Setembro 29, 2024
Sindicatos da carteira afetos à UGT pedem mediação da Direção-Universal do Ofício para negociação salarial

Sindicatos da carteira afetos à UGT pedem mediação da Direção-Universal do Ofício para negociação salarial

As três estruturas sindicais da carteira afetas à UGT (Mais Sindicato, SBN e SBC) pediram a mediação da Direção-Universal do Ofício e das Relações de Trabalho (DGERT), para concluírem as negociações salariais com os bancos subscritores do Congraçamento Coletivo de Trabalho (ACT), rejeitando o aumento de 3% já negociado com o Sindicato dos Pátrio dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB).

Esta negociação decorre há meses na Associação Portuguesa de Bancos (APB) e entre os bancos subscritores estão o Santander, o BPI, o Novo Banco, entre outros.

O recurso à DGERT decorre do facto de as negociações não terem ainda chegado a bom porto. Os sindicatos não conseguem que estes bancos descolem dos 3% de atualização salarial para 2024. Recorde-se que os sindicatos pediam uma atualização de 6%.

Para leste impasse concorreu também o facto de o SNQTB ter negociado um aumento de 3% com os bancos subscritores do ACT junto da APB, numa negociação unilateral, que começou por ser conjunta com todos os sindicatos.

O Mais Sindicato, o Sindicato Pátrio dos Trabalhadores da Carteira, Seguros e Tecnologias (SBC) e o Sindicato dos Trabalhadores do Sector Financeiro de Portugal (SBN) invocam o recurso à DGERT “face ao impasse do processo ao término de mais de seis meses de negociação”.

Num expedido divulgado esta segunda-feira, as estruturas sindicais afetas à UGT sublinham a “intransigência das instituições de crédito (IC) subscritoras do ACT do setor bancário ao longo das negociações de revisão salarial para 2024”, depois de em novembro do ano pretérito terem apresentado a sua reivindicação de 6% de aumento nas tabelas salariais e cláusulas de sentença pecuniária, para ativos e reformados”.

Sintoma do trabalhadores afectos ao Sindicato Pátrio dos Quadros e Técnicos Bancários, em maio de 2024

João Girão

Sistema financeiro

Os três sindicatos referem que têm tentado “contribuir para um consenso que permitisse um contrato, reformularam já a proposta inicial por diversas vezes, tendo apresentado a quinta e última em abril”. E advertem que “ao longo destes meses, as instituições de crédito foram arrastando as negociações, rejeitando sempre os esforços dos sindicatos”.

As mesmas estruturas dão ainda nota de que os bancos avançaram com “uma primeira contraproposta de 2%, alteraram-na para 2,5% e, no final de maio, avançaram com um aumento final de 3%, aceite por outro sindicato”, e rejeitado pelos sindicatos da UGT.

Os sindicatos deixam um aviso ao sector: “se o comportamento observado na revisão do ACT do setor bancário for adotado por outras instituições, porquê a CGD ou o BCP, e as negociações em curso não evoluírem, a resposta será igual, pois não podem admitir tão míseros aumentos perante tão elevados lucros”.

Sindicatos dizem que perda de poder de compra é de 7,3%

Os sindicatos afetos à UGT dizem rejeitar a proposta de 3% “em nome da justiça para com os trabalhadores e reformados que representam”, uma vez que esta “não compensa o poder de compra perdido nem garante a justiça na secretaria dos enormes ganhos de produtividade do setor”.

E as mesmas entidades dão nota da “discrepância entre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC – vulgo inflação) e os aumentos salariais dos bancários”, quer em 2021 (em que o IPC variou 1,3% e o aumento salarial foi de 0,5%), quer em 2022, (IPC a subir 7,8% e aumento salarial de 1,1%). Em 2023 a inflação foi de 4,3% e o aumento salarial de 4,5%. Os sindicatos concluem que a “perda efetiva do poder de compra dos trabalhadores foi de 7,3%”.

As três estruturas referem que se debatem não somente com a atualização salarial mas também com o aumento das reformas. E recordam ainda que “os lucros dos bancos têm desenvolvido exponencialmente (2023), o que se repetiu no primeiro trimestre deste ano”. “Soma-se a sumarento redução de custos devido ao fecho de balcões e, consequentemente, a subtracção de trabalhadores”, acrescentam.

“Nunca poderíamos pactuar pactuar com mais uma penalização para os bancários, aceitando um aumento de 3% para ativos e reformados, que além de insuficiente é absolutamente injusto”, concluem os sindicatos afetos à UGT.

Fonte

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *