O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) desmantelou, esta quinta-feira, uma rede criminosa “que se dedicava à prática dos crimes de auxílio à imigração ilícito e falsificação de documentos, através de um esquema fraudulento para emissão de autorizações de residência a cidadãos estrangeiros”, a maioria do Bangladesh.
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A operação “Tempo Evidente”, assim denominada pelo SEF, começou há dois anos e partiu do sul do país. A direção-regional do Algarve detetou um número irregular de pedidos de residência, todos para a mesma morada. Foram vários os cidadãos do Bangladesh que o fizeram, num limitado espaço de tempo, o que levantou suspeitas. Os imigrantes estavam no Algarve para a colheita de frutos vermelhos e conseguiram obter a autorização de residência através de documentos falsificados fornecidos por uma empresa especializada no matéria.
A empresa tinha um escritório na Rua do Benformoso, na zona do Martim Moniz em Lisboa, que funcionava uma vez que uma espécie de “loja do cidadão”, mas clandestina. Ao que a TSF apurou, tinha balcões de atendimento e o serviço era assegurado por quatro funcionários também naturais do Bangladesh.
Ao balcão eram vendidos todo o tipo de documentos falsificados, desde contratos de trabalho a atestados de residência. Com estes papéis na mão, e a matrícula na Segurança Social e Finanças assegurada pela rede, os clientes obtinham a autorização de residência portuguesa a troco de 500 euros. Portugal serviria, segundo o SEF, uma vez que porta de ingresso para o Espaço Schengen. Ao todo foram mais de centena os clientes desta “loja do cidadão” clandestina, a maioria procedente do Bangladesh.
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O SEF deteve os quatro funcionários da empresa e o responsável pela rede, também proveniente do Bangladesh. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com a ajuda de dez inspetores, apreendeu material informático e documentos.
A “loja do cidadão” clandestina está agora encerrada.