Paula Rego deixou uma legado de 50 milhões de euros aos filhos
A pintora portuguesa, que morreu em junho de 2022, deixou uma riqueza a Caroline, Victoria e Nicholas Willing.

Deixou uma riqueza aos filhos.
A pintora Paula Rego, que morreu em junho de 2022, deixou um património líquido medido em 42,45 milhões de libras — o equivalente a mais de 49,9 milhões de euros — aos três filhos, Caroline, Victoria e Nicholas Willing. O testamento foi assinado em 2017, mas o procedimento de habilitação de herdeiros só foi concluído e registado no ano pretérito, adianta o “Expresso”.
“No início, a arte [de Paula Rego] não foi levada a sério, deixando a família na penúria e em desespero. Mas a verdadeira dimensão do triunfo dela sobre a infortúnio é revelada, agora, pelo montante da legado”, escreveu Richard Eden, o colunista social do “Daily Mail”, que divulgou em primeira mão o teor do testamento.
O montante deixado por Paula Rego é, coincidentemente, igual ao da legado deixada por Lucian Freud, um dos pintores britânicos mais importantes do século XX. “Ao contrário de Rego, no entanto, Freud não deixou zero a três dos seus 14 filhos”, escreveu Eden.
Apesar do valor milionário, a pintura portuguesa já tinha revelado que a família passou dificuldades financeiras nas décadas de 1970 e 1980, idade em que morreu o pai da artista e em seguida o marido, Victor Willing, ter sido diagnosticado com esclerose múltipla. A juntar a tudo isto, seguiu-se a falência da fábrica da família e a venda da mansão na Ericeira em 1979.
“Foi um sinistro. Não havia moeda. Estava tudo hipotecado. Perdemos a quinta, perdemos tudo. Quando viemos para Londres estávamos completamente falidos”, recordou a artista no documentário de 2017 “Paula Rego, Histórias & Segredos”.
Foram tempos difíceis, mas o momento de viragem chegou no final da dezena de 1980, quando Rego redescobriu o estampa e a pintura e passou a ser representada pela Marloborough Fine Art, uma das galerias mais importantes da Europa. “Pela primeira vez pude viver sem a preocupação de ter de remunerar as contas. Tinha moeda. Foi fantástico, mas, sobretudo, um consolação”, disse.
Em abril de 1997, a pintura criou a empresa Ostrich Arts Limited e passou a treinar a atividade artística e profissional exclusivamente através da sociedade mercantil. O objetivo era “a geração de obras de arte”. Os filhos passaram a ser administradores gerentes da empresa em 2013 e 2015, e, em janeiro de 2023, tornaram-se os únicos acionistas registados.