música sobretudo subterrâneocom destaque para o rock recíproco, era também espargido pelas suas opiniões polémicas, fruto do meio punk em que cresceu: chegou a definir os Smashing Pumpkins (também de Chicago, onde residia) uma vez que “insignificantes” e os Pixies uma vez que “quatro vaquinhas dispostas a serem puxadas [pelo seu manager]”.
Enquanto músico, fundou os Big Black, nome incontornável do punk e pós-punk norte-americano, com quem gravou dois álbuns de estúdio e dois EPs. Apesar da sua curta existência (1981-87), os Big Black foram uma enorme influência para o rock industrial, pelo seu uso de uma máquina de ritmos, por oposição a um baterista.
Depois dos Big Black, formou ainda os Rapeman, com quem lançou um álbum (“Two Nuns And A Pack Mule”, 1988), e militava nos Shellac desde 1992, juntamente com o baixista Bob Weston e o baterista Todd Trainer.
Com estes, tornou-se numa espécie de “ícone” do rock recíproco, ao ponto de os Shellac serem “margem residente” dos festivais Primavera Sound Barcelona e Primavera Sound Porto – uma raridade, oferecido que o grupo se recusava a atuar em eventos do género. Os Shellac iriam, aliás, revir leste ano a Portugal para uma atuação no Primavera Sound Porto, numa fundura em que se preparavam para lançar o seu sexto álbum de estúdio, “To All Trains”.
Fora da música, era espargido o seu paladar pelo poker. Em 2018, venceu o seu primeiro torneio, em Las Vegas, embolsando mais de 106 milénio dólares de prémio.