Não se pode expressar que o Sporting tenha apostado todas as fichas na Liga Europa, mas também não se pode expressar que tenha abdicado dela. E isso fica muito expresso no resultado da primeira mão dos oitavos de final da Liga Europa, frente à Atalanta, um empate (1-1) em modo gestão de recursos a pensar, não só no jogo da segunda mão (que será na quinta-feira da próxima semana), mas também na difícil movimento para Arouca, neste domingo. Os leões continuam sem conseguir vencer a formação de Bérgamo nesta Liga Europa, depois de uma itinerário e um empate na período de grupos.
Amorim tinha prometido um Sporting dissemelhante neste terceiro confronto com a formação de Bérgamo e cumpriu. Koindredi, médio galicismo contratado ao Estoril, foi titular pela primeira vez, e Paulinho regressou ao “onze” inicial, ocupando, respectivamente, os lugares dos indiscutíveis Hjulmand e Gyökeres. Era a urgência de gestão de recursos numa profundidade em que os “leões” jogavam de três em três dias. Não foi propriamente Amorim a recusar da Liga Europa. Com essas opções (e que fez depois), era Amorim a tentar ir a todas.
Gasperini também fez o mesmo na Atalanta, abdicando de alguns titulares, mas não dos seus princípios de pressão subida com marcações individuais. Mas os “leões”, com o conhecimento dos dois jogos anteriores, conseguem responder muito a essa pressão, mesmo numa versão selecção. Foi num desses momentos que chegou ao gol, aos 17′. Pressão subida da Atalanta junto à dimensão, Trincão libertou-se dela e ficou com espaço para progresso. Paulinho acompanhou a corrida e ficou na posição certa para continuar na direção da dimensão. Musso saiu da marca, procurou encurtar o espaço do avançado sportinguista, mas já foi tarde. De pé esquerdo, Paulinho rematou cruzado e fez o gol.
Estar em vantagem frente à Atalanta já era uma novidade em relação aos jogos anteriores, em que o Sporting tinha começado a perder. Mas a Atalanta não abdicou da sua identidade, mantendo essa pressão permanente. E os “leões” passaram um mau mica. O poste da marca de Israel devolveu remates de Holm (23′) e Scamacca (24′), e o guardião Uruguaio fechou a sua marca às bolas de Éderson (26′) e De Roon (30′).
Os “leões” acabaram por ceder à pressão subida da equipe de Bérgamo já perto do pausa. Aos 39′, Quaresma fez um passe na direcção de Israel, nem ele nem Coates se entenderam sobre quem iria à globo, e Scamacca acabou a fazer o mais do que unicamente golo do empate. E a Atalanta poderia muito ter ido para o pausa em vantagem, não fosse novidade mediação de Israel a um cabeceamento de Scamacca.
Ao pausa, Amorim mandou para o campo St. Juste, Hjulmand e Gyökeres, abdicando de Diomande, Koindredi e Edwards. Esta já era uma equipa mais “normal” e o Sporting conseguiu dividir melhor o jogo. Teve logo uma boa hipótese de marcar, com um remate de Geny Catamo depois jogo individual, mas foi com pouco risco para as mãos de Musso. Foi um início prometido da segunda segmento para um Sporting mais completo, com a sua dupla habitual de meio-campo e a sua maior referência no ataque.
Sempre perigosa, a Atalanta voltou a ajustar no ferro da marca “leonina” aos 60′, desta vez por Lookman, depois de “distrair” com Quaresma. Mas dois minutos depois, os “leões” também tiveram a sua globo no ferro, num cabeceamento de Coates a classificações de Trincão.
A última meia-hora foi mais de sustos e sofrimento para o Sporting, com pouca presença em zonas de ataque e a tentativa de suster as muitas investidas da Atalanta, mas o empate manteve-se. E não se pode expressar que tenha sido um mau resultado, tendo em conta as situações do jogo, a forma uma vez que decorreu e o que ainda tem pela frente. Mas também não foi bom. Amorim disse tudo no final do jogo: o Sporting sobreviveu.
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