O Partido Popular Europeu (PPE), que venceu as eleições europeias que terminam, neste domingo, convidou os socialistas e os liberais para uma federação no novo Parlamento Europeu, enquanto os conservadores admitiram diálogo com o centro-direita.
“Convido ambos a juntarem-se a uma federação democrática pró-europeia para os próximos cinco anos”, disse o presidente do PPE, Manfred Weber, dirigindo-se aos socialistas e aos liberais (segundos e terceiros classificados, respetivamente, segundo as previsões).
Reagindo no hemiciclo do Parlamento Europeu, em Bruxelas, aos resultados preliminares do votação que apontam para uma vitória sem maioria do PPE, o líder partidário congratulou-se por o partido de centro-direita ser “de novo o maior grupo e o único que aumentou o número de lugares”, mas admitiu a urgência de diálogo para “respeitar a democracia na Europa e o resultado” das eleições.
Porém, estabeleceu uma vez que exigência que a candidata do PPE à liderança do executivo comunitário para um segundo procuração, Ursula von der Leyen, “seja a próxima presidente da Percentagem Europeia”, pelo que “todos devem apoiá-lo”.
Pelo grupo dos Conservadores e Reformistas (ECR), Assita Kanko, admitiu diálogo com o PPE, quando se fala de uma aproximação de Von der Leyen à primeira-ministra italiana e líder conservadora, Giorgia Meloni.
“Trabalhámos muito muito nos últimos cinco anos [com o PPE]incluindo com Von der Leyen, por isso vai depender do programa, (…) mas não vejo zero no pretérito que nos impeça de fazer isso”, salientou Assita Kanko, quando questionada sobre uma verosímil federação com o centro-direita.
No seu exposição, a eurodeputada conservadora disse esperar que a novidade plenário europeia tenha “políticas de centro-direita”.
O vice-presidente dos Socialistas europeus Pedro Marques destacou que o S&D (Associação Progressista dos Socialista & Democratas) se mantém uma vez que o segundo maior grupo do hemiciclo, “de longe”, numas eleições “particularmente desafiantes” que, disse, “com riscos para a democracia, uma vez que a desinformação, violência, ataques à democracia e ao Estado de recta”.
Questionado sobre um eventual esteio a um segundo procuração de Ursula Von der Leyen na liderança do executivo comunitário, respondeu que os socialistas respeitam o processo de ‘spitzenkandidaten’ (‘candidatos principais’ ao incumbência de presidente da Percentagem Europeia), mas que isso “tem a ver com as políticas que serão construídas”.
O eurodeputado português abriu a porta a uma federação “mais alargada” no Parlamento Europeu, incluindo com a bancada dos Verdes.
“Se for necessário, outros grupos devem ser chamados (…) à negociação, grupos democráticos e progressistas”, disse, rejeitando “de forma muito clara coligações com a extrema-direita, o ECR [conservadores e reformistas] eo ID [extrema-direita]”.
Pelos liberais do Renovar a Europa, a vice-presidente da bancada, Iskra Mihaylova, vincou que esta que deve ser novamente a terceira força política do Parlamento Europeu desempenhará “um grupo muito importante no processo de tomada de decisão”.
“Os resultados das eleições europeias de hoje mostram que não é verosímil ter uma maioria pró-europeia nesta mansão sem o grupo Renovar a Europa e estaremos no núcleo dessa maioria”, adiantou Iskra Mihaylova.
Pelos Verdes, Philippe Lambert deixou um apelo aos democratas-cristãos, socialistas e liberais: “Podem perfeitamente ter maioria entre os três, mas se querem estabilizar e ter políticas responsáveis, abraçar a extrema-direita não pode ser uma opção”.
“Apesar dos nossos resultados desapontantes, estamos prontos para tomar as nossas responsabilidades. As forças democráticas têm de se manter unidas”, sustentou.
Já Marc Botenga, da Esquerda Europeia, salientou a “posição social importante” do partido contra a extrema-direita, cuja subida nos votos atribuiu às “frustrações dos cidadãos” com os partidos tradicionais.
A extrema-direita da Identidade e Democracia (ID) não reagiu aos resultados no hemiciclo.
– Com Lusa