“Procurei no Google o que é que precisaria para ser candidato e pensei, porque não tentar?”, contou à filial Lusa numa entrevista em Ealing, a oeste de Londres.
Depois confirmar que cumpria os requisitos, o jovem aproveitou um pausa nos exames de final do ensino secundário para fazer uma página na Internet e recolher as 10 assinaturas necessárias.
Para concorrer também é preciso remunerar um repositório de 500 libras (590 euros), que só é devolvido se o candidato obtiver 5% dos votos da perímetro.
Conceição disse que a mãe “fartou-se de rir”, mas mas deu-lhe escora, desde que a campanha não interferisse com os exames, que são essenciais para entrar na universidade.
Com avós originários de Moçambique e da Guiné-Bissau, Pedro da Conceição mudou-se para o Reino Unificado com poucos meses de vida, juntamente com a mãe.
Apesar de os pais, ambos portugueses, estarem separados, o pai já se encontrava na capital britânica a trabalhar.
“Tenho estas duas culturas completamente diferentes, mas que são muito, muito importantes na minha vida”, disse à Lusa.
Possivelmente o mais jovem dos candidatos a estas eleições legislativas, Conceição assume uma orientação política de meio esquerda, defendendo a premência de serviços públicos, mas também reconhece alguma o valor de um “elemento de capitalismo”.
“Penso que precisamos de manter a humanidade e os valores humanos no meio [da política] e sinto que um dos problemas é que as pessoas perderem o contacto com a humanidade. Sinto que essa secção de ajudar socialmente precisa de estar presente”, afirmou à Lusa.
Interessado pela política desde novo, apesar de os pais não serem ativistas, aos 16 anos, Pedro da Conceição aderiu ao Partido Trabalhista, mas depois afastou-se e interessou-se pelos Liberais Democratas.
“Sinto que não existe nenhuma opção de centro-esquerda, um meio-termo justo que englobe valores de condolência muito uma vez que fortes princípios económicos, e foi por isso que decidi candidatar-me”, explicou.
Segundo o luso-britânico, “um candidato independente pode dar a melhor representação provável da comunidade, pois não está vinculado a nenhuma política partidária”.
Conceição quer “reunir-se com os eleitores, recolher ideias da comunidade, saber o que quer que as pessoas realmente pensem, e depois apresentá-las ao parlamento”.
“É mal teremos uma boa democracia. É mal conseguiremos que a voz de toda a gente seja ouvida”, argumenta, lamentando que a juventude não esteja muito representada no parlamento.
Pedro da Conceição é candidato pela perímetro de Ealing Southall, onde o partido Trabalhista ganhou em 2019 com 60,8% dos votos.
O jovem acredita que o conflito na Tira de Gaza e a vacilação em tutorar um sobrestar queimação e tutorar os palestinianos vai penalizar o partido Trabalhista numa zona com muitos eleitores de origem estrangeira, sobretudo indiana.
“O meu objetivo é fazer uma mossa no voto trabalhista e uma mossa no nosso atual sistema democrático. Precisemos de calcular o nosso sistema de `first past the post` [maioria simples] e pensar talvez noutro sistema político”, sugeriu.