Março 21, 2025
Quotidiano de Campo |  Rio Preto

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Texto: André Julião, de Manaus | Filial FAPESP

O dia da partida de uma expedição é secção de um longo processo que começa, pelo menos, alguns meses antes. Quando o embarque do Comandante Gomes soltou as amarras no Porto da Panair, em Manaus, pesquisadores, técnicos e estudantes da Expedição DEGy Rio Preto planejaram rotas, organizaram equipamentos e insumos e contrataram equipes de esteio no sítio.

A Filial FAPESP acompanhou secção da preparação e toda a expedição, que durou duas semanas e subiu o rio Preto de Manaus até Santa Isabel do Rio Preto. Os relatos compostos pela novidade edição da série Quotidiano de Campo (acompanhe os próximos episódios em: agencia.fapesp.br/diario-de-campo).

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“A preparação é fundamental para que o trabalho corra muito e tenhamos o maior proveito da expedição científica”, explica Osvaldo Oyakawatécnico de esteio à pesquisa do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), que coordenou os trabalhos.

A Expedição DEGy Rio Preto ocorreu no contextura do projeto “Heterogeneidade e Evolução de Gymnotiformes” (DEGy), bem pela FAPESP.

No avião com os pesquisadores foram redes, puçás, peneiras, sonar, GPS, cordas, fichas de campo para lembrete de cada modelo, pinças e tesouras para retirada de amostras de tecidos, além de luvas e microtubos de plástico para armazenamento de amostras de peixes.

No totalidade, muro de 100 quilos de material foram despachados no Aeroporto Internacional de Guarulhos no último dia 18 de fevereiro.

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Em Manaus, formol, álcool, redes, peneiras, caixas d’chuva, aeradores para manter peixes vivos, coletes salva-vidas e caixas de ferramentas somaram mais 100 quilos e saíram da Universidade Federalista do Amazonas (Ufam) e do Instituto Pátrio de Pesquisas da Amazônia (Inpa), parceiros do projeto.

Com todos os embarcados, pequenos grupos de pesquisadores prepararam o material para coletas específicas, de convénio com o interesse científico de cada um. Carlos David de Santana, pesquisador associado do Museu Pátrio de História Oriundo, do Smithsonian Institution, nos Estados Unidos, e Raimundo Nonato Gomes Mendes Júnior, exegeta ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e doutorando no MZ-USP, davam os últimos ajustes em aparelhos usados ​​na detecção de poraquês e sarapós, porquê são mais conhecidos os peixes-elétricos.

“Usamos um aparelho que detecta e amplifica os sinais elétricos emitidos pelos peixes, cujos dados são transmitidos e analisados ​​em um software. Nele, podemos observar as variações na amplitude e forma da vaga elétrica, além de medir a frequência e a duração das descargas elétricas emitidas pelos poraquês e sarapós”, explica Mendes, que, apesar de nascido e criado na Amazônia, fez sua primeira expedição no rio Preto.

Preparados

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Em outro esquina do navio avistando florestas contínuas nas duas margens do rio Thiago Lobodaque realiza pós-doutorado no MZ-USP com bolsa da FAPESP, e Rubia Machado, doutoranda na Ufam, prepararam o espinhel, um conjunto de anzóis que passaria a noite no fundo do rio para a tomada de raias.

Loboda estuda a morfologia das espécies de raias de chuva gulosice pertencentes à família Potamotrygonidae, a termo de instituir as características compartilhadas entre os diferentes gêneros. “A maioria dos trabalhos compara os membros desse grupo unicamente por meio de caracteres moleculares, por isso reforçamos essas informações com as características morfológicas”, conta.

Mais do que Gymnotiformes, a expedição é uma oportunidade para pesquisadores coletarem outros grupos que ocorrem nas águas com cor de chá da bacia do rio Preto.

Com 420 microtubos na bagagem, Machado pretende coletar amostras de esôfago, estômago, pâncreas, fígado e músculo de três espécies de raias que ocorrem na bacia do rio Preto para sua pesquisa sobre a morfologia e fisiologia do sistema estomacal desse grupo de peixes.

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Em São Paulo, Laura Donin, doutora no MZ-USP, preparou outras centenas desses tubos de plástico, colocando etiquetas em cada um com a dívida de identidade e álcool para conservação das amostras. Litros de formol aguardavam numa caixa num esquina do navio.

Quando piabas foram capturadas com peneiras nos igarapés, pequenos e grandes peixes-elétricos se emaranhassem nas redes jogadas na praia e no arrasto puxado pela voadeira e as raias fisgadas pelo espinhel ou coletadas com o puçá, tudo estava pronto para a retirada de tecidos e para a conservação de animais inteiros. A expedição estava unicamente começando.

Do MZ-USP, participação ainda da expedição Vinícius de Roble Cardosoque realiza mestradoe Jonatas Santos Lima Pereiraque também tem bolsa de mestrado da FAPESP.

Completaram o tempo dos pesquisadores Angela Zanata, professora da Universidade Federalista da Bahia (UFBA), e Lucia Rapp Py-Daniel, pesquisadora do Inpa. A tripulação contornou outras dez pessoas.

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O próximo incidente da série Quotidiano de Campo – Rio Preto poderá ser acessado em: agencia.fapesp.br/diario-de-campo.

Fonte
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