O presidente cessante do Parlamento, Augusto Santos Silva, reconheceu nesta quarta-feira a sua “itinerário política e pessoal” ao falhar a eleição porquê deputado pelo círculo de Fora da Europa.
Entrevistado na SIC Notícias, o primeiro presidente da Parlamento da República a falhou a reeleição porquê deputado relativizou novamente o seu resultado, lembrando que se candidatou num círculo “particularmente difícil para o PS”, que conseguiu seleccionar pela primeira vez em 2019, ele próprio , que depois foi reeleito em 2022.
“Senti-me-ia mal, depois de me ter candidatado pelo círculo de Fora da Europa, agora que era previsível que o PS perdesse a votação, que me fosse acantonar num dos lugares elegíveis”, salientou, justificando a sua opção pelo círculo que o elegeu nas duas eleições anteriores.
Santos Silva disse ter sido para si um ponto de honra que “num momento de maior dificuldade” se candidatou no mesmo círculo que o eleito e que permitiu que o primeiro deputado da diáspora fosse eleito presidente da Parlamento da República.
O ainda presidente do Parlamento disse que irá retomar as suas funções na Faculdade de Economia da Universidade do Porto logo que comece a novidade legislatura, mas tenciona manter a sua participação política enquanto a saúde o permitir.
Quanto a uma futura candidatura a Belém, Augusto Santos Silva decidiu pronunciar-se, com o argumento de que “o tempo das presidenciais abrandou” e de que “haverá tempo para pensar noutros assuntos”.
Santos Silva desdramatizou o número de deputados alcançados pelo Chega (50) no ano em que o 25 de Abril faz 50 anos, afirmando preferir concentrar-se na maioria dos deputados, 180, que provem de partidos democráticos.
O ainda número dois da posição do Estado afirmou ter sentido que cumpriu as suas obrigações porquê presidente da Parlamento da República, sublinhando que a sua conduta “foi sempre a mesma” e que o objectivo foi “fazer valer os seus direitos” e “anunciar quando o seu oração se torna ofensivo ou injurioso”.
“Nunca cortei a vocábulo seja a quem for”, frisou, recordando que somente na fundura em que uma bancada, a do Chega, tentou “insultar um Presidente de um país camarada” foi convocada a intervir.
“Um presidente que não interrompeu e não fez valer a pundonor e a ordem democrática não teria condições de fazer valer os seus direitos porquê presidente da Parlamento da República”, sustentou.
Outra “peta” apontada por Santos Silva foi a de o acusarem de ter proibido deputados do Chega de participarem em visitas ao estrangeiro, contrapondo que somente nas suas viagens pessoais não convidaram deputados com posturas experimentadas do sistema democrático.
“Nunca repetimos as coisas todas iguais, mas se assistisse impávido e sereno a evidentemente grosseiras das mais elementares regras de reverência recíproco, eu teria vergonha de mim próprio”, acentuou.
Santos Silva considerou ainda que o novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, “fez muito muito” ao apresentar condições para viabilizar um orçamento rectificativo do Governo da AD.
“Não podemos deixar a oposição entregue às forças extremistas, mas [a oposição] tem de ser feito com muita atenção e prudência”, defendeu, lembrando que “a força política que ganhou averbou o seu pior resultado de sempre” e o PS o seu terceiro pior, pelo que “ambos saem enfraquecidos nestas eleições”.
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