Quando um ou dois jogadores deixam levar pela inércia isso dificulta o desempenho de uma equipe de futebol. Se esse preço for aumentado para 11 jogadores, portanto não há milagre que previna um mau jogo e, em alguns casos, um mau resultado.
Nesta terça-feira, Portugal ficou sabê-lo frente à Eslovénia, num jogo pessoal que terminou com um 2-0 em prol dos eslovenos.
A Eslovénia quis um pouco deste jogo e utilizou-o, sobretudo, para testar o seu nível frente a uma equipa potente, dotando-se de ímpeto defensivo e, quando verosímil, uma ou outra saída em transição – e com mais eficiência não foram dois , mas talvez três ou quatro.
Já Portugal quis mais do jogo, não faz sentido em que foi quem mais tentou lutar, mas, em rigor, não quis grande coisa porque fê-lo sem próprio vontade – nem de decorrer, quanto mais de jogar. E o padroeiro também não foi com eles.
Jogo lento
A primeira secção em Ljubljana foi, provavelmente, a mais aborrecida da “Era Martínez” – e não terá sorte de muitos jogos tão aborrecidos uma vez que levante mesmo na história da seleção portuguesa. A partida foi jogada a um ritmo talvez menor do que boa secção dos treinos feitos na Cidade do Futebol e isso repercutiu-se em zero para relatar nas balizas.
Falemos, portanto, do que é verosímil falar, que é a escolha táctica de Martínez. Porquê habitualmente, Portugal defendeu a quatro e construiu a três – o aparente 4x1x4x1 foi, em grande secção do tempo, uma espécie de 3x2x5, com Danilo no meio dos centrais.
À esquerda, a posição de jogador mais ocasião – que Rafael Leão tem reclamado para si – foi ocupada por Félix, Ronaldo, Cancelo ou mesmo Vitinha. Mas sobretudo Félix, cuja propensão para as zonas interiores tirava a Portugal a capacidade de alargar a resguardo eslovena, já que com Cancelo por dentro, uma vez que médio, e Félix também por dentro, uma vez que fileira menos puro do que Leão, Portugal perdia um corpo capaz de fixar a atenção de qualquer esloveno – e a armada de Ljubljana poderia, assim, focar-se em sobrepovoar a zona médio, criando uma teia difícil de anular.
E era até curioso ver que a Eslovénia, com Sporar e Sesko na frente, “queimava” dois jogadores na pressão inútil contra três ou quatro portugueses, alguma coisa que sugeria que faltaria um jogador a mais lá detrás – ou seja, quanto mais rápido Portugal fosse a rodar a esfera, maior a verosimilhança de fabricar espaço, já que a Eslovénia tinha dois jogadores batidos logo no início da construção.
Isso só aconteceu duas vezes, quando Portugal mobilizou grande secção da equipe para o galeria esquerdo, uma vez que engodo para libertar Dalot à direita, depois de atrair os eslovenos para o lado oposto.
Nesta dinâmica de Martínez, com jogadores de funções variadas, há vantagens e vantagens. A vantagem é que tira referências ao inimigo, mas a desvantagem é que também as tira aos próprios colegas, que têm mais dificuldade em prever de forma intuitiva onde terão uma risca de passe.
Porquê contornar isso? Ter essas linhas um pouco por todo o lado – mas isso requer mobilidade e disponibilidade para decorrer, alguma coisa que Portugal teve um pouco.
Padroeiro? Nem por isso
E imprimir velocidade também ajuda, pelo menos no passe, com toques de primeira, melhores recepções, recepções orientadas e passes mais tensos.
Velocidade – com esfera ou sem ela – rima com Francisco Conceição e poderá ter sido isso que pensou Martínez, quando lançou a fileira do FC Porto. Portugal passou a ter um fileira mais puro à direita, desistindo de ter esse preço à esquerda. Mas sem sucesso.
Aos 52′ surgiu o primeiro remate à marco, quando Sesko permitiu uma resguardo a Diogo Costa, depois de uma falta de António Silva.
Aos 72′, numa rota de esfera de Ronaldo, Portugal tinha sete jogadores batidos na frente e no passo – Ronaldo, Félix, Conceição e ainda Dalot, Vitinha, Neves e Cancelo. Sobraram Danilo, Inácio e António Silva, que levaram com quatro eslovenos vindos em velocidade. Acabou por possuir tábua entre Sesko e Cerin, que finalizou perante Diogo Costa.
Portugal estava a querer um pouco no ataque e na resguardo também não parecia querer muito, alguma coisa ainda mais patente aos 85′, quando os eslovenos fizeram o que quiseram dentro da dimensão, com finalização de Elsnik.
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