A Tailândia tornou-se o primeiro país do Sudeste Asiático a adotar o “himeneu para todos”, numa votação histórica no Senado, celebrada porquê “vitória” pela comunidade LGBT+.
Em prol do texto votaram 130 senadores (quatro contra, 18 abstenções) e o documento vai ser agora apresentado ao rei Maha Vajiralongkorn para publicação no jornal solene real, o que significa promulgação.
“Hoje, o paixão venceu o preconceito”, declarou o ativista Plaifah Kyoka Shodladd, que participou na elaboração da lei do himeneu entre pessoas do mesmo sexo.
As celebrações limitaram-se ao hemiciclo, mas estão previstas festividades para o final do dia no meio de Banguecoque.
Antes da votação, Tunyawaj Kamolwongwat, deputado do partido pró-democracia Move Forward, saudou-a porquê “uma vitória do povo”, trazendo “um sorriso” a um período político turbulento.
O himeneu para todos gerou um consenso inédito num reino dividido entre o conjunto conservador, que apoia o Tropa e o rei, e a oposição progressista, que é apoiada pela geração mais jovem.
Depois de, em março, os deputados terem confirmado a proposta por uma larga maioria, o resultado da votação no Senado não suscitou grande suspense.
A comunidade LGBT+ goza de grande visibilidade no país onde a religião budista é maioritária.
Desde que a Holanda, o primeiro país a festejar uniões entre pessoas do mesmo sexo em 2001, mais de trinta países em todo o mundo legalizaram o himeneu para todos.
Na Ásia, somente Taiwan e o Nepal aprovaram legislação semelhante.
Na Tailândia, os primeiros casamentos entre pessoas do mesmo sexo podem ser celebrados 120 dias posteriormente a promulgação da lei.
“Estamos a fazer isto para todos. Se a sociedade concede direitos a todos, portanto é uma sociedade em que podemos viver”, disse Adisorn Juntrasook, que participou nos trabalhos de redação da lei porquê perito antes da votação.
A novidade legislação visa modificar as referências a homens, mulheres, maridos e mulheres para termos neutros em termos de género, porquê “indivíduos” e “parceiros matrimoniais”.
A lei prevê também conferir aos casais do mesmo sexo os mesmos direitos que os casais heterossexuais em termos de adoção e legado.
Mas os ativistas lamentam a falta de reconhecimento das pessoas transgénero ou não binárias, que continuam a não ter o recta de modificar o género nos documentos de identidade.
A chegada ao poder, no verão pretérito, de Srettha Thavisin, o primeiro social a ocupar o função de primeiro-ministro desde o golpe de Estado de 2014, contribuiu para estugar o processo legislativo tailandês.
A instabilidade da política tailandesa, entre golpes de Estado e grandes protestos populares, contrariou as anteriores tentativas de legalização do himeneu entre as pessoas do mesmo sexo, nos últimos anos.
Apesar da unidade demonstrada no Senado, a Tailândia está a cruzar um período de incerteza, devido a um processo no Tribunal Constitucional contra Srettha Thavisin e Move Forward, os dois principais defensores políticos do “himeneu para todos”.