Março 18, 2025
Papa reflete na Via-Sacra sobre a guerra e a violência contra as mulheres

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Mundo

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O Papa Francisco é o responsável, pela primeira vez, das meditações da Via-Sacra que esta Sexta-feira Santa, tem lugar no Coliseu de Roma, nas quais aborda temas uma vez que “a loucura da guerra” e a violência contra as mulheres.

Papa reflete na Via-Sacra sobre a guerra e a violência contra as mulheres

Remo Casilli

O Vaticano divulgou já as reflexões escritas pelo Papa, anunciando-as uma vez que “um ato de reflexão e espiritualidade, com Jesus no núcleo”, pelo que, “a referência à atualidade será menos direta do que a expressa nos anos anteriores”.

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Nas catorze estações da Via-Sacra, o Papa estabelece um diálogo com Jesus, com perguntas, reflexões e súplicas perante as experiências do cotidiano, uma vez que quando se experimentam “dores, desilusões, feridas, fracassos e cruzes” transmitidas.

Nas suas reflexões, Francisco diz que a “infâmia e o desprezo” que Jesus sofreu é um pouco que acontece hoje, quando “basta um teclado para insultar e publicar frases”.

Na oitava temporada, quando “Jesus encontra as mulheres de Jerusalém”, para Francisco é uma oportunidade de exortar “a valia da grandeza das mulheres, aquelas que na Páscoa te [a Jesus] foram fiéis e não te abandonaram, aqueles que ainda hoje continuam a ser descartados, sofrendo ultrajes e violências”.

A ocasião também é aproveitada pelo pontífice para questionar se a Humanidade chora “diante da loucura da guerra, diante dos rostos das crianças que já não sabem sorrir, diante das mães que as veem desnutridas e famintas, sem terem ainda mais lágrimas para esparzir”.

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“Tu, Jesus, choraste por Jerusalém, choraste pela rijeza dos nossos corações. Sacode-me por dentro, dá-me a perdão de chorar rezando e de rezar chorando”, pede Francisco, segundo as meditações preparadas para a Via-Sacra de hoje .

Na sua reza final, o Papa pede que neste momento sirva para abraçar “os irmãos e irmãs que, em tantas partes do mundo, sofrem perseguições” em nome de Jesus, os que “sofrem a tragédia da guerra e os que (… )carregam cruzes pesadas”.

“Jesus, juiz santo que me chamais pelo nome, livrai-me dos julgamentos precipitados, dos mexericos e das palavras violentas e violentas”, pede ainda o Papa Francisco.

A A Via-Sacra no Coliseu de Roma terá início às 21h00 (20h00 em Portugal continental), e deverá ser presidida pelo Papa a partir do Monte Palatino, onde não esteve no ano pretérito devido ao indiferente que se fez sentir, numa profundeza em que estava a restabelecer de uma bronquite que o obrigou a ser hospitalizado.

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As reflexões propostas para a Via-Sacra são, habitualmente, pedidas pelo Papa a autores ou grupos de pessoas que partilham a sua própria experiência de sofrimento. Leste é o primeiro ano em que Francisco assume uma autoria das meditações.

A Paixão de Jesus é assinalada no Coliseu de Roma desde o século XVIII. No Ano Santo de 1750, proclamado pelo Papa Bento XIV, 14 nichos e uma grande cruz foram erguidos neste sítio. Em 19 de setembro de 1756, o anfiteatro foi consagrado à memória da Paixão de Cristo e dos mártires.

Segundo informação da dependência Ecclesia, a tradição chegou a ser interrompida, mas 1959 o Papa João XXIII restaura o rito da Via-Sacra no Coliseu de Roma, retomado por Paulo VI em 1964 – num trajectória que passa pelo Anfiteatro Flaviano, os Fóruns Imperiais e o Círculo de Constantino.

A interrupção causada pela covid-19 levou a celebração para a Rossio de São Pedro, em 2020 e 2021.

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