Embora não seja mais o titular da posição, ídolo corintiano ainda é um dos melhores goleiros do país e não deveria ser descartado
Sob novidade direção, o Cruzeiro tenta emendar a maior burrada da gestão Ronaldo, que abriu mão do ídolo Fábio pensando somente na austeridade financeira. Dois anos depois, o clube mineiro percebeu o quão difícil é encontrar um goleiro tão seguro, experiente e regular no mercado.
Hoje no Fluminense, exibindo grande forma aos 43 anos, Fábio foi sondado pela governo de Pedrinho, que procura um novo titular para o gol em seguida a saída de Rafael Cabral, arqueiro que nunca caiu nas graças da torcida cruzeirense por amontoar falhas em clássicos e jogos importantes.
Por ter contrato até o término do ano que vem, a tendência é que Fábio permaneça no tricolor carioca e, assim, obrigue o Cruzeiro a ativar o projecto B. Cássio, atualmente suplente no Corinthians, tem uma proposta nas mãos para se mudar para Belo Horizonte, onde fecharia convénio pelas próximas três temporadas.
É roupa que o ídolo corintiano não passa por bom momento, tanto que perdeu a titularidade para Carlos Miguel. É roupa, também, que se cansou de salvar o Corinthians nos últimos anos, marcados por sistemas defensivos precários, em que o goleiro acaba frequentemente exposto ao bombardeio dos adversários – porquê ocorreu com o novo titular da posição na guia para o Flamengo, no sábado.
Cássio já passou por outras fases ruins no clube alvinegro. Sem se derrubar, foi capaz de dar a volta por cima e retomar seu melhor nível de atuação. Tem experiência de sobra para voltar a ser titular e decisivo, sem descrever a liderança que exerce no vestiário por ser o desportista com mais tempo de lar do grupo.
Perdê-lo para o Cruzeiro seria uma guia para a gestão Augusto Melo, presidente que tem tentado rejuvenescer o elenco, mas de forma impulsiva e pouco criteriosa, a ponto de liberar o zagueiro Gil para o Santos e o meia Renato Augusto para o Fluminense.
É mais fácil reformular um time a partir dos jogadores de traço. No caso do gol, o exemplo do próprio Cruzeiro mostra porquê é complicado atingir na sucessão de um ídolo do tamanho de Cássio, prestes a completar 37 anos.
A tentação de romper com o pretérito baseada em uma tempo passageira no presente pode custar dispendioso ao Corinthians, que deveria fazer todo o esforço provável para manter uma referência da posição que ainda tem lenha para queimar.