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O Prêmio Nobel da Paz de 2024 foi concedido à organização japonesa Nihon Hidankyo que fornece apoio aos sobreviventes (conhecidos como Hibakusha) das bombas atómicas que caíram sobre Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945.
O Comité Nobel justificou a escolha desta organização pelos “seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar através de depoimentos de testemunhas que as armas nucleares nunca devem ser novamente utilizadas”.
No seu sítio na Internet, a Nihon Hidankyo — fundada a 10 de agosto de 1956 — diz ser a única de sobreviventes das duas bombas atómicas. Os seus dirigentes e membros são todos Hibakusha.
Em março de 2016, o número total de Hibakusha sobreviventes vivendo no Japão era de cerca de 174.080. Há também vários milhares vivendo na Coreia e em outros países.
Diploma que certifica a atribuição do Nobel da Paz a Barack Obama, em 2009
JÓIA SAMAD / AFP / GETTY IMAGES
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“Em resposta aos ataques com a bomba atômica de agosto de 1945, surgiu um movimento global cujos membros trabalharam incansavelmente para aumentar a conscientização sobre as consequências humanitárias catastróficas do uso de armas nucleares”, lembra o Comitê do Nobel. Nesse contexto, “os testemunhos dos Hibakusha são únicos”.
Por todo o mundo, movimentos e associações que combatem o uso militar do nuclear difundiram o termo Hibakusha para designar qualquer vítima direta de um desastre nuclear, incluindo, por exemplo, o da central nuclear de Fukushima, a 11 de março de 2011, também no Japão.
Beatrice Fihn, diretora executiva da Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN), e Daniel Hogsta, coordenador, celebram o Nobel da Paz, na sede da organização, em Genebra, Suíça
Denis Balibouse / Reuters
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O Comité Nobel reconhece que, graças ao trabalho desenvolvido por organizações como a Nihon Hidankyo, “gradualmente, desenvolveu-se uma poderosa norma internacional, estigmatizando a utilização de armas nucleares como moralmente inaceitável. Esta norma ficou conhecida como ‘o tabu nuclear’”.
A questão do nuclear e do desarmamento tem merecido uma atenção regular por parte do Comité Nobel.
Em 2017, foi reconhecido o trabalho da Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN), com sede em Genebra (Suíça). Na rede social X, a ICAN celebrou a atribuição deste Nobel. Refere que os Hibakusha são “inspiradores” e “trabalharam incansavelmente para aumentar a consciência sobre os impactos catastróficos das armas nucleares e pressionar para a sua eliminação total”.
Os Prêmios Nobel distinguem “aqueles que, durante o ano anterior, terão conferido o maior benefício à Humanidade”
Sergei Gapon/Anadolu/Getty Images
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Em 2005, foi distinguida a Agência Internacional de Energia Atómica e o seu diretor-geral, o egípcio Mohamed ElBaradei. Então decorria a guerra do Iraque, desencadeada em nome da existência de armas nucleares no país. Esses arsenais nunca apareceram e a conflitualidade no Médio Oriente nunca mais parou.
A guerra em Gaza dura há mais de um ano, já contagiou o Líbano e arrisca evoluir para um confronto direto entre Israel (uma potência nuclear) e o Irão (uma potência nuclear em construção).
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