Muitos portugueses associam o bolo de ananás às visitas à morada das avós, onde era um lanche frequente que deixava um odor inconfundível no ar. Com um aspeto meio “kitsch”, mas, ao mesmo tempo, vistoso, trata-se de um clássico do universo da doçaria que acrescenta um perceptível glamour retro à mesa.
Cristóvão Colombo foi quem apresentou o fruto-rei desta receita à Europa e não tardou a fazer sucesso. O rei Carlos II de Inglaterra, em 1675, escolheu-o para surgir num retrato solene. Século anos depois, o primeiro presidente dos EUA, George Washington, gostava tanto de ananás que decidiu cultivá-lo na sua propriedade, em Mount Vernon.
Ao longo dos anos, deixou de ser um fruto reservado às elites e tornou-se mais democrático. Não tardou a ser utilizados nas mais diversas sobremesas, uma vez que o bolo homónimo que é um dos favoritos de Clara de Sousa. “Prima pela venustidade, pelo sabor e pela textura húmida irresistível”, lê-se no site da jornalista, que leste ano se juntou ao universo NiT. “Hoje é uma receita verdadeiramente retro, até podem chamar-lhe meio pirosa, mas eu adoro”, acrescenta.
Tapado pelas míticas rodelas de ananás — e neste caso, com cerejas em calda, para lhe dar um toque ainda mais vistoso — dá para perceber de longe que terá uma textura húmida, “mas não encharcada”. Aliás, o facto de cozer a baixa temperatura, ajuda a que não fique sequioso.
Escusado será expressar que além do brilharete que fará em qualquer mesa, só pelo visual arrojado dos anos 80, é um gula pleno de sabor, mas não sobejo gula — que irá surpreender até aqueles que tipicamente nunca gostam de sobremesas.
Do que precisa
Para a base (que no final se torna o topo)
— 1 lata de 560 gramas de ananás em sumo (e não em calda) — 10 rodelas
— 13 cerejas em calda
– 60 gramas de manteiga sem sal derretida
– 100 gramas de açúcar amarelo
Para a volume do bolo
— 225 gramas de farinha T65 sem levedura
— 1 colher de chá de levedura em pó
— meia colher de chá de bicarbonato de sódio
— ¼ de colher de chá de sal
— 50 ml de leite
— 60 ml de sumo de ananás da lata
— 125 gramas de iogurte helênico originário
— 1 colher de chá de extrato de baunilha
— 100 gramas de manteiga sem sal
— 150 gramas de açúcar
— 2 ovos L
— sobras do ananás, picadas
Uma vez que se faz
Para a base
Comece por secar as fatias de ananás e as cerejas com papel de cozinha. Mantenha exclusivamente uma rodela de ananás inteira e galanteio as restantes ao meio. Verta a manteiga derretida na forma de bolo — use uma de 22 centímetros de diâmetro, inteira, não de fundo deslocável com mola, porque o caramelo irá babar para fora.
Pincele muito as paredes da forma e depois polvilhe uniformemente a base com o açúcar amarelo. Coloque a rodela de ananás inteira ao meio e as 12 metades em volta. Finalmente, distribua as cerejas pelos círculos ou semicírculos. As três rodelas que sobram são cortadas em pequenos pedaços que deverá juntar à volume, mais adiante.
É muito importante que nesta tempo pressione o ananás e as cerejas para reles para estarem em contacto com a base da forma e não exclusivamente em cima do açúcar. Só assim as suas cores irão destacar-se quando desenformarmos o bolo, sem ficarem cobertas pelo caramelo.
Para a volume
Irá precisar de três taças. Numa delas, misture a farinha, o fermente em pó, o bicarbonato e o sal. Noutra, misture o iogurte, o leite, o sumo e o extrato de baunilha. Por término, na última, ligeiramente maior, roupão a manteiga à temperatura envolvente com o açúcar até permanecer muito incorporada. Depois, junte os ovos, um de cada vez, batendo até incorporar antes de juntar o seguinte.
A leste creme, envolva os secos e molhados com a ajuda de uma espátula de silicone — primeiro um terço dos secos, depois metade dos líquidos, mais um terço dos secos, a restante metade dos líquidos e o restante terço dos secos. Sem olvidar o ananás em pedacinhos que vai dar ainda mais suculência a esta volume, depois de cozida.
Transfira a volume para a forma, alise o topo e ligeiro ao forno pré-aquecido a 160 graus (função ventilador) durante 30 minutos. Pretérito esse tempo, cubra com folha de alumínio e mantenha durante mais 25 a 30 minutos, ou até que, espetando um palito no meio, leste saia sequioso.
O bolo ficará dourado e, mal sai do forno, é disposto sobre uma rede para esfriar durante 15 a 20 minutos no sumo. Nascente ainda tem de estar quente na hora de desenformar, por isso não o deixe resfolgar mais do que o tempo indicado supra, caso contrário, arrisca-se a que a segmento caramelizada fique agarrada à forma.
Coloque um prato por cima da forma e vire, deixando o bolo soltar-se naturalmente ou agitando a forma para facilitar o processo. No entanto, antes de o virar, se vir que está muito colado às paredes da forma, pode passar a ponta de uma faca em volta.
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