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A ida do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) à cúpula do BRICS, em Kazan, na Rússia, incomodou a liderança ucraniana, que se recusou a receber António Guterres em Kiev. Desta vez, foi o presidente da Ucrânia quem expressou diretamente seu descontentamento. Em entrevista ao jornal indiano Times of India, Volodymyr Zelensky acusou o ex-primeiro-ministro português de ter tomado uma posição “surreal” — e até mesmo “pró-russa”.
Atacando a ideia de “neutralidade” que motivou a visita do secretário-geral da ONU à Rússia, o Presidente ucraniano afirmou que “não se pode dizer hoje em dia que se é neutral na guerra”. “Ninguém pode dizer que é neutro. Ser neutral é estar ao lado da Rússia”, assinalou Volodymyr Zelensky, que realçou que essa ideia de “neutralidade” não é exclusiva da ONU e também há “vários países” que mantêm esse posicionamento.
“Entre o agressor e a vítima, não pode haver neutralidade”, prosseguiu Volodymyr Zelensky. “É uma espécie de apoio escondido à Rússia”atacou ainda o Chefe de Estado.
Na visão de Volodymyr Zelensky, quem “esteve presente” na cúpula dos BRICS e falou sobre “neutralidade” e que mencionou que “gostava de resolver a guerra” — como António Guterres fez — assume, “na sua opinião”, um posicionamento “ pró-Rússia”.
“Isso significa que não é sobre a paz. Quem começou a guerra foi a Rússia. Quer queiram ou não, quer entendam ou não, [existe] um facto: neutralidade nesta guerra significa apoio à Rússia”reiterou Volodymyr Zelensky, lembrando: “Isso é guerra. Depois de todas as vítimas, tortura, deportações de crianças…”.
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Na cúpula dos BRICS, António Guterres fez questão de apelar por uma “paz justa” na Ucrânia que esteja de acordo com a “carta das Nações Unidas, o Direito Internacional e as resolução da Assembleia-geral”. “Enfatizei que, em todo o lado, devemos tomar em consideração os valores da carta da ONU, o Estado de direito, os princípios de soberania, independência política e integridade territorial do Estados”, prosseguiu, numa publicação do X (antigo Twitter).
Estou voltando de Kazan, onde participei mais uma vez da sessão de divulgação da Cúpula dos BRICS que representa quase metade da população mundial.
Na sessão, apelei a uma paz justa na Ucrânia, em linha com o @UN Carta, direito internacional e Assembleia Geral…
— António Guterres (@antonioguterres) 25 de outubro de 2024
Nessa mesma publicação, o secretário-geral da ONU também ressaltou que, durante seu encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, lhe comunicou que a “invasão russa na Ucrânia violava a carta das Nações Unidas e o Direito Internacional”.
Zelensky se recusou a receber Guterres após “humilhação” em Kazan
Na última sexta-feira, um alto funcionário presidencial ucraniano considerou uma humilhação que António Guterres tenha ido à cúpula do BRICS, principalmente após o secretário-geral da Otan se recusar a ir à cúpula de paz, que a Ucrânia organizou na Suíça em meados de junho.
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