Pedro Duarte, figura próxima de Luís Montenegro e presidente do Parecer Estratégico Pátrio (CEN) do PSD, admite que o partido pode vir a viabilizar um governo minoritário liderado por Pedro Nuno Santos caso os sociais-democratas venham a permanecer em segundo lugar nas eleições legislativas . Recorde-se que o líder social-democrata optou por não responder a essa questão durante uma temporada de debates, já depois de ter dito, em entrevista à CNN, que não viabilizaria um governo socialista.
Em declarações à Rádio Renascença, no programa “Moradia Generalidade”, Pedro Duarte, peça-chave no estampa do programa eleitoral da Coligação Democrática, defendi que o PSD deve assumir uma posição “responsável e construtiva”, caso o PS vença as eleições sem uma maioria no Parlamento. “Se olharmos para o histórico do PSD na nossa democracia, o PSD sempre teve o sentido de responsabilidade de colocar os interesses nacionais supra dos interesses partidários. Não tenho dúvidas de que vai voltar a suceder quando um cenário dessa natureza se voltar a colocar no porvir, seja quando for”, defendeu Pedro Duarte.
Agora, nos dois últimos debates — frente a Paulo Raimundo e a André Ventura –, Luís Montenegro preferiu não esclarecer a questão. No frente a frente com o líder comunista, que fez à intervalo, Montenegro ficou em silêncio longos segundos quando foi confrontado com a questão. No duelo com Ventura, agora já sentado em estúdio, fugiu à pergunta apesar da insistência do moderativo.
Confrontando com a resistência de Montenegro em responder à questão, Pedro Duarte avançou uma explicação: “Acho que não há grandes dúvidas a esse saudação sobre qual é o posicionamento do PSD” num contexto em que o “Partido Socialista [seja] normal” e não há um “extremo radical” em que o PS recusa “qualquer espécie de aproximação ao núcleo”.
Ainda antes do início dos debates, em entrevista à CNN, Luís Montenegro defendeu precisamente o contrário: “Não vejo forma de viabilizar um governo minoritário do PS”. Outrossim, o tema já tinha causado um grande mal-estar dentro da Coligação Democrática quando Nuno Melo, também em entrevista à CNN, defendeu que uma segunda força mais votada deveria permitir ao primeiro classificado governar. A partir da cúpula do PSD, chamaram-lhe “infantilidade” e sugeriram que Melo tinha “ensandecido”. No congresso seguinte, no Estoril, o líder do CDS foi obrigado a concordar com o tiro.
Tal uma vez que explicou o Observador, no que depende da atual direção social-democrata, o PSD somente deixará passar um programa de governo de Pedro Nuno Santos caso fique em segundo lugar e exista uma maioria de direita no Parlamento — é muito mais provável que venha a apresentar uma movimento de colisão que exija depois um justificação nas urnas.
Desta vez é o presidente do Parecer Estratégico Pátrio do PSD a fugir ao guião definido. Em cima disso, Pedro Duarte ainda admitiu que Luís Montenegro poderá deixar a liderança do partido caso venha a perder as próximas eleições legislativas. “Luís Montenegro, enquanto líder do PSD, não pode vincular o partido a uma posição no dia a seguir em que — ele não pode proferir, mas eu posso proferir — não sabe sequer se continua uma vez que presidente do PSD”, argumentou.
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