Alexander Surikov, 68 anos, foi encontrado morto, sábado à noite, na residência solene em Maputo e, segundo a polícia moçambicana, as autoridades russas não autorizaram qualquer examinação ao corpo.
“Sobre leste ponto [a não autorização de autópsia] não poderei falar (…). Não tenho conhecimento. Mas naturalmente qualquer ocorrência criminal, se for caso, o Ministério Público toma conhecimento”, afirmou à notícia social o porta-voz do Procuradoria-Universal da República, Nazimo Mussá, à margem da reunião da entidade em Maputo.
Segundo uma informação da Polícia da República de Moçambique (PRM) a que a Lusa teve entrada, a “presunção” da investigação é de “morte súbita por causas indeterminadas”, todavia, quando o piquete policial chegou à necrotério do Hospital Médio de Maputo “constatou que o corpo já tinha sido acondicionado”.
“E, por orientações vindas da Rússia, as quais chegaram à equipa técnica do piquete através do cônsul daquela Federação, o senhor Yuri Doroshenkov, o qual esteve presente na necrotério escoltado com o encarregado de segurança da embaixada, foi orientado a não fazer qualquer (…) examinação do corpo e muito menos necropsia”, refere-se na informação.
“Porém, a equipa técnica colheu fotografias do corpo do finado estando na gaveta, foram feitas fotografias à residência do mesmo e colheu-se o prova do cônsul”, acrescentou.
Numa das poucas declarações à notícia social, o legado Surikov tinha transmitido, em entrevista à Lusa, em 02 de fevereiro, a disponibilidade de Moscovo para estribar Maputo no combate ao terrorismo em Cabo Fino, em caso de uma solicitação, assinalando, todavia, que o base que o país está a receber é suficiente.
“Se Moçambique solicitar alguma coisa, nós estamos ao lado, mas a situação não é tão dramática agora”, declarou Alexandre Surikov, reagindo a uma questão colocada pela Lusa, à margem de um evento no Palácio da Ponta Vermelha, residência solene do Presidente de Moçambique, em Maputo.
O legado russo disse mesmo que Maputo “pode sempre recontar com a Rússia”: “Nós temos experiência de largos anos de cooperação na esfera militar com Moçambique, ajudamos leste país a edificar as suas forças armadas e eles sabem perfeitamente sobre as nossas capacidades. Se eles necessitarem de alguma ajuda específica, estamos sempre ao lado”, disse na fundura.