Bisneto, neto e fruto de grandes empresários do Setentrião, tendo proveito “endurance” no seio do grupo Nelson Quintas – com negócios nas áreas industrial, imobiliário, seguros, hotelaria e lazer -, a paixão de Ricardo Quintas pelos automóveis começou em 1973, quando o pai lhe ofereceu um carrinho a pedais. “Lembro-me perfeitamente de ter dito aos meus amigos, na rua onde vivia: ‘Um dia vou por um motor neste carrinho’.”
Quando chegou a adulto, tirada a missiva de meio, começou por ter carros pequenos e baratos, tendo ficado para sempre na sua memória um VW Golf, comprado em segunda mão: “Foi o melhor sege que tive e que me ficou no coração.”
Entretanto, foi poupando para que um dia pudesse ter o sege dos seus sonhos…. Ou alguns, que guarda hoje na sua coleção e que utiliza pontualmente. “Neste momento tenho um Mercedes-Benz 190 SL de 1955, todo restaurado, muito porquê um Porsche 911 GTS de 2015.”
Porém, “o verdadeiro sonho é ter um sege feito por mim, pela minha equipa, um sege português”, confessa.
Lembra-se da promessa que fez em 1973? Demorou meio século a executar. Esta terça-feira, 14 de maio, pelas 19 horas, no Prédio da Alfândega, no Porto, Ricardo Quintas lidera a protocolo de lançamento do Furia, o primeiro “superdesportivo” português da Adamastor, a marca inspirada n’Os Lusíadas e que tem o empresário porquê cofundador e CEO.
Explorar o mundo inteiro, começando pela Europa e os Emirados Árabes Unidos
O Furia resulta de um investimento de 17 milhões de euros, a executar completamente até ao final deste ano, que será produzido em Perafita, concelho de Matosinhos, num espaço com uma superfície de 2.225 metros quadrados, com potencial de expansão para cinco milénio.
É cá que a Adamastor estima produzir 60 unidades da sua versão estrada, a que foi hoje apresentada e que pode obter os 300 quilómetros por hora.
“O projecto de negócios da Adamastor prevê entregar já em 2025 dois carros de estrada e outros dois em versão de competição, embora a capacidade instalada prevista pela Adamastor seja de 25 automóveis por ano, a qual estimamos implementar já em 2026. Isto para além do fornecimento de peças de reposição e substituição. A Adamastor vai sempre produzir séries limitadas a 60 unidades dos seus modelos”, afirma Ricardo Quintas, que lidera uma equipa de 14 profissionais.
Numa primeira período, “por questões relacionadas com a homologação”, a Adamastor pretende instalar-se no mercado europeu e nos Emirados Árabes Unidos. “Posteriormente, o objetivo é, obviamente, expandir para o mercado dos Estados Unidos, América do Sul, Oceânia e Ásia”, avança o empresário.
A Adamastor não vai investir em “showrooms”: Os automóveis da marca portuguesa “vão ser vendidos exclusivamente na sua fábrica, onde o cliente poderá configurar o seu supercarro ao seu sabor”.
E, quando for necessária uma mediação de manutenção ou reparação, é a Adamastor que “vai ao encontro do cliente e não o contrário, porquê é habitual”.
Ou seja, “a equipa deslocar-se-á até junto do veículo e fará uma avaliação dos possíveis danos. Se necessário, será proposto fazer o transporte para a fábrica da Adamastor para que o veículo seja restaurado até ao seu estado original. No caso de uma reparação ligeira ou operação de manutenção, e se existirem condições para tal, a mediação pode até ser feita em vivenda do cliente”, afiança Quintas.
“Concorrência muito identificada, desde logo a Aston Martin e o seu Valkyrie”
E qual o tipo de cliente a que a Adamastor pretende recorrer? Identificámos três tipos de cliente: Desde logo, o colecionador de automóveis exclusivos, um cliente que aprecia o viatura porquê uma máquina que, tal porquê uma obra de arte, irá, eventualmente, valorizar. Não só em termos de valor financeiro propriamente dito, oferecido tratar-se de uma edição muito limitada, mas, também, valorizar a sua coleção privada”, começa por sinalizar.
“Por outro lado, existe também o cliente que é amante da subida performance, do segmento individual dos supercarros e que pretende usufruir de uma máquina que é, no fundo, um Fórmula 1 com carroçaria e matrículas, e, ainda, o condutor que, pontualmente, quer usar o seu supercarro em pista, por exemplo, participando em ‘track days’”, remata o empresário.
Relativamente às marcas que vê porquê as principais concorrentes da Adamastor, Quintas revela que, de congraçamento com um estudo de mercado feito pela empresa, a sua concorrência está “muito identificada, desde logo a Aston Martin e o seu Valkyrie, mas também marcas porquê a Pagani, a Koenigsegg, a Rimac, sem olvidar outras porquê a Mercedes-Benz, Audi, Porsche e Ferrari na categoria dos supercarros”.
Já a Adamastor, enfatiza Quintas, irá “propor um tanto, em termos de performance, muito semelhante, mas com uma abordagem ‘keep it simple’, uma proposta verdadeiramente competitiva”, assegura.
Preço do Furia: 1,6 milhões de euros, a que acresce impostos, atirando o valor final para lá dos dois milhões de euros.
Ficha técnica do Adamastor Furia
Chassis:
Ligamento de carbono
Dimensões exteriores
Comprimento: 4.560 mm
Largura: 2.212 mm
Profundidade: 1.098 mm
Peso: 1.100 kg (dry na versão Race)
Largura de vias
Frente: 1.755 mm
Traseira: 1.705 mm
Intervalo entre eixos: 2.800 mm
Suspensão
Geometria: triângulos duplos desacoplados, mola helicoidal sobre amortecedor
Afinações possíveis: toe, camber, caster, profundeza ao solo, roll sOffness, bump sOffness
Motor
Arquitetura: 6 cilindros em V, biturbo, de origem Ford Performance
Deslocamento: 3,5 litros
Potência máxima: + 650 cavalos
Binário sumo: + 571 Nm
Combustível: Gasolina; comportável com combustíveis sintéticos
Velocidade máxima: superior a 300 km/h na versão de estrada
Aceleração de 0 a 100 km/h: tapume de 3,5 segundos
Aceleração de 0 a 200 km/h: tapume de 10,2 segundos
Downforce sumo
Corrida: 250 km/h – 1.800 kg
Estrada: 250 km/h – 1.000 kg
Travões
Discos de 378 mm avante e de 356 mm detrás. Pinças de 6 êmbolos avante e de 4 êmbolos detrás.
Variação da força de travagem disponível na versão Race.
Equipamento de série
ABS e TC
Opções de personalização
A Adamastor permite uma grande liberdade de personalização do Furia, inclusivamente no design interno.
Produção prevista
Série limitada de 60 unidades
Preço da versão de estrada (road permitido):
Estimado em 1,6 milhões de euros + impostos