Novembro 16, 2024
Os perigos da Worldcoin – CNN Portugal

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A Worldcoin apresenta-se uma vez que um projeto revolucionário e futurista, prometendo não somente fabricar uma moeda do dedo global, mas também democratizar o aproximação ao capital e contribuir a inclusão financeira a uma graduação sem precedentes. O projeto se destaca pelo seu método de distribuição de tokens: a verificação da identidade através da leitura da íris por um dispositivo chamado “Orb”. Segundo seus promotores, esta abordagem visa prometer que os tokens sejam distribuídos de forma justa, evitando fraudes e duplicações. Porquê contrapartida, é oferecido a cada assinante, no momento inicial, uma parcela da criptomoeda.

Apesar de uma forma aparentemente altruísta e bondosa uma vez que se promove nos seus interesses e objetivos, a Worldcoin levanta várias preocupações no que diz reverência à proteção e segurança dos dados. Ao instalar dados biométricos tão sensíveis uma vez que os padrões da íris, o “protótipo de negócio” da Worldcoin suscita, legitimamente, dúvidas e preocupações sérias, tendo a empresa, por essa razão, que garante aos subscritores, às autoridades e à comunidade que tutelou uma série de riscos e critérios legais e éticos.

Desde logo, a Worldcoin terá de provar que dispõe de mecanismos adequados ao nível de segurança, tendo presente que uma eventual violação destes dados resultará em riscos de identidade irremediáveis, uma vez que a íris de uma pessoa é única e não pode ser alterada. Mas não somente: ao nível da licitude e da transparência, o protótipo de negócio da Worldcoin levanta dúvidas legítimas e reservas sobre a clara de que o consentimento dos subscritores da criptomoeda é obtido junto dos participantes, mormente porque fica a sensação de que a grande maioria das pessoas aderidas não compreende minimamente as consequências associadas à passagem de dados biométricos uma vez que a íris. A falta de transparência da Worldcoin sobre a forma uma vez que os dados serão utilizados, partilhados, reutilizados ou até eliminados é ainda crucial para adensar a suspeição no projeto, uma vez que estes dados biométricos podem ser usados ​​para fins diferentes dos anunciados, incluindo partilha com terceiros ou vg, para atividades de marketing. Neste pessoal, não é provável ignorar, também, que a aglomeração de dados biométricos num banco de dados concentrado suscita temores de vigilância e monitorização indevida por entidades estatais ou outras organizações, um tanto que é altamente plausível se pensarmos que a Worldoin tem um oração distópico e de promoção de um “mundo novo” que, na sua vanguarda, quer o melhor para todos a troco daquilo que nos é mais principal: a nossa identidade permanente.

Com o adensar da polêmica, ao explicar que a Worldcoin tem vindo a veicular só serve para substanciar as preocupações de quem entende que leste projeto, na sua núcleo, passa linhas vermelhas de forma irrecuperável. Por exemplo, ao declarar que todos os dados recolhidos seguem um processo de anonimização, a Worldcoin parece ignorar que, sendo a íris de dados biométricos, não são anonimizáveis, pois será sempre provável proceder-se à reidentificação da pessoa a que os mesmos dizem reverência. Neste pessoal, importa referir dois aspectos que não têm sido muito mediatizados. Por um lado, a aparente existência de uma contrapartida monetária aos subscritores, uma vez que moeda de troca pela passagem de dados biométricos, deverá ser proibido em vários países – incluindo Portugal – ferindo de morte a teoria de que o consentimento é licença de forma livre e não condicionada. Por outro lado, ao contrário das comuns “senhas” ou outros mecanismos de identidade temporários de gestão da gestão, se os dados biométricos de uma pessoa foram comprometidos, os mesmos não podem ser “redefinidos” ou substituídos, representando riscos de privacidade e segurança a longo prazo , um tanto que será necessariamente proibido pela falta de comando e controle que o titular deixará de ter para eliminação de seus dados.

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Por todas estas razões, é de louvar a iniciativa da Mando Espanhola de Proteção de Dados (AEPD), que tentou suspender até três meses as atividades da Worldcoin, um tanto que, admita-se, poderá ocorrer nos próximos dias em outras jurisdições europeias, incluindo Portugal.

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