Maio 8, 2025
No virar do milénio, a Cisco ligava as empresas à Internet e estava no topo do mundo — até desabar com estrondo. Agora, a Nvidia não quer repetir o erro – Economia

No virar do milénio, a Cisco ligava as empresas à Internet e estava no topo do mundo — até desabar com estrondo. Agora, a Nvidia não quer repetir o erro – Economia

Continue apos a publicidade

Produtos de ponta que alimentam a mais recente tecnologia que promete transformar o mundo. Prolongamento mega-impressionante que dá a mão a uma margem de lucro altíssima. Ações a disparar para valores estratosféricos que obrigam os analistas a aumentar os extremos e quartis dos seus gráficos.

Em 2024, não é preciso ser perito em mercados bolsistas ou em tecnologia para imaginar a quem pertence esta descrição. A nossa mente conduz-nos instintivamente para a Nvidia, que na semana passada, ainda que por breves instantes, ultrapassou em capitalização de mercado a Microsoft e a Apple. Porém, a verdade é que também se podia infligir à Cisco Systems na dezena de 90.

E é por esse motivo que as comparações no último ano entre as duas têm sido frequentes nos media da especialidade e é por isso que a The Information escreveu há dias que ​​Jensen Huang, o CEO da operário de semicondutores do momento e uma das 100 pessoas mais influentes da Time, apesar de estar atualmente no topo do mundo, está preocupado com o porvir.

Com razão, pois alguém na sua posição não quer naturalmente que a história se repita.

Continue após a publicidade

A história dos bastidores

Sabido pelos seus casacos de cabedal pretos, Jensen é a estrela que hoje mais cintila na constelação oriunda do setor da inovação. A prova disso está no facto de recentemente ter sido fotografado a autografar o peito de uma mulher num evento em Taiwan e por Mark Zuckerberg ter explicado que o líder da Nvidia é basicamente a Taylor Swift da tecnologia

No entanto, apesar de todo levante sucesso, Jensen está preocupado. Por isso, só há uma pergunta a fazer: porquê? Porque é que está preocupado se está no topo do mundo? Se é engolido pela poviléu nos eventos em que participa e esgota arenas com pessoas que querem ver os seus palestras? Se é respeitado pelos seus pares? Ora, segundo a notícia do The Information, porque não quer que a sua empresa vire uma titã tecnológica moribunda porquê a Cisco e ou a Sun Microsystems.

Não é que existam sinais iminentes de abrandecimento pelo interesse dos salgadinhos da Nvidia, que estão a impulsionar o estrondoda IA. Mas um vislumbre pelo pretérito permite perceber que já vimos esta história mais do que uma vez e que a riqueza – no sentido da sorte e no sentido da tesouraria – pode mudar num vértice. Num dia uma empresa está no cume da serra, no outro tropeça e a queda não é unicamente aparatosa: é quase mortal.

Há 25 anos foi assim

Há 25 anos, não havia ChatGPT e IA generativa, mas o frenesim era idêntico. Se hoje a Nvidia tem os poderosos salgadinhos que alimentam os grandes modelos de IA, na profundeza, a Cisco crescia desenfreadamente porque vendia os roteadores de que todas as empresas precisavam para se ligarem à Internet.

Continue após a publicidade

Ao virar do milénio, a Cisco era a rapariga formosa que puxava pela economia (desenvolvimento excecionalmente rápido a nível de receitas e lucros), era a empresa cuja cultura empresarial era tida porquê única e nem faltava um CEO carismático a trilhar o caminho do sucesso. No livro O Efeito Haloo responsável Phil Rosenzweig recorda o facto de a empresa ter sido aclamada porquê “O Rei da Internet”.

Faz lembrar alguém? Em março de 2000, a Cisco era a empresa mais valiosa do mundo (555 milénio milhões de dólares, ultrapassando a Microsoft) e, durante 1998 e 2000, viu o preço das ações Cisco quintuplicar.

No entanto, a situação de glória e auspiciosa não durou muito tempo. A empresa não ficou imune à recessão do ciclo parcimonioso do início dos anos 2000, nem aos cortes maciços nas despesas de capital dos operadores de telecomunicações depois a bolha dot.com ter rebentado. Ou seja, ficou com centros de dados cheios de hardware parado.

A Cisco viria a enviar uma da despedimentos em 2001 e, em outubro de 2002, o preço das suas ações tinha derribado 90%. Não foi caso único.

Continue após a publicidade

Outra história que Huang quer evitar replicar é a da Sun Microsystems. “Ele lembra as pessoas de que não devemos ser Tomado de sol”, segundo o testemunho de um trabalhador da Nvidia ao The Information.

Adquirida pela Oracle em 2009, a Sun fabricava computadores e sistemas operativos e teve uma subida meteórica nos anos 90 semelhante à da Cisco durante a bolha das dot.com.

Continue após a publicidade

Do seu portfólio de criações conhecidas, consta a JavaScript, a famosa linguagem de programação. No entanto, foi o sucesso do sistema operativo Solaris OS que ajudou a impulsionar muito do sucesso inicial e que acabou por levar a Sun a um pico de capitalização bolsista de 200 milhões de dólares em 2000, segundo a Marketwatch.

Mas, tal porquê aconteceu com a Cisco, sofreu muito com o surgimento da concorrência, nomeadamente da Intel e a Microsoft, e com o rebentar da bolha. O software não acompanhou as novidades e a popularidade caiu a pique juntamente com a cotação em bolsa.

Continue após a publicidade

“Nós somos o ponto do .com”, era o famoso slogan da empresa.

A falta de espaço preocupa

A Nvidia chegou à posição em que está hoje porque detém murado de 80% do mercado de salgadinhos de IA utilizados em centros de dados, um negócio que cresceu à medida que a OpenAI, a Microsoft, a Alphabet, a Amazon, a Meta e outros jogadoras se apressaram a monopolizar os GPUs necessários para cevar os seus modelos de IA mais poderosos.

No trimestre mais recente, a receita do negócio de Núcleo de dados da operário de salgadinhos aumentou 427% em relação ao ano anteriorpara 22,6 milénio milhões de dólares. Uma vez que lembra a CNBC, isto corresponde sobre 86% das vendas totais da Nvidia.

Apesar dos resultados notáveis, por volta do Natal do ano pretérito, Jensen Huang transmitiu a vários executivos da sua empresa a sua preocupação crescente: se os maiores clientes ficarem sem espaço nos seus Núcleo de dados para instalarem os seus salgadinhosas vendas chorudas podem estar em risco. Mais: Huang terá manifestado também transtorno por a Amazon e a Microsoft, os dois maiores compradores, aparentemente não estarem a ter a capacidade para ter os centros de dados prontos e capazes de acomodar os GPUS que encomendaram.

Continue após a publicidade

Por isso, Huang quer evitar desabar no erro da Cisco. Segundo a The Information, o CEO da Nvidia só vai enviar salgadinhos aos clientes que garantam duas coisas: espaço suficiente nos seus centros de dados para os receber e que garantam que vão ser utilizados de modo a gerar receitas num porvir próximo.

Evitar os erros do pretérito

Paralelamente, também se está a precaver para a concorrência, que é inevitável. Por esse motivo, terá pedido aos clientes que comprassem os salgadinhos com os seus bastidores de rede [estrutura física utilizada para organizar e armazenar equipamentos de rede, como servidores, routers, etc]. A finalidade é clara: dificultar a mudança para um lasca recíproco que possa chegar no porvir.

Fundada em 1991, a Nvidia fez da história das suas primeiras duas décadas o facto de ser a empresa das “placas gráficas” dos videojogos. Tanto que a Nvidia domina o mercado dos GPUs, no qual entrou em 1999 com a GeForce 256. Volvida da dezena e meia, os GPUs deixaram de ser instrumentos unicamente para fabricar gráficos e passaram também a ser o coração do tirocínio de máquina por ser um opção mais económica. Com esta invenção “do contingência”, o foco da Nvidia mudou. E mudou para alguma coisa que, hoje, não tem rival.

Uma vez que resultado, nos últimos dois anos, as ações da Nvidia dispararam — muito. Para se ter noção, só a Nvidia vale mais do que os mercados gálico e britânico juntos. Mas, porquê a história nos ensina, a concorrência não dorme, nem a tecnologia deixa de evoluir. E o que hoje é pioneiro e o melhor, amanhã deixa rapidamente de o ser.

Continue após a publicidade

Para evitar esse cenário, Huang está a variar o negócio da Nvidia para além dos chips, e está a retrair com força pelo ecossistema nativo chamado Nvidia AI Enterprise e por outros negócios na nuvem porquê o GeForce NOW, plataforma que “aluga” o computador mais potente do mercado a quem estiver disposto a remunerar uma mensalidade ou anualidade (permite jogar os videojogos a partir de qualquer computador).

Subscreva a nossa newsletter NEXTonde todas as segundas-feiras pode ler as melhores histórias do mundo da inovação e das empresas em Portugal e lá fora.

Fonte

Continue após a publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *