Em uma das audiências deste início de semana, no Vaticano, Francisco recebeu os membros do Círculo São Pedro, uma instituição de voluntariado presente em Roma a serviço do Pontífice. O Papa incentivou que o trabalho não vire história ‘de museu’, mas seja transmitido aos jovens. Em véspera de Ano Santo, que as obras de preparação não sejam só pelas ruas da capital, mas “no coração e na músculos dos pobres”, com proximidade e condolência.
Andressa Collet – Vaticano News
O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira (24/06), na Sala Clementina, no Vaticano, murado de 400 sócios do Círculo São Pedro que desenvolve atividades de voluntariado na capital italiana a serviço do Pontífice no campo do guarida e do apostolado da filantropia. “Sempre palato de encontrá-los”, começou a saudação do Papa, em sinal de gratidão pela dedicação aos pobres de Roma, em nome da Igreja.
Os valores repassados de avô para neto
Uma missão documentada em livro que foi entregue a Francisco: “a coleção de todo o magistério dos Papas no Círculo São Pedro, nos 155 anos de sua história”, importante para a memória das raízes, enalteceu o Pontífice. As raízes são fundamentais para o porvir, continuou o Papa, mas logo veio o alerta:
“Tomem zelo para não ‘musealizar’ a história de vocês, não ‘esterilizar’ as raízes! A memória é o órgão do porvir, desde que as raízes permaneçam vivas e muito. É por isso que eu os incentivo a transmitir o patrimônio de valores e experiências de vocês para os jovens. É preciso que os jovens sigam a frente. Que bonito pensar em um avô do Círculo São Pedro que transmite a sua experiência ao neto! Há tantos cá, isso é lindo. Pensem em quanta riqueza de fé vivida, de filantropia concreta, de paixão pelos pobres pode passar pelo exemplo de uma pessoa idosa. E pensem em quanta vontade, quanta originalidade, quanto ímpeto um jovem pode dar.”
O livro entregue ao Papa sobre a história do Círculo São Pedro
Respirar o ar da filantropia cristã em Roma
Francisco, portanto, trouxe o exemplo de um porvir santo, o Beato Pier Giorgio Frassati, da cidade italiana de Turim. O estudante que faleceu aos 24 anos de idade cresceu em família de classe média subida e sempre levou consigo o paixão por Jesus e seus irmãos. Um protótipo de vida cristã que inspira inclusive em véspera de Ano Santo, continuou o Papa:
“Roma está enxurrada de canteiros de obras; muito, são necessários também eles. Mas o ‘canteiro de obras’ que não pode faltar é o da filantropia! Os peregrinos e turistas que vêm a Roma devem ‘respirar’ o ar da filantropia cristã, que não é unicamente assistência, é um zelo com a pundonor, é proximidade, é compartilhamento vivido, sem publicidade, sem holofotes. Com a presença de vocês, com a proximidade, condolência e ternura, vocês também preparam a cidade para o Jubileu, cuidando não das ruas ou da infraestrutura, mas do coração e da músculos dos pobres, que, porquê dizia São Lourenço, são o tesouro da Igreja.”