Congresso estatutário passou a ser palco para um verdadeiro comício de arranque da campanha para as legislativas, Manuela Ferreira Leite vai estar no fecho. Montenegro abriu conclave com ataques ao PS e Pedro Nuno Santos, sem nunca o referir.
O primeiro vice-presidente de Luís Montenegro disse oriente sábado, à margem do 41.º congresso do PSD, que está a percurso em Almada, que o “PSD está obrigado a lucrar as eleições” que Marcelo Rebelo de Sousa antecipou para 10 de março, depois da exoneração de António Costa a 7 de novembro na sequência da lhaneza de um inquérito-crime no Supremo Tribunal de Justiça.
O velho contendedor de Montenegro na corrida à liderança do PSD e agora membro da direção do líder evitou revelar detalhes sobre os contactos que estão a ser feitos para se tentar fabricar uma ampla coligação pré-eleitoral, não deixando de proferir que não são fáceis nem certas, tendo em conta que a Iniciativa Liberal já disse que prefere prosseguir sozinha. Ainda assim Rangel não afasta a possibilidade de se fazer uma confederação alargada à direita, sem o Chega, afirmando ser cedo ainda para a tomada de decisões, deixando, porém, evidente que não sendo feita antes das eleições poderá ser a seguir às mesmas.
Já o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, em declarações aos jornalistas à margem da reunião magna, optou por indicar baterias ao PS, afirmando que os socialistas “estão em contra-mão” com o país e “em confronto com a justiça, o Presidente da República, os médicos e os professores”. Sobre possíveis coligações, Hugo Soares remeteu a decisão para a Percentagem Política Vernáculo.
Num congresso que já estava marcado antes da crise política, e que tinha por escopo a modificação dos estatutos do partido, estarão ausentes os barões e generais do partido, que se farão simbolizar por figuras de segunda risco. Mas o PSD tinha guardada uma notícia para dar logo no arranque do conclave: a ex-líder Manuela Ferreira Leite será convidada de honra e estará presente no fecho.
O slogan do congresso, que de estatutário passou a verdadeiro palco de comício para arranque das legislativas de março (e Montenegro fez prova disso mesmo com uma mediação inicial muito dura contra o governo, o PS e Pedro Nuno Santos), é “Unir Portugal”, mas antes, na reunião magna, o líder do PSD terá de tentar unir o partido. As várias fações do partido vão estar representadas no conclave, nomeadamente a de Rui Rio. Salvador Malheiro disso ao NOVO que vai estar presente e vai discursar por “sentido patriótico”.
Durante a manhã, serão debatidas as alterações ao regime do PSD. Da secção da tarde, começa, portanto, o comício de arranque da campanha.
Paulo Rangel diz que PSD está “obrigado” a lucrar as eleições