Maio 8, 2025
Na tasca favorita de António Costa sirva-se “o melhor leitão de Lisboa” – NiT

Na tasca favorita de António Costa sirva-se “o melhor leitão de Lisboa” – NiT

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Na tasca favorita de António Costa sirva-se “o melhor leitão de Lisboa”

O Bota Feijoeiro pertence à família Pereira desde a dezena de 1980. O pequeno espaço tornou-se ponto de encontro de caras conhecidos.

As doses são servidas em travessas.

O Bota Feijoeiro é um daqueles tesouros escondidos nas ruas lisboetas que passam facilmente despercebidos. O restaurante existe desde o início da dezena de 1980 e há dias em que os clientes fazem fileira para conseguirem uma mesa à hora de almoço. A NiT foi tentar desenredar o que torna o pequeno tasco um verdadeiro engodo.

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Logo que nos sentámos são colocados porquê entradas: um couvert com alguma coisa um pouco normal em Lisboa. Falámos, simples, da broa de milho. A seguir não faltam os populares salgados e as azeitonas. Sem tempo para pensar, chegam as vozes de Tiago Reis e Fernanda Pereira. “Logo, o que vai ser? Leitão?”, perguntam já a prognosticar o motivo da visitante. Rapidamente faça as contas de cabeça às doses possíveis e atiram a recomendação de bebida, um espumante ou um frizante, porquê “manda a tradição”. Nem 15 minutos depois, está toda a mesa a manducar.

O famoso leitão do Bota Feijoeiro continua a ser um ponto de paragem obrigatório para quem gosta deste prato típico da região núcleo. É assado em forno de lenha e o molho é, naturalmente, secreto e picante. O prato é a grande preocupação para centenas de clientes que visitam o espaço semanalmente. Não se pode falar do Bota Feijoeiro sem falar de Aníbal Pereira, que aos 68 anos continua a servir às mesas, num treino que vem sempre escoltado de muitas histórias.

leitão

O restaurante fica junto à risco de Comboio.

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Proprietário do restaurante, deixou o trabalho seguro na Câmara Municipal de Lisboa para permanecer com uma pequena tasca. Em 19 de outubro de 1980, quando abriu a Bota Feijoeiro, essa troca do “manifesto pelo o incerto” era vista com maus olhos. O coimbrense não se importou. Estava determinado a fazer aquele espaço alguma coisa que Lisboa ainda não tinha: grelhados a bom preço.

A sala era pequena e pouca coisa existia nas redondezas. Aníbal percebeu a potência e não foi ludibriado. Rapidamente ganhou glória e tornou-se num ponto de encontro de políticos, artistas e outras celebridades. Mas uma grande popularidade chegou com a Expo 98 um dos eventos mais marcantes da história da cidade-

Lisboetas, visitantes e turistas, pessoas de todas as idades e gerações, rumaram durante os 132 dias da exposição à capital e guardaram suas memórias marcantes. A cidade tornou-se no núcleo das atenções, movimentada, alargada em superfície e rejuvenescida. Aníbal Pereira não perdeu esta oportunidade e decidiu apostar em alguma coisa completamente dissemelhante: o leitão.

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Uma receita já conhecida de cor ou não fosse ele oriundo da região. Aprendeu a assá-lo, instalei formos a lenha e encontrei um fornecedor para a músculos. Depois só lhe faltou uma coisa: o molho. Voltou a Coimbra para aprender a receita e acrescentou-lhe alguns condimentos que até hoje continuam secretos. Começou por introduzir o prato às segundas-feiras e os lisboetas aderiram. “O Bota Feijoeiro esgotava sempre naquele dia em que servimos leitão. Por isso introduzimo-lo às quartas e o resultado foi o mesmo. Com tanta procura acabámos por somar a sexta-feira porquê dia também de leitão”, contou à NiT Pedro Pereira, rebento do proprietário.

Durante anos o espaço deixou de ser publicado porquê Bota Feijoeiro para ser publicado porquê “o tascozinho onde servem o melhor Leitão de Lisboa”. A glória trouxe muitos clientes, que ajudaram a procurar o restaurante para provar o prato. “Sempre houve muitos empresários, funcionários das empresas cá perto, políticos porquê o Ferro Rodrigues, António Costa ou até a família Aveiro, que continuam a ser clientes assíduos”, revela o atual gerente do espaço.

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leitão

Os leitões quando saem do forno.

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A pandemia alterou o funcionamento do restaurante. Os clientes deixaram de nascer com tanta frequência e, embora continuem sempre com muita procura, ainda não voltaram ao que era antes, chegada da Covid-19. Outro problema que deixa a família Pereira inquieta é o facto de estarem sempre na iminência de fechar, caso a autonomia decida prosseguir com a demolição do espaço — uma prenúncio que pende sobre o negócio há quase duas décadas.

Alheios porquê estas preocupações, os clientes habituais continuam a procurar a pequena tasca, com as paredes ainda originais, na fronteira entre o Parque das Nações e Moscavide. E o veste de pouca coisa ter mudado ao longo do tempo dá-lhe outra magia. Os fornos continuam a ser os mesmos, os comboios passam rasteiros às janelas onde as mesas estão encostadas e o papel por cima das toalhas lembram os restaurantes mais antigos. “Mesmo que queiramos inovar, não há muito que possamos fazer. A estrutura não pode ser muito alterada e por um lado até preferimos, para manter a núcleo”, revela Pedro, que aos 18 anos decidiu deixar de estudar para se destinar ao negócio da família.

Atualmente o leitão é realmente o prato de eleição do restaurante, mas fazem outros. “Diariamente servimos também costeleta de novilho que custa 16€. Mas por encomenda, sempre com pelo menos um dia de antecedência, conseguimos preparar chanfana e cabrito. Ao sábado estamos fechados, mas servimos leitão para fora”, revela.

Os preços também não variaram muito ao longo dos anos. A ração de leitão continua a custar 15€, mas se por um inteiro custa 150€. Já a chanfana, servida para quatro pessoas, tem o preço de 60€. Quem quiser meio cabrito assado, que dá para uma família de seis, custa 90€. As sobremesas, embora não sejam iguais ao prato principal na glória, também são muito populares. Há bolo de bolacha, tarte de amêndoa e mousse de chocolate caseiras, ou siricaia. O preço não será uma ingressão na escolha, porque custam todos 3,70€ — exceto a delícia alentejana que é vendida por 5€.

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Quem quiser provar o prato do velho Bota Feijoeiro, basta recolher um comboio até ao Oriente. Mas atenção ao horário. Ali só trabalho de segunda a sexta-feira, durante a hora do almoço.

Carregue na galeria para saber o pequeno restaurante que diariamente metem ao forno tapume de quatro leitões — metade do que já fez um dia.


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