Setembro 20, 2024
O último dia de Paredes de Coura foi dia de guitarras — e de Fontaines D.C. | Música
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O último dia de Paredes de Coura foi dia de guitarras — e de Fontaines D.C. | Música #ÚltimasNotícias #Portugal

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A edição de 2024 do Vodafone Paredes de Coura chegou ao fim este sábado com um dia em que as guitarras e o rock de diferentes índoles estiveram em foco. Uma banda veterana não aqueceu nem arrefeceu (The Jesus and Mary Chain), outra deu um belo concerto (Slowdive) e outra ainda estreou-se finalmente em Portugal (Superchunk). Mas o dia foi, acima de tudo, dos Fontaines D.C., talvez uma das bandas mais interessantes a fazer rock actualmente.

Viva o Riff Raff

Alynda Segarra trouxe a Paredes de Coura o nono álbum do seu projecto Hurray for the Riff Raff, intitulado O passado ainda está vivo. Canções de alt-country que nascem do trauma e estendem a mão. O concerto que abriu o palco principal não foi visto por muita gente, mas o disco merece uma escuta doméstica.

Mergulho lento

Desde que em 2017 puseram fim a um hiato de quase duas décadas e regressaram com um álbum homónimo, apenas o quarto da sua carreira, que os Slowdive têm sido uma presença regular nos palcos nacionais. Habituámo-nos a tê-los por perto. Este sábado, em Paredes de Coura, o grupo britânico voltou a encontrar-se com o público português. E deu um muito bom concerto, digno de uma das bandas seminais do shoegaze. Um concerto para não nos cansarmos de os termos por cá. Esta foi a sua primeira apresentação em Portugal desde o lançamento, no ano passado, de Tudo está vivoo segundo álbum nascido da reunião. A inclusão de alguns temas novos no alinhamento não mata a sensação de já visto. Mas arranjaremos sempre tempo na agenda para um reencontro com canções incríveis como Estação espacial Souvlaki ou a mais recente Estrela vagando. Arranjaremos sempre tempo para as guitarras salvíficas de Neil Halstead, que dão abrigo e amparam a queda.

A Cadeia de Jesus e Maria

O concerto da veterana formação escocesa oscilou entre o talento e o aborrecimento. Por vezes, a banda de rock alternativo/noise pop/etc. que influenciou tanta gente aparecia, encharcando com perícia óptimas canções pop em doses apetecíveis de ruído. Mas momentos houve, também, em que o compositor e vocalista Jim Reid parecia quase entediado consigo próprio, ou passava a imagem de que estava meramente a cumprir calendário. Um alinhamento com algumas escolhas menos interessantes e um punhado de pausas compridas entre canções ajudam a contar a história de um concerto que não fica para a história.

Super pedaço

Concluído o concerto dos The Jesus and Mary Chain, não foram muitos os que fizeram a curta peregrinação até ao palco secundário, onde os Superchunk finalmente se estrearam em Portugal, depois de 35 anos de carreira. Uma pena, porque a banda da Carolina do Norte, formação fundamental para se contar a história do indie rock americano nos anos 1990, deu tudo – e, felizmente, recebeu muito carinho dos poucos curiosos e convertidos presentes. Foi uma coisa linda, ver o vocalista, guitarrista e compositor Mac McCaughan a correr e a saltar como se fosse 1994 — ano de Toliceóbvio candidato a um dos melhores discos da banda e álbum cujo 30.º aniversário foi justificação para que vários dos seus temas povoassem o alinhamento. Canção que nunca teria faltado, independentemente da efeméride, era De entrada de automóveis para entrada de automóveisuma das melhores canções sobre corações partidos feitas nos anos 1990 por pessoas que gostavam de guitarras e sentiam as coisas intensamente. Sonhos independente foram cumpridos esta madrugada em Paredes de Coura.

Fontes DC

Disse a organização do festival, este sábado à tarde, que o último dia da edição deste ano foi aquele para o qual haviam sido vendidos mais bilhetes. A enchente era perfeitamente visível nos momentos que antecederam a entrada em palco dos Fontaines D.C., talvez uma das bandas mais interessantes a fazer rock actualmente. Dois anos após a estreia em Portugal, com um concerto celebrado no Nos Alive, no Passeio Marítimo de Algés, os irlandeses voltaram a mostrar serviço: encerraram o Paredes de Coura com o concerto da noite.

Um concerto de pós-punk gótico (mas não só) em que o vocalista Grian Chatten, vestindo uma Camiseta dos Rolling Stones e calções folgadofoi de uma Irlanda que não apoia os seus jovens –​ Segure um espelho para os jovens e eles só verão seus rostosdispara numa essencial Eu te amo – àquilo que é ser um irlandês a viver em Londres (ou, em termos mais globais, àquilo que é procurar comunidade longe de casa), da renúncia ao pensamento próprio e independente perante a pressão para se ter a opinião certa (Mente televisionada) à distopia do mundo moderno –​ No mundo moderno, não sinto nada/ Não me sinto malouvimos numa música que integra Romanceálbum que sai já na próxima sexta-feira e que, a julgar por este e outros temas, amplia a paleta sonora da banda (nesta canção há guitarra acústica e arranjo de cordas a dialogarem, enquanto numa Caça-Estrelas, que já está cá fora e é já uma favorita entre os fãs, existe uma aproximação ao hip-hop). Aguardamos com entusiasmo, porque estes Fontaines D.C. são um caso cada vez mais sério.

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