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A onda de violência que se registrou nas últimas duas noites na região de Lisboa, na sequência da morte de Odair Moniz, continua pela terceira noite. Há registro de duas prisões e de contentores do lixo incendiados em vários municípios da Área Metropolitana de Lisboa. Na Arrentela, Seixal, um ônibus foi incendiado, avançou a televisão NOW, com imagens do carro queimado. Sete veículos foram incendiados.
Lixeiras foram incendiadas nos concelhos de Lisboa, Amadora, Odivelas, Barreiro, Oeiras e Sintra, bem como no Monte da Caparica, em Almada. Na Amadora, um dos incêndios se alastrou para veículos, como confirmou à Lusa o porta-voz nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Fonte da PSP também confirmou à Lusa que duas pessoas foram detidas na Pontinha, em Odivelas, mas sem especificar o motivo da detenção. A mesma força policial confirmou ter “várias dezenas” de pessoas “prestes a serem identificadas no âmbito das investigações em curso”.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil avançava, por volta das 22h, no site mais de uma dezena de ocorrências relativas a “detritos” nos distritos de Lisboa e Setúbal, nomeadamente em Queluz, Alfragide, Camarate, Carcavelos, Carnide , Mina de Água, Corroios, Caparica e Moita. Às 7h30 desta quinta-feira já não havia nenhuma ocorrência relativa a detritos no site da Proteção Civil.
Os bombeiros de Queluz também foram chamados para combater um incêndio na Praceta Henrique Pousão, zona esta que conta com a presença da Unidade Especial da Polícia, avança o Observador. O fogo terá sido posto em contentores, mas apresentava algum perigo devido aos carros estacionados nas imediações.
Desde a noite de segunda-feira foram registados desacatos no Zambujal e, já na terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados dois autocarros, automóveis e caixotes do lixo, e detidas três pessoas. Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram esfaqueamentos sem gravidade.
Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com emprego de arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria a isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspeção Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido. com Lusa
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