O Papa Francisco pediu desculpas por ter utilizado um termo ofensivo para se referir a pessoas LGBT numa reunião fechada com bispos italianos em que pediu para que não aceitem seminaristas homossexual no sacerdócio, segundo a prelo italiana.
“O Papa nunca teve a intenção de ofender ou de se exprimir em termos homofóbicos e pede desculpa a todos os que se sentiram ofendidos pela utilização de um termo referido por outros”afirmou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, num transmitido enviado por correio electrónico e citado pela Reuters. O porta-voz acrescentou que o Sumo Pontífice permanece hipotecado em prometer uma Igreja oportunidade em que “ninguém é inútil, ninguém é supérfluo” e onde “há lugar para todos”.
Segundo o jornal italiano Corriere de la Serao termo que foi utilizado foi “fofo”, vocábulo italiana utilizada de forma extremamente ofensiva para se referir a pessoas LGBT e surgiu numa reunião à porta fechada com a Conferência Episcopal Italiana, que reuniu bispos do país.
A informação foi revelada ao jornal por alguns bispos cuja identidade não foi revelada. Ao jornal, contaram que a utilização da vocábulo foi recebida com “gargalhadas” por ter sido considerado que veio de uma falta de domínio da língua italiana por segmento do Sumo Pontífice.
Segundo a Reuters, em 2018, o Papa terá feito um pedido aos bispos italianos semelhante ao realizado nesta reunião da conferência episcopal. No último documento sobre a material, publicado pela Igreja Católica pelo predecessor do Papa Francisco, Bento XVI, em 2005, lê-se que a Igreja deve rejeitar qualquer candidato que “pratica a homossexualidade ou apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas”.
As posições do Papa face à comunidade LGBT têm tido algumas variações. Por um lado, o Papa tem sido o que mais avanços tem realizado face à ratificação de pessoas homossexuais na Igreja Católica. Logo no início do seu papado, uma vez que foi mencionado pelo porta-voz, o Sumo Pontífice afirmou: “Se uma pessoa que procura Deus de boa vontade, e é homossexualquem sou eu para a julgar?”
Em 2023, Francisco publicou um documento doutrinal que permitia a bênção de casais homossexuais, embora tenha rejeitado a possibilidade de essa bênção se aproximar do matrimónio. No mesmo ano, o Papa afirmou, numa entrevista realizada à sucursal Associated Press, que as leis que criminalizam pessoas homossexuais são injustas e que “ser homossexual não é um delito”, embora tenha permitido que era “vício”, pelo facto de todas as relações sexuais fora do matrimónio serem consideradas um vício.
Actualizado às 15:17 com informações sobre o pedido de desculpas