Março 18, 2025
Socialistas questionam ministro das Finanças sobre redução de serviços na CGD | Caixa Geral de Depósitos
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O Grupo Parlamentar do Partido Socialista questionou nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Joaquim Miranda Sarmento, sobre a redução de serviços realizada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) em muitas agências, boa parte delas localizadas nas regiões do interior e ilhas . Em uma das perguntas eles pretendem saber “qual a posição do Governo” em relação à estratégia do banco público, que afeta particularmente as regiões do interior continental e as duas regiões autônomas.

Como o PÚBLICO noticiou na edição desta terça-feira, a redução de serviços implica o fim dos saques e depósitos em cerca de 40 balcões, mas que podem chegar a uma centena, o que obriga à utilização exclusiva das máquinas automáticas, mas apenas para quem tiver e souber usar um cartão de débito, comumente chamado de cartão multibanco.

O alerta para a redução de serviços na instituição liderada por Paulo Macedo é feito pela Comissão de Trabalhadores (CT) da CGD, chamando a atenção para a “degradação do serviço público”, nomeadamente, pelo facto de proceder ao encerramento de tesourarias em dezenas de agências, criando constrangimentos a populações, empresas, municípios e serviços do Estado. “Dito de outro modo, a CGD pretende transformar dezenas de agências em espaços mais pequenos e com menos serviços e sem o adequado atendimento presencial, que é especialmente importante em territórios habitados por idosos e por pessoas com baixa literacia financeira e digital”, destaca o grupo parlamentar na missiva enviada ao ministro das Finanças, a que o PÚBLICO teve acesso.

Nas perguntas enviadas ao governante, “nos termos legais e regimentais aplicáveis”, os deputados subscritores, onde se inclui a líder parlamentar, Alexandra leitão, querem saber “que medidas/diligências o Governo vai adotar ou já adotou para assegurar o interesse público e a salvaguarda das necessidades das populações dos territórios em questão”. Mas também se o ministro das Finanças “tem conhecimento da situação descrita”, pela CT e se o governante ou o Ministério das Finanças “foi auscultado ou emitiu alguma opinião/parecer sobre o assunto? Se sim, em que termos?”.

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Lembrando que “a CGD é uma das mais relevantes instituições financeiras do sistema bancário nacional, sendo o Estado Português o seu acionista único”, a iniciativa do grupo parlamentar, onde se incluem deputados eleitos pelos círculos eleitorais do interior e regiões autónomas, quer ainda saber se “as autarquias onde se pretende proceder ao encerramento ou redução de serviços bancários da CGD foram envolvidas ou ouvidas”. Destacando ainda o fato de que, em 2023, a CGD apresentou lucros históricos, que totalizaram 1291 milhões de euros, a que se somam, no primeiro semestre de 2024, um valor de 889 milhões de euros.

“A confirmar-se o encerramento ou a redução de serviços públicos bancários pela CGD em regiões com menor população, nomeadamente no interior de Portugal ou nas Regiões Autónomas, constituirá um agravamento nas condições de vida das populações desses territórios despovoados e envelhecidos, não contribuindo – mas antes prejudicando – a coesão territorial do país”, dizem os deputados, acrescentando que “está é, pois, uma matéria que exige atenção por parte do Governo, não podendo o Ministério das Finanças desresponsabilizar-se sobre o assunto, pois estamos diante de matéria de interesse público”.

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O PÚBLICO questionou o Ministério das Finanças e o Banco de Portugal sobre o impacto das mudanças em curso nas agências da Caixa, mas ainda não obteve resposta. Também a associação Nacional de Municípios se mantém em silêncio, apesar da preocupação e revolta de vários autarcas afetados pelo supressão de serviços, sendo que muitos balcões terão apenas um funcionários para assegurar a venda de produtos financeiros e outros serviços, apoiar clientes, e mesmo gerir os fundos das máquinas automáticas.

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