Capucho refere que o projeto da AD era a três, PSD, PS, CDS. Eles sabem do que falam com a mando de terem “estado lá”, mas ninguém os quer ouvir para manter a mistificação de que esta é somente uma versão modernizada do AD original. Não é.
Há uma indiferença bizarra a supostos acontecimentos no porvir pós-eleitoral, que não são analisados, nem discutidos, a não ser no domínio do lugar-comum, da pataratice, da dissimulação e do erro. É o caso da federação que se considera adquirida entre o PSD (o PSD é a AD…) e a possibilidade de uma federação com a Iniciativa Liberal. Adquirida uma vez que? Na verdade, a diferença substantiva mais relevante, no projecto dos princípios programáticos é o que existe entre o PSD e a IL. Mesmo na relação ao Chega as diferenças de estilo ou de excesso entre o atual PSD e o Chega, que nasceu no seu seio, são menos nítidas no contexto ideológico do que com a IL. O programa do PSD que se apresenta uma vez que “social-democrata” é suposta recusa do posicionamento ideológico da IL, e vice-versa. A maioria das coisas que, mesmo nesta campanha, Montenegro diz sobre o papel do Estado, sobre a segurança social, sobre privatizações, a encetar pela CGD, são o preciso oposto do que diz a IL. E, no entanto, acha-se procedente que os dois partidos se juntem num programa de governo caso a elaboração de deputados no próximo parlamento o permita.
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