Maio 10, 2025
Petição para criminalizar o stealthing já atingiu as 7500 assinaturas necessárias | Assédio no jazz em Portugal
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A petição pública que pede que a lei mude para considerar crime o “furtivo“, ou seja a remoção do preservativo numa relação sexual sem consentimento do/a parceiro/a, atingiu esta terça-feira as 7500 assinaturas, tendo assim, desde que validadas as mesmas, condições para ser apreciada em plenário na Assembleia da República. Lançada seguindo a denúncia da DJ Liliana Cunha de estupro com “furtivo” supostamente cometida pelo pianista João Pedro Coelho, a petição continuará aberta para que ele receba o maior número possível de assinaturas.

O abaixo-assinado pede à Assembleia da República e ao Ministério da Justiça que o “furtivo” seja “tipificado como crime” no Código Penal português, dando um passo na proteção do “direito ao consentimento sexual”. Além disso, essas entidades são solicitadas a considerar o “estabelecimento de protocolos de coleta de evidências que respeitem as boas práticas internacionais” e “campanhas educacionais para informar sobre o consentimento e as consequências do ‘furtivo‘”.

On-line desde a tarde de sábado, a petição conseguiu em apenas quatro dias levantar o número necessário para que seja apreciada em plenário pela Assembleia Legislativa. “O objetivo maior é conseguir o maior número de assinaturas possível, devidamente validadas”, frisou Liliana Cunha ao PÚBLICO nesta terça-feira. A validade das assinaturas depende da correta identificação dos signatários. “A petição continuará aberta e quando formos à Assembleia da República para validá-la perceberemos [quantas assinaturas podem ser contabilizadas]”.

Para a DJ e música, que em duas semanas se tornou a efígie de um movimento de denúncia de assédio e outros crimes sexuais em seu setor (e além), essa rápida adesão ao abaixo-assinado sobre uma forma de crime sexual tão específica representa que se abriu “uma caixa de Pandora que estava esperando um rosto e uma mão para ser aberta”.

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“Sinto que existe apoio não só da parte de mulheres, mas também de muitos homens, porque o ‘furtivo’ não se prende ao gênero — existem muitos homens que estavam com parceiras que rompem a camisinha para tentar uma gravidez”, exemplifica sobre os depoimentos e as manifestações de apoio que tem recebido.

O ato de retirar a proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes indesejadas sem o consentimento do parceiro é chamado de “furtivo” e desde 2020 é punível, como forma de agressão sexual ou coacção reprodutiva, em países como a Suíça, os Países Baixos, o Reino Unido ou a Alemanha e em estados norte-americanos como a Califórnia.

O objetivo do grupo informal que se reuniu em torno de seu caso e que levou a dezenas de denúncias é “mudar o Código Penal para incluir nem que seja uma linha dedicada ao ‘furtivo‘”, explica Liliana Cunha ao PÚBLICO. “Isso significa que haverá um debate muito divisivo entre juristas porque é um crime muito difícil de provar”, admite, sabendo que esta figura de violência sexual já pode estar a coberto da moldura penal de algumas formas de crime sexual, mas sendo pouco conhecido e por isso havendo algum nível de discricionariedade no momento de eventuais decisões judiciais. “Vamos rever o texto e falar com todos os representantes de todos os partidos com representação parlamentar para ver se existe escopo para o debate.”

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Mas “a campanha pública segue em paralelo”, frisa a DJ. Nunca foi aluna de João Pedro Coelho nem lidou no ambiente escolar com aquele que acusa de estupro — algo que o pianista nega —, mas seu caso, tornado público nas redes sociais, gerou uma onda de denúncias que têm revelado alguns casos de improbidade no universo do ensino musical. “Isso está afetando não só a mim, mas também pessoas que se veem no meu caso”, relata sobre esse vendaval midiático e on-line gerado em torno da sua denúncia. “O meu papel não é de mediadora e justiceira, é de seguir o meu caso judicial — se pelo caminho conseguir contribuir para o debate público, tanto melhor.”

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