Maio 8, 2025
Primavera de destroços – Expresso

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Primícias por lhe fazer um invitação: hoje, às 14h00, “Junte-se à Conversa” com David Dinis e Pedro Cordeiro para falar sobre “Trump vs Biden: o que esperar do remake?”. Inscreva-se cá.

20 de março. No hemisfério setentrião, nascente é o dia que assinala a chegada da primavera. Mas no retângulo ocidental a que chamamos Portugal, a estação mais florida e poética do ano surge, em 2024, ensombrada por nuvens de instabilidade. Poderá não ser uma primavera de ruína, uma vez que cantava há mais de 20 anos os Mão Morta, mas – apesar da meteorologia benfazeja – também estamos longe de um cenário idílico.

No Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu ontem Pedro Nuno Santos. Duas horas depois, o líder do Partido Socialista confirmou entregar a Luís Montenegro a tarefa de apresentar um “governo sólido”, chamando a si e ao seu partido a missão de simbolizar uma “oposição responsável”. Uma vez que tal, disponibiliza-se para, no prazo de 30 dias, chegar a um congraçamento com a AD para aumentar os reforços de professores, forças de segurança, profissionais de saúde e oficiais de justiça, aprovando um orçamento retificativo até ao verão.

Ainda que o resultado final das eleições permaneça por apurar, enquanto se contam os últimos votos da êxodo, Pedro Nuno Santos não quer complicar (“O país precisa de um governo sólido e o PS não tem uma maioria para apresentar”) e mostra-se disponível para estabelecer com Luís Montenegro um congraçamento sobre aumentos para vários grupos profissionais da função pública. “O Governo ainda em funções deixou-nos numa situação financeira e económica [que nos permite fazê-lo]”, acredita o secretário-geral socialista, que também quer ter uma termo a proferir na futura localização do aeroporto. Já a hipótese de o PS revalidar o Orçamento do Estado para 2025 é, vai avisando, “praticamente impossível”.

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Hoje, quarta-feira, o Presidente da República recebe uma delegação da AD, na pessoa de Luís Montenegro, encerrando assim a ronda de audiências que se seguirão às eleições de 10 de março. O encontro está marcado para a hora em que a CNE (Percentagem Pátrio de Eleições) deixa de receber votos do estrangeiro, pelas 17h00.

Até ontem, foram escrutinados e registados murado de 260 milénio votos de portugueses residentes no estrangeiro. A menos de 50 milénio votos da meta, confirma-se a tendência: eleição de dois deputados para o Chega (Europa e Fora da Europa), um para o PS (Europa) e um para a AD (Fora da Europa).

Se Portugal fosse uma das séries que pareciam ter substituído as novelas no imaginário coletivo, seria difícil prognosticar o desfecho desta temporada. Mais duas coisas para os próximos episódios: as reuniões à esquerda convocadas pelo Conjunto arrancaram esta quarta-feira, com o PAN, e o CDS mostra-se incomodado com uma provável ingressão da IL no governo.

OUTRAS NOTÍCIAS

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Operação Rabino O empresário e comentador Manuel Serrão e o jornalista Júlio Magalhães são alvos da Operação Maestro, no contexto da qual a Polícia Judiciária investiga o alegado ramal de murado de 40 milhões de euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Na TVI, Júlio Magalhães suspendeu a apresentação de noticiários. Quanto a Manuel Serrão, Margarida Cardoso apresenta-lhe os negócios do “mais vetusto feirante de voga portuguesa”. Entretanto, o Ministério Público suspeita que Manuel Serrão tenha usado fundos europeus para remunerar a estada de oito anos num hotel de luxo, e o Público escreve que também a estilista Katty Xiomara e o meio de inovação tecnológica têxtil Citeve estão na mira das autoridades.

Herman José Fez esta quarta-feira 70 anos e foi condecorado com a Medalha de Valor Cultural. Para António Costa, não é por contingência que o artista comemore, em 2024, 50 anos de curso: a mesma idade da democracia portuguesa. Apresentando-o uma vez que “um humorista incondicionalmente comprometido com a liberdade”, o primeiro-ministro cessante lembrou que “o humor é vital para qualquer sociedade democrática, porque põe à prova a liberdade de frase.” O génio de Herman José pode, e deve , foi gravado no tentativa de Pedro Boucherie Mendes que, em fevereiro, foi revestimento da revista do Expresso.

Metrô Boas notícias para quem vive em Loures e Odivelas: até dezembro de 2026 deverá estar concluída a novidade traço violeta, 11,5 km de traço de metro ligeiro de superfície que promete facilitar a vida dos 174 milénio habitantes nacionais do região de Lisboa.

Coloque em Uma investigação do Novaya Jornal, jornal russo independente, várias vezes censurado pelo Kremlin, indica que murado de metade dos votos de Vladimir Putin, nas eleições presidenciais deste termo de semana, foram falsificados.

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Israel O Canadá anunciou que vai suspender o envio de armas para Israel. A decisão inseriu-se num quadro de espeque ao cessar-fogo em Gaza, à libertação dos detidos e à solução dos dois Estados. Entretanto, Israel vai enviar representantes do seu governo aos Estados Unidos, para explicar os planos da ofensiva contra Rafah, no sul de Gaza, que defende ser a única forma de expulsar o Hamas.

Modo Depeche Os autores de ‘Enjoy the Silence’ atuaram esta terça-feira no Meo Redondel, em Lisboa, naquele que foi o seu primeiro concerto em Portugal desde a morte de Andy Fletcher, teclista e fundador do grupo. 22 canções depois, Dave Gahan e Martin Gore provaram que há bandas que, por muito que sofram, dão sempre a volta por cima. A crônica e as fotos desta noite próprio estão cá.

Kate e William O público exige saber o que se passa, na veras, com a família real inglesa. O libido nasce da procura simultânea por sublimidade e aperfeiçoamento e a especulação tem sido “tão intensa uma vez que ridícula”, diz o constitucionalista Bob Morris ao Expresso.

FRASES

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“Ao contrário da teoria geral, acho que as legislativas não provaram que a ‘murado sanitária’ ao Chega falhou. Quando 66% do eleitorado do PSD recusou qualquer proposta ao partido de Ventura, o mais provável era que o AD tivesse descido bastante caso a estratégia fosse outra. Não: o que faltou na campanha do PSD, da AD ou de Montenegro não foi a estratégia, foi a falta de sonho”, David Dinis, sem Expresso

“Santos Silva é praticamente perceptível que sairá de fora”, José Cesáriorepresentante do PSD na plenário do apuramento de votos da êxodo, na RTP

“[Receber a condecoração] é uma felicidade potencializada pelo indumentária de vir de um governo que é hiper-demissionário. São pessoas que daqui a uns dias já não mandam zero”, Herman José na entrega da Medalha de Valor Cultural

PODCASTS

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“Quem é a dona do Multibanco a ser acusada? Em motivo está uma multa de milhões”, Economia Dia a Dia

“Montenegro vai desviar-se dos obstáculos ou vai ao choque?”, Percentagem Política

“Iolanda: ‘Tenho pensado muito na questão do boicote a Israel. É um objecto que caiu nas minhas mãos ao lucrar o Festival da Música’”, Posto Emissor

O QUE ANDO A LER

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“Intemporal” é, provavelmente, um dos adjetivos que com menos critérios usamos para elogiar uma obra de arte. Mas o que proferir quando, numa crónica escrita em 1944, se encontra uma teoria que podia ter sido esboçada ontem, dia em que uma desarranjo na Traço de Cascais complicou ainda mais a vida dos utilizadores, ou em qualquer outra jornada de quem tem “a vida para levar”, uma vez que cantaria Chico Buarque?

Rubem Braga viveu entre 1913 e 1990, no Brasil, e entrou para a história da cultura do seu país uma vez que exímio responsável de crónicas, essas “couves tristes da literatura”, uma vez que a própria definição do seu ofício. Em março de 1944, partiu de um caso de “greve branca” (desgaste proposto da maquinaria de uma fábrica) para fazer o retrato do “tipo mais profuso de máquinas” no país. “Essas máquinas a que chamaremos, com uma certa boa vontade, humana. E é um problema a meditar: o desgaste que se faz, no Brasil, nas máquinas de mesocarpo e osso. Vá o leitor presenciar, de manhã ou tarde, a uma partida ou chegada dos trens suburbanos em que viajam essas máquinas de mesocarpo e osso. Ali, sim, é provável observar o desgaste violento, quase cruciante, das maquinarias. É difícil crer que estamos ali diante da mesma espécie de bicho que se exibe nas areias de Copacabana. A maioria das mulheres e dos homens, inclusive das crianças, tem um ar de coisa usada – e abusada.”

“É que as criaturas humanas são máquinas muito delicadas – e não há outras máquinas neste país de que se cuide menos. Pobres máquinas de mesocarpo e osso! Para mantê-las em bom estado de funcionamento, para que rendessem mais e durassem mais, seria preciso que recebessem, na ração que a Vida lhes oferece todo dia, um pouco mais de mesocarpo e um pouco menos de osso – esses ossos inumeráveis ​​que a maioria de nossa gente tem de roer com tanta fúria e tão maus dentes, e aquela mesocarpo que não é unicamente a que tantas vezes não existe no termo das filas intermináveis, mas também tudo o que na vida tem su[b]Estância e sangue, as alegrias mais naturais e permissão ao corpo e à espírito a que todos têm recta e tão poucos têm entrada.”

Reunidas em “Desculpem Tocar no Ponto” (edição Tinta da China), as crônicas de Rubem Braga são um sobressalto de humor, de ternura e de uma acutilância sátira tão sorrateira que quase passa despercebida. O que nos recorda que, na hora da morte, o repórter pediu ao rebento que não tornasse público o dia das exéquias. “Agradeça a quem pretende qualquer disposição em contrário, por mais honrosa que seja, mas não ceda aos símbolos da morte, que assustam as crianças e entristecem os adultos. Viva a vida.” Uma mensagem adequada ao Dia do Pai, que ontem se celebrou: parabéns a quem sabe ser pai, a quem ainda o tem e/ou a quem sabe honrar a sua memória, apesar da hipocrisia que, segundo o padroeiro Henrique Raposo, um dia destes pode representa.

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