Maio 9, 2025
Shelley Duvall (1949-2024), esposa aterrorizada de The Shining |  Cinema
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Shelley Duvall (1949-2024), esposa aterrorizada de The Shining | Cinema #ÚltimasNotícias

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O rosto da actriz Shelley Duvall, falecida esta quinta-feira aos 75 anos de idade, devido a complicações de diabetes, tornou-se indissociável da sua frase de terror nas fotos de rodagem do filme de Stanley Kubrick O cintilação (1980). “Uma experiência que não trocaria por zero,” porquê disse a actriz numa entrevista, “porque era o Stanley, e porque foi uma aprendizagem fascinante. Mas não quereria voltar a ter uma experiência assim.”

E, de facto, não teve. A actriz que foi uma das maiores descobertas do cinema americano dos anos 1970, trabalhando com Robert Altman e Woody Allen e vencendo o prémio de tradução feminina em Cannes em 1977 por Três Mulheresdedicar-se-ia essencialmente à televisão para crianças nos anos 1980 porquê produtora, fazendo pontuais aparições em séries porquê As Teias da Lei ou aceitando papéis secundários em filmes porquê Os Ladrões do Tempo, de Terry Gilliam (1981), Roxanade Mick Jackson (1987) ou Retrato de uma Senhorade Jane Campion (1996).

Nascida em 1949 no Texas, Shelley Duvall, filha mais velha de um legisperito e de uma mediadora imobiliária (e sem parentesco, apesar do sobrenome, com o actor Robert Duvall), não tinha experiência nem pessoal vocação para a representação. Mas a vigor instintiva que a actriz emitia, muito porquê a sua presença desengonçada e excêntrica, cativou Robert Altman, que estava em 1970 no Texas a rodar Brewster McCloud, e que a convidou a entrar no filme.

Seria o primeiro dos sete filmes em que Altman a dirigiu, seguindo-se-lhe em rápida sucessão A Noite Fez-se para Amar (1971, com Warren Beatty e Julie Christie), Todos Somos Ladrões (1974), Nashville (1975), Buffalo Bill e os Índios (1976) e Três Mulheres (1977), ao lado de Sissy Spacek e Janice Rule. Leste último valer-lhe-ia o prémio de representação feminina em Cannes e levaria ao invitação de Stanley Kubrick para o papel principal feminino da sua adaptação de Stephen King, contracenando com Jack Nicholson.

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Altman dirigi-la-ia uma última vez, no papel de Olívia Palito na mal recebida extravagância músico Popeye (1980), com canções de Harry Nilsson e Robin Williams no papel do navegante criado pelo cartoonista E. C. Sagar. Um papel que Duvall diria ter nascido para interpretar, “porque quando eu era pequena os miúdos chamavam-me Olívia Palito por eu ser tão magrinha e ter pernas fininhas”.

Em 1977, numa entrevista ao quotidiano norte-americano O jornal New York Times e agora citada pelo britânico O guardiãoa actriz dizia do cineasta: “Ele oferece-me papéis do caraças, nenhum dos quais igual ao anterior”: “O Bob é porquê família para mim”, disse do realizador falecido em 2006. “Ele confia muito em mim, respeita-me, não me restringe nem me intimida.” Ao contrário de O cintilaçãotreze meses de rodagem intensa e tensa durante os quais Kubrick “antagonizou” o elenco e na qual Duvall e Nicholson repetiram 127 vezes (!) a cena em que ele a intimida com um taco de basebol.

O invitação do realizador de Barry Lyndon e 2001 fora irresistível para a actriz, que a lendária sátira de cinema Pauline Kael descreveria porquê “versão feminina de Buster Keaton”: descontando a sua participação em Prometida e Nubente, de Woody Allen (1976), até aí praticamente só tinha trabalhado com Altman e sentia precisar de se confrontar com outras abordagens. “Nunca mais voltarei a dar tanto de mim a uma personagem”, disse a actriz numa entrevista de 1981. E não voltou. Afastando-se de Hollywood, acabaria por pôr em prática um projecto macróbio de ajustar contos de fadas e histórias populares clássicas, produzindo e apresentando entre 1983 e 1993 cinco séries de programas para crianças e adolescentes exibidas no ducto Showtime que lhe valeram duas nomeações para os Emmy.

Desde 2002 que Shelley Duvall estava retirada da representação, vivendo pacatamente com o músico Dan Gilroy, seu companheiro desde 1989 — primeiro em Los Angeles, e, depois do terramoto de 1994, no Texas. Antes, fora casada com o artista Bernard Sampson entre 1970 e 1977, e companheira entre 1977 e 1979 do cantor-compositor Paul Simon, que conheceu nas rodagens de Annie Hall.

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Em 2016, a sua participação no programa de entrevista do psicólogo Phil McGraw, onde debateu claramente os seus problemas de saúde e parecia suportar de ilusões paranóicas, levantou acusações de exploração e crueldade por secção do apresentador, com a filha de Stanley Kubrick, Vivian, a erguer-se em resguardo da actriz. Em 2021, o jornalista da Repórter de Hollywood Seth Abramson localizou-a para uma entrevista na qual revelou que, longe de ter sucumbido a doenças mentais, a actriz estava ainda em plena posse das suas faculdades e vivia a vida que queria, porquê queria, onde queria.

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