Março 18, 2025
Rui Tavares acusa Governo de “desorientação política” e “moral”, reforçando apelos à “cooperação” da esquerda de olho num novo ciclo

Rui Tavares acusa Governo de “desorientação política” e “moral”, reforçando apelos à “cooperação” da esquerda de olho num novo ciclo

Continue apos a publicidade

No seu último exposição no XIV Congresso do Livre, Rui Tavares reforçou oriente domingo os apelos já feitos aos membros do partido, com recados para fora e para dentro face ao prolongamento da extrema-direita, e atacou o Governo da AD, que acusou de “desorientação política” e “moral”.

“O que nós temos visto no PSD é uma desorientação política, uma desorientação no Executivo. Supra de tudo uma desorientação ideológica, diria mesmo moral e moral na forma uma vez que a direita – que apesar de tudo fundou o 25 de Abril –, deveria distanciar-se e romper claramente com a extrema-direita“, atirou o fundador do Livre e membro da direção reeleito oriente domingo.

Afirmando que é necessário “firmeza de princípio” para travar a extrema-direita e uma “direita infinitamente mais radicalizada” e mais conservadora, Tavares teceu duras críticas ao Executivo de Luís Montenegro, notando que para além de não saber mourejar com o Chega só se preocupa em mudar o “logótipo” do Governo e “desonerar pessoas”, referindo-se à exoneração, por exemplo, de Ana Jorge da Santa Morada da Misericórdia.

XIV Congresso do LIVRE, no Pavilhão Municipal da Costa da Caparica.
Rui Tavares, co-porta-voz e fundador do LIVRE.

Continue após a publicidade

Ana Baião

E apontou o caminho à esquerda, renovando os apelos à convergência de olho num novo ciclo político face a um eventual cenário de legislativas antecipadas. “O combate à extrema-direita é uma tarefa que o Livre abraça e que nos próximos dois anos nos vai dar muito trabalho. Mas estamos do mesmo lado para mudar oriente país e virar o ciclo político para políticas de progresso”, sustentou.

Foi desta forma inequívoco ao pedir “cooperação” aos partidos de esquerda, considerando que haverá oportunidade para o PS, PCP, Conjunto, Livre e PAN se entenderem com vista a constituírem uma maioria no Parlamento. Um recado direto aos partidos, com socialistas uma vez que Ana Catarina Mendes, Inês de Medeiros, bloquistas uma vez que José Gusmão e comunistas uma vez que António Lopes na primeira fileira entre os convidados.

No final, a deputada e candidata do PS ao Parlamento Europeu admitia, em declarações aos jornalistas, que o Partido Socialista e o Livre estão sintonizados nessa material, registando com “aprazimento” a vontade de cooperação, e sinalizando que é “muito importante que todos os democratas se unam contra o que é o surgimento da extrema-direita e o que são os inimigos da democracia.”

Continue após a publicidade

XIV Congresso do LIVRE, no Pavilhão Municipal da Costa da Caparica.
Inês de Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada, e Ana Catarina Mendes do Partido Socialista.

Ana Baião

Piscar o olho à esquerda para as autárquicas

Além das legislativas, o historiador voltou a bracear com as autárquicas, provavelmente o próximo votação, pedindo entendimentos para essa eleição em 2025. “Todos aqueles que se reveem nessa esquerda libertária, ecológica, têm de contribuir para que nas nossas terras, nas grandes cidades, mas também nas pequenas aldeias – onde nos recusamos a despovoar ou descobrir que estão perdidos para o progressismo -, ter a capacidade de juntar mãos e concordar listas de cidadãos independentes”, sugeriu, frisando que o Livre sempre foi capaz de fazer entendimentos com outros partidos progressistas. Tal uma vez que outros dirigentes defenderam, no sábado, as alianças de esquerda em Oeiras ou em Lisboa no pretérito devem ser exemplos para outros municípios.

Continue após a publicidade

Ao estilo de liderança “autoritária”, “personalizada”, “pseudo-carismática” e “traumática” da extrema-direita em Portugal e em toda a Europa, vinca, é preciso responder com a mesma cultura de “moral” na liderança. “A democracia está a viver tempos difíceis e é importante aumentar o nível imunitário da democracia e substanciar a sua capacidade para ser resiliente”, prosseguiu, sob os aplausos de murado de duas centenas de congressistas.

Continue após a publicidade

“Os tempos são perigosos e é preciso proteger a Constituição e a missiva de direitos, liberdades e garantias”reforçou.

Manifestou-se ainda preocupado face aos ataques e atos discriminatórios contra as mulheres, emigrantes, ciganos ou outras etnias, assim uma vez que a comunidade LGBTQIA+, apelando à tolerância e ao saudação pelos direitos humanos.

XIV Congresso do LIVRE, no Pavilhão Municipal da Costa da Caparica.
Rui Tavares, Isabel Mendes Lope e Francisco Paupério

Ana Baião

Continue após a publicidade

Renovados apelos à união

Por último, Tavares apelou à união interna, à semelhança do primeiro dia de trabalhos, depois de a sua lista candidata à direção ter vencido com 61% dos votos, o que equivale a 10 dos 15 lugares no órgão, a que se juntam mais três e dois membros das listas B e C, respetivamente . “Isto não é um exposição da lista A, B ou C. É do partido Livre”, advogou, pedindo aos membros que mostrem saber trabalhar em conjunto.

Um pedido que se aplica também à lista do Livre às europeias. Tavares nunca deu peculiar destaque ao cabeça de lista, Francisco Paupério, depois a polémica das primárias abertas, preferindo falar sempre na equipa com Filipa Pinto uma vez que número dois. “Todos eles têm capacidade para erigir o Livre e trabalhar em equipa”, afiançou.

E ficou já garantia de que o partido irá refletir sobre as primárias abertas, com a aprovação de uma moção que prevê a geração de um grupo de trabalho que ficará com essa tarefa. O objetivo é prometer “franqueza” e “seriedade”, uma vez que repetiram vários dirigentes ao longo dos dois dias de reunião magna.

No final, todos os congressistas e delegações de partidos de esquerda colocaram-se de pé para trovar “Grândola, Vila Morena”, num hino aos valores de Abril. O mote já tinha sido oferecido antes por Marta Sofia, cabeça de lista do Livre às eleições regionais da Madeira, numa das intervenções mais emotivas e aplaudidas: “É necessário um 25 de Abril na região”, exclamou. Tavares disse também esperar que o partido possa contribuir para o término do “jardinismo e do albuquerquismo”. Esse será já o próximo duelo do Livre, dentro de 15 dias, quer semear uma “papoila” na Madeira.

Continue após a publicidade

XIV Congresso do LIVRE, no Pavilhão Municipal da Costa da Caparica.
Marta Sofia e Carlos Andrade, candidatos na Madeira.

Ana Baião

Fonte

Continue após a publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *