A Confederação Democrática (AD) e o PS descem dois pontos percentuais cada, enquanto BE, Livre, CDU e PAN sobem um ponto cada na sondagem desta semana feita pelo Núcleo de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1. Os dados demonstram, assim, um resgate do voto útil nos dois partidos principais e o mercê dos pequenos partidos à esquerda.
Outra novidade na sondagem desta semana é que a AD, coligação entre PSD, CDS e PPM, mais a Iniciativa Liberal perfazem 39% (no estudo do Cesop da semana passada somavam 41%), a mesma percentagem que somam as intenções de voto no PS , BE, Livre e CDU, coligação entre o PCP e o PEV.
Oferecido o empate entre o conjunto das forças de esquerda e o conjunto da direita (no qual não é tido em conta o Chega, porque tanto o líder do PSD, uma vez que o da IL, já recusaram qualquer tipo de coligação, seja governativa, seja parlamentar, com o partido de André Ventura), o PAN (que tanto se pode coligar à esquerda uma vez que à direita) poderia assumir, neste cenário, o papel de influenciadoristo é, fazendo pendurado o seu suporte para um dos lados do hemiciclo e, dessa forma, contribuindo para definir quem irá governar.
Dos 1207 inquiridos, 33% declaram que tencionam votar na AD, baixando assim a intenção de voto em dois pontos percentuais, em relação aos 35% de há uma semana (números com distribuição de indecisos). O PS baixou também de 29% para 27%. A diferença entre ambos continua a ser de seis pontos percentuais, e está tangencialmente fora da margem de erro, que é de mais ou menos 2,8%.
O BE sobe de 4% para 5%, o Livre de 3% para 4%, a CDU de 2% para 3% e o PAN de 1% para 2%. Com a mesma percentagem, em relação à última sondagem do Cesop, continuam o Chega, com 17%, e a IL, com 6%.
Já na intenção de voto direto, ou seja, as respostas dadas pelos inquiridos, sem que seja aplicada distribuição de voto dos indecisos, a coligação vencedora por Montenegro e o partido de Pedro Nuno Santos descem na mesma proporção: a AD cai de 27% para 25 %, e o PS de 22% para 20%. Neste indicador, o Chega sobe de 13% para 14%, o Livre de 2% para 3% e a CDU de 1% para 2%. Mantém o mesmo peso para IL, com 4%, o BE, com 3%, e o PAN, com 1%.
Os indecisos aumentam de 17% para 20%. E 84% dos inquiridos dizem: “de certeza vai votar”.
Não há maioria absoluta
Quanto à distribuição de deputados, a sondagem da Universidade Católica aponta para que estas intenções de voto permitiriam que a AD elegesse entre 86 e 96 mandatos. O PS conseguiria entre 69 e 79 parlamentares. E o Chega atingiu entre 33 e 41 lugares no hemiciclo de São Bento.
Mais detrás ficariam a IL, entre seis e dez deputados; o BE, entre cinco e sete; o Livre, entre três e quatro; a CDU, entre três e cinco; e o PAN dois deputados. Leste projeto não inclui os quatro deputados eleitos dos círculos da Europa e Fora da Europa.
Assim, mesmo no melhor cenário para a AD e a IL, já que duas forças não iriam além dos 106 deputados (a 10 do patamar mínimo da maioria absoluta). Por outro lado, PS, BE, Livre e CDU juntos, mesmo no melhor cenário somam 95 deputados (menos um do que os 96 do melhor registo verosímil para a AD). A distribuição de mandatos mostra logo que não há qualquer cenário verosímil de maioria absoluta e que Pedro Nuno Santos teria mesmo de fazer jus ao prometido e viabilizar um executivo minoritário da AD.
Quanto à taxa de exclusão, a CDU é quem atinge a maior, com 70% dos inquiridos a dizerem que é “zero provável” votar nesta coligação. Seguem-se o Chega, com 64%, o BE e o Livre, ambos com 60%, o PAN, com 59%, a IL, com 51%, o PS, com 43%, e a AD, com 33%.
Mas quando se analisa a taxa de eleitos no eleitorado que em 2022 votou no PS, verifica-se que a maior é a do Chega, com 78%. Segue-se a IL, com 67%, a CDU, com 64%, o PAN e o Livre, com 57%, o BE, com 51%, a AD, com 50%. E 10% dos eleitores do PS que há dois anos votaram nos socialistas disseram ser “zero provável voltar a votar no mesmo partido”.
Em relação aos inquiridos que há dois anos votaram no PSD ou no CDS, a maior taxa de exclusão é em relação à CDU (87%). Segue-se o BE, com 77%, o PAN e o Livre, com 69%, o PS, com 65%, o Chega, com 57%, a IL, com 33%. Exclusivamente 5% dos inquiridos que votaram PSD ou CDS em 202, dizem que é “zero provável” votarem na AD. Neste universo de votos, verificam-se maiores níveis de exclusão face a quaisquer dos partidos da esquerda do que relativamente ao Chega.
Em suma, o PS tem maiores níveis de exclusão do que a AD, enquanto a Confederação Democrática regista maior verosimilhança de voto de simpatizantes de outros partidos do que os socialistas.
PS perde mais concorrentes do que o PSD
Outra leitura verosímil nesta estudo é a de que, entre os inquiridos que votaram no BE em 2022 há agora disponibilidade para voarem no partido de Pedro Nuno Santos e no de Rui Tavares: 16% indicam querer agora votar no PS e 12% no Livre. Dos que votaram no CDS, 88% dizem agora votar no AD, 6% na IL e outros 6% no Chega. Já a CDU perde para várias forças: 5% para a AD e outros tantos para o BE, 3% para o Chega, 8% para o Livre e 13% para o PS.
Do eleitorado do Chega nas legislativas de há dois anos, somente 3% dizem agora votar AD, 1% na IL e 1% no PS. A IL perde 30% dos eleitores de há dois anos para a AD e 9% para o Chega. Mantêm a intenção de voltar a votar na IL 53% dos inquiridos. Entre os eleitores do Livre em 2022, 9% dizem ir agora votar na IL e 9% no PS. Já o PAN perdeu 33% do seu eleitorado de 2022 para a AD.
O PS perde maior percentagem de deputados do que o PSD. Entre os inquiridos, 52% dos eleitores sociais-democratas em 2022 dizem agora votar PS, ao passo que 65% dos eleitores sociais-democratas dizem ir votar AD. Por outro lado, 8% dos deputados do PS indicam agora querer votar AD, enquanto nem um dos deputados do PSD em 2022 diz agora votar PS.
Face às eleições de há dois anos, o PS perde 2% para o BE, 1% para a CDU, 5% para o Chega, 2% para IL, 3% para o Livre e 1% para o PAN. Por seu lado, a AD perde, no que diz saudação aos eleitores que em 2022 votaram no PSD, 1% para o BE, 10% para o Chega e 4% para a IL.
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