Setembro 28, 2024
O ano caótico que inspirou o álbum que Ed Sheeran vai apresentar no Rock in Rio – NiT

O ano caótico que inspirou o álbum que Ed Sheeran vai apresentar no Rock in Rio – NiT

Milhares de fãs portugueses estão há meses a esperar ansiosamente pelo espetáculo de Ed Sheeran no Rock in Rio Lisboa. O artista vai atuar no domingo, 16 de junho, e vai apresentar dois dos seus álbuns mais vulneráveis até agora: “Subtract” e “Autumn Variations”. Os discos foram lançados em 2023, ano em que o britânico também foi o protagonista de um documentário da Disney+ que falava sobre a sua subida até ao topo do mundo da música.

Neste projeto, o cantor falou sobre algumas partes menos desconhecidas da sua vida e sobre o caótico ano que teve em 2022. Um dos episódios mais marcantes e que comove o artista é o que envolve os problemas de saúde da mulher, Cherry Seaborn, com quem tem duas filhas, Lyra de dois anos e Jupiter de unicamente 10 meses. A última gravidez foi problemática — os médicos detetaram na mãe a existência de um tumor que só poderia ser tratado depois o promanação. “Ela esteve muito mal”, recorda Sheeran.

Estas complicações levaram o cantor a uma depressão, enquanto o par procurava manter a gravidez em sigilo. A recém-nascido acabaria por nascer com saúde e Seaborn também acabou por tratar o tumor com sucesso, apesar de terem feito poucas revelações sobre a questão. Mas o ano revelou-se dramático para o artista britânico.

Num longo texto partilhado nas redes sociais, Sheeran abordou o período preto pelo qual passou que deu também origem ao documentário. A trabalhar há quase uma dezena no novo disco (neste caso, “Subtract”), Sheeran confessa que procurou “esculpir o disco acústico perfeito”, enquanto escrevia e gravava “centenas de temas” sob a “visão clara do que pensava que seria o resto da vida”. “Mas no início de 2022, uma série de acontecimentos impactaram a minha vida, a minha saúde mental e, inevitavelmente, a maneira uma vez que vejo a música e a arte.”

Para o britânico, criar temas é a sua terapia. “Ajuda-me a compreender os meus sentimentos (…) Escrevia tudo o que me vinha à cabeça e, no espaço de uma semana, troquei uma dezena de temas e de trabalho pelos meus mais obscuros pensamentos.”

A mudança repentina obrigou-o a repensar todo o disco, até porque sentia que “não seria credível” lançar temas e canções que “não representavam” o que sentia. “O disco é isso. É uma janela para a minha espírito. E pela primeira vez, não estou a riscar um disco para que as pessoas o apreciem. Lanço simplesmente um tanto honesto, verdadeiro, que representa o momento da minha vida adulta.”

Outro dos episódios abordados pelo cantor é a morte do colega e companheiro Jamal Edwards, que o terá levado a contemplar o suicídio. Edwards morreu aos 31 anos, em fevereiro de 2022, vítima de uma paragem cardíaca provocada pelo afronta de álcool e cocaína. “O meu melhor companheiro morreu. E isso não devia ter sucedido. Sempre tive momentos maus na minha vida, mas só neste último ano é que os revisitei”, explicou em entrevista à “Rolling Stone”.

“Sentia que não queria viver, mas não foi a primeira vez na minha vida que o senti. Sentes que estás a afogar-te debaixo das ondas. Estás num sítio do qual não consegues transpor”, fala sobre o estado depressivo em que se encontrou. Sheeran achava que não devia estar deprimido, que isso era um tanto “interesseiro”, sobretudo porque era um pai com responsabilidades. “Sentia-me envergonhado por estar deprimido.”

Acabou por sentir que precisava de procurar ajuda profissional, impelido também pela mulher. “De onde eu venho, ninguém fala sobre os sentimentos. Em Inglaterra, todos consideram estranho ir a um psicólogo. Mas acho que é uma enorme ajuda poder falar com alguém, desafogar e não nos sentirmos culpados quando o fazemos. Esta ajuda não passa por carregar num botão e ficas maquinalmente muito. É um tanto que estará sempre lá, que é preciso tratar e que tem que ser gerido.”

A morte do companheiro levou-o a repensar os seus próprios hábitos. O músico de 33 anos revelou que sempre bebeu muito e que experimentou drogas. “Sempre bebi, mas nunca toquei em drogas até aos 24”, confessou, apesar de não querer revelar quais as substâncias que ingeriu. “Lembro-me de estar num festival e pensar que se todos os meus amigos tomavam, não poderia ser assim tão mau. De repente, tornou-se num hábito semanal, depois quotidiano, depois tomava duas vezes ao dia. Depois já o fazia sem ingerir. Tornou-se tudo muito preto.”

Foram os momentos atribulados que viveu em 2022 que o levaram a repensar a sua vida. “Dois meses antes da Lyra nascer, a Cherry disse-me: ‘Se as minhas águas rebentarem, queres mesmo que seja outra pessoa a conduzir-me até ao hospital?’. Disse-me isto porque eu andava a ingerir imenso e foi quando me deu o clique. Não, evidente que não quero que seja outra pessoa. E não quero estar ébrio quando pegar na minha filha. Nunca.”

Quando Sheeran parou para pensar, percebeu que o vício tinha tomado proporções gigantescas. “Tomar umas cervejas é uma coisa. Tomar uma garrafa de vodka é outra completamente dissemelhante. Pensei: ‘Estás a entrar nos trinta. Cresce. Já curtiste, já tiveste as experiências todas. Agora esquece isso.’-”

A morte de Jamal Edwards provocada pelo afronta de drogas e álcool foi a pingo de chuva. Prometeu que nunca mais o faria. “Nunca mais toco em drogas, porque foi logo que o Jamal morreu. Fazê-lo seria desrespeitar a sua memória.” Sheeran dedicou-lhe o seu novo tema, “Eyes Closed”, até porque confessa que nunca teria chegado onde chegou sem o esteio do seu companheiro e produtor músico.

Anos antes, por fundura da sua subida meteórica no mundo da música pop, Sheeran terá sofrido também de distúrbios alimentares. Segundo o próprio, teimava em comparar-se a outros grandes nomes uma vez que Shawn Mendes e Justin Bieber que tinham “corpos fantásticos”. Era um tanto que o deixava “desconfortável”. “Sou muito inseguro. E portanto quando entras numa indústria onde és incessantemente comparado com outras estrelas pop… Surgi naquela vaga dos One Direction e dizia para mim: ‘Por que relâmpago não tenho um six pack?’.”

“Não tinha porque adorava kebabs e cerveja. Mas continuava a perguntar-me por que relâmpago era tão gordo.” Continuou a consumir cada vez mais, mas de forma menos saudável. Devorava tudo o que lhe apetecia e depois vomitava. Acabou por encontrar uma espírito gémea em Elton John, que confessara também ter sofrido de bulimia. “Acabei a fazer o que ele fazia, a consumir desalmadamente e a deitar tudo fora.” Sheeran admite também ter uma personalidade que facilmente se deixa sugar, obsessiva. Se come, come muito. Se bebe, bebe muito. Acabaria por mudar de hábitos e hoje, o seu vício é o manobra físico.

Acabou por encontrar o estabilidade perfeito. “Se estás a consumir comida que queres mesmo consumir, mas depois também te exercitas e conquistas o aspeto e a forma que queres ter…. Acho que esse é um bom estabilidade. Por isso uma vez que, adoro fast food, adoro caris, um bom vinho. Adoro todas as coisas que fazem mal quando não te exercitas. Acho que daria em louco se passasse a vida sem consumir hidratos de carbono.” Hoje treina “para poder consumir e ingerir” o que muito entender. “É uma forma saudável de viver.”

Ao longo dos anos, Sheeran sempre refletiu sobre a reputação e o que acontecia quando não estava num palco a ser adorado por milhares de pessoas. “No início, é tudo muito giro. Tudo é diversão e rock n’ roll, mas depois tudo se torna triste”, revelou, em 2020. Chegou a suportar ataques de pânico e a questionar tudo aquilo porque tinha lutado. “Qual é o objetivo?”, notou.

O cantor abordou todos estes temas em “Subtract”, mas não foi o suficiente para Ed se sentir livre das mágoas do pretérito. De volta à sua terapia, ou seja, às composições, apresentou a 29 de setembro de 2023 o seu mais recente álbum, “Autumn Variations” — que também vai ser apresentado no Rock in Rio.

“No outono pretérito, reparei que eu e os meus amigos estávamos a passar por grandes mudanças na nossa vida. Quando veio o verão, vi que tudo ficou mais remansado, assentou, desmoronou-se ou implodiu. Grafar canções ajudou-me bastante quando passei por grandes dificuldades pessoais no ano pretérito. Consegui perceber melhor os meus sentimentos e lidei com tudo”, começou por explicar no Instagram em agosto do ano pretérito, quando revelou levante novo projeto.

Depois, deixou de redigir sobre a sua vida e passou a produzir letras inspiradas nas situações atuais dos amigos. Algumas basearam-se na sua própria perspetiva, outras refletem as vivências de quem o rodeia. “Houve altos uma vez que o paixão e novas amizades, mas também vivi momentos baixos, com corações partidos, depressões, solidão e confusão”, acrescenta Sheeran.


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