“O Benfica tem de fazer muito mais, Roger Schmidt tem de fazer muito mais” #ÚltimasNotícias #Portugal

A Primeira Liga não podia ter começado de pior forma para o Benfica, o que, de acordo com a comentadora Mariana Fernandes, aumenta a contestação em torno de Roger Schmidt. No seu espaço de análise na SIC Notícias, Mariana Fernandes explica ainda o porquê de Portugal não ter tanto sucesso nos Jogos Olímpicos como algumas nações de dimensão semelhante.

Pela segunda temporada consecutiva, o Benfica tropeçou na ronda inaugural da Primeira Liga ao perder, no domingo, contra o Famalicão (2-0).

Esta derrota, considereadensa o clima de contestação que paira entre os benfiquistasque não ficaram satisfeitos com a prestação dos ‘encarnados’ na última época, nem com a forma como o clube abordou o presente mercado de transferências.

“As melhores oportunidades de golo pertenceram ao Famalicão que poderia ter marcado mais. O Benfica tem um jogo muito pobre do ponto de vista ofensivo e depois com muitas fragilidades defensivas, portanto culmina nesta derrota”, aponta.

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A comentadora menciona ainda que as “indiscutíveis” vitórias do Sporting e do FC Porto na jornada inaugural da Liga tornam “as coisas ainda mais complicadas para Roger Schmidt”.

Mas o que é que falta às ‘águias’? Mariana Fernandes acredita que o plantel ‘encarnado’ precisa de “estar muito mais atento e muito mais competitivo” do que esteve contra o Famalicão.

À semelhança do que aconteceu na temporada passada, as derrotas contra equipas “teoricamente inferiores” podem “hipotecar, desde muito cedo, uma nova corrida pelo título”.

“O Benfica tem de fazer muito mais, Roger Schmidt tem de fazer muito mais, principalmente com o nível de investimento que vai sendo feito ao longo de vários anos consecutivos”, afirma.

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Opções técnicas de Schmidt “são cada vez mais questionáveis”

Entende também que algumas das opções técnicas de Roger Schmidt “são cada vez mais questionáveis”, nomeadamente “a insistência e a obsessão por colocar João Mário a jogar”.

“[Roger Schmidt] Tem uma margem de erro muito curta. Já tinha uma margem de erro muito reduzida no final da temporada passada (…) Se não existe relação entre Roger Schmidt e os próprios adeptos, a relação entre o próprio presidente e os adeptos também, começa também a tornar-se muito frágil”, entende.

Daniel Sousa deixa o SC Braga

A primeira jornada do campeonato trouxe também outra surpresa: a saída de Daniel Sousa do comando técnico do SC Braga. A explicação? Mariana Fernandes aponta duas possibilidades:

“O presidente do SC Braga, António Salvador, terá entendido que, não só não admitia este tipo de resultados em casa à primeira jornada contra o Estrela da Amadora como, se calhar, também não estava satisfeito com a forma como a equipa foi orientada na pré-época e nas eliminatórias de acesso às competições europeias”.

Para a comentadora, esta foi uma decisão tomada a pensar “no que falta da temporada”, isto porque o líder dos ‘guerreiros do Minho’, muito provavelmente, não quererá “continuar um projeto que, no seu entender, não estava a correr bem”.

Prestação lusa em Paris foi “um bocadinho surpreendente”

No seu espaço de análise na SIC Notícias, Mariana Fernandes aborda ainda a prestação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Paris.

Lembra que esta foi a melhor prestação lusa nas Olimpíadas – um ouro, duas pratas e um bronze – o que, na sua opinião, foi “um bocadinho surpreendente” até porque a “primeira semana e meia” da competição foi uma “desilusão para Portugal”.

“Houve várias desilusões, mas Portugal consegue aqui, muito graças ao ciclismo de pista, ao Iúri Leitão, ao Rui Oliveira, ter esta melhor participação de sempre, que mascara um bocadinho essas desilusões”, defende.

Para além das quatro medalhas arrecadadas, Portugal consegue, apesar de muitos atletas lusos não terem atingido os seus objetivos, “criar um elã para o próximo ciclo olímpico”.

“Existe um desinvestimento muito grande no desporto escolar”

E como é que se explica que países com dimensões semelhantes à de Portugal consigam ter uma quantidade bastante superior de medalhas?

Mariana Fernandes diz que, no caso dos Países Baixos ou da Hungria, por exemplo, existe “uma cultura desportiva que não é comparável”.

Considera que, apesar de os portugueses acharem que Portugal é “um país muito ligado ao desporto, existe um desinvestimento muito grande no desporto escolar ao longo da última década e meia”.

O ciclismo, acrescenta, é o exemplo perfeito de que o investimento é fundamental para o sucesso das modalidades.

“Se olharmos para este velódromo que foi construído em Sangalhos, na Anadia, para o que já conseguiu, entre Campeonatos do Mundo, Campeonatos da Europa, agora Jogos Olímpicos (…) vemos que são resultados muito rápidos que só provam que um investimento conseguimos chegar aqui”, refere.

O domínio dos EUA e da China

Os Estados Unidos da América e a China provaram, mais uma vez, em Paris, que também são duas potências mundiais no que ao desporto diz respeito.

Cada uma das duas nações conquistou 40 medalhas de ouro, o que prova, segundo a comentadora, que “não é só preciso levar muita gente é preciso capitalizar esses contingentes grandes em medalhas”.

“Acho que não existem, praticamente, modalidades em que não exista um chinês ou um norte-americano nas posições cimeiras e isso, lá está, mostra a questão da cultura desportiva, mostra esta abrangência. É certo que têm mais população, mas mostra essa capacidade de estar presente em quase todas as grandes decisões”, vinca.