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Globos de Ouro
Numa Chuva de Estrelas no ano de 1994 nascia para o mundo a estrela Sara Tavares. Serena, com uma voz doce, mas poderosa, enchia o palco e muitos foram os que a ela se renderam. Esta noite voltou a encher o palco do Coliseu de Lisboa. Catarina Furtado relembrou a cantora.
Catarina Furtado subiu ao palco do Coliseu de Lisboa durante a gala dos Globos de Ouro para recordar Sara Tavares. Mayra Andrade, Ana Moura, Dino Santiago e Nuno Guerreiro também homenagearam a cantora.
A carreira de Sara Tavares começou com a vitória na final da primeira edição do programa da SIC Chuva de Estrelas, em 1994, com um tema de Whitney Houston.
No mesmo ano, venceu o Festival da Canção da RTP com o tema “Chamar a Música”, abrindo assim as portas da Eurovisão, onde conquistou o oitavo lugar. Dois anos depois, em 1996, estreou-se com o álbum “Sara Tavares & Shout!”.
Nas duas décadas seguintes, editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para “Balancê” (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como Artista Revelação nos prémios BBC Radio 3 World Music.
Obrigada a parar
Em 2009, Sara Tavares foi obrigada a interromper a carreira devido ao diagnóstico de um tumor no cérebro, mas a cantora acabou por voltar à música.
Em 2011, recebeu o Prémio de Melhor Voz Feminina nos Cabo Verde Music Awards e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional “Xinti”, título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.
Com a calma que lhe era característica, Sara Tavares partilhou com Daniel Oliveira no programa da SIC Alta Definição como estava a viver aquele período difícil. “Sabia que ia ter de reinventar uma outra vida”.
“Vivi os momentos todos muito intensamente”
Acrescentou na altura: “Só tenho saudades de uma pessoa, que é a minha avó. Mas não tenho saudades de mais nada, porque vivi os momentos todos muito intensamente. Sou assim meio desapegada. Vivo isto um bocado como se fosse uma passagem. Também me interessa chegar à outra margem”.
Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, “Fitxadu” (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga entre os convidados.
A par da carreira em nome próprio, Sara Tavares colaborou com vários nomes da música portuguesa e lusófona, nomeadamente Ala dos Namorados, Dany Silva, Paulo Flores, Buraka Som Sistema e Carlão.
No último ano de vida, tinha divulgado alguns temas novos, ao fim de cinco anos de silêncio. A cantora deixa o legado de uma carreira repleta de sucessos intemporais, que estão invariavelmente nos ouvidos e nas mentes dos apreciadores de música lusófona.
Uma “guerreira com uma doçura incrível”
Sara Tavares nasceu a 1 de fevereiro de 1978, em Lisboa, tendo ascendência cabo-verdiana – o que levava para as suas músicas. Cresceu no Pragal, no concelho de Almada.
No dia 19 de novembro de 2023, muitas foram as mensagens a destacar o brilho e o talento de Sara Tavares. O Presidente da República, o Governo português e o de Cabo-Verde, muitos artistas e desconhecidos escreveram sobre a menina da voz doce.
O cantor Paulo Flores recordou Sara Tavares como uma guerreira. “Era uma luz que nos iluminava a todos”. Era uma “guerreira com uma doçura incrível”, acrescenta o amigo da cantora.
Dezasseis cantores vão juntar-se aos músicos e à equipa que acompanhava a música Sara Tavares para um concerto no dia 19 de novembro no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para homenagear a artista.
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