Março 18, 2025
Taylor Swift encenou na Luz o longo passeio pelo seu próprio pretérito | Música

Taylor Swift encenou na Luz o longo passeio pelo seu próprio pretérito | Música

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Ainda não acabou e já tem um documentário (um filme-concerto de quase três horas que pode ser visto na plataforma de transmissão Disney+), ainda não acabou e já é a passeio mais rentável de sempre (fez história ao tornar-se a primeira a sovar a marca dos milénio milhões de dólares de receita). O passeio das Eraso longo passeio de Taylor Swift por um trajectória que soma já 18 anos. Justifica o ostentação mediático? O que tem de tão próprio? Os fãs portugueses da estrela pop do momento — ou pelo menos aqueles que conseguiram, nas poucas horas em que houve ingressos disponíveis, comprar um bilhete para o concerto que a americana deu esta sexta-feira no Estádio da Luz, em Lisboa — já podem responder.

E pode ser que muitos comecem pela grande disponibilidade física da cantora e compositora, que nesta passeio brinda os “andorinhões”, porquê se autodenominam os seus fãs, com mais de três horas de concerto (na primeira noite na Luz, que volta a receber Taylor Swift levante sábado para uma segunda ração, foram três horas e 20 minutos, quase tanto tempo porquê a duração do heróico Ben-Uma vez que). De uma ementa assim tão completa podem advir problemas, mas esta prova de vitalidade de um maravilha no pico dos seus poderes é um brinde e tanto para os fãs que necessitaram de pôr qualquer moeda de lado para investir numa noite muito ansiada.

Para alguns deles, o dia não foi só de celebração. Por volta das 19h, três horas posteriormente a franqueza de portas, uma quantidade significativa de portadores de bilhete ainda estava fora do estádio, um cenário provocado pelos atrasos na revista de segurança e ilustrado por múltiplos vídeos publicados nas redes sociais. Enquanto os Paramore, a orquestra de franqueza, subiam ao palco (pouco mais de 45 minutos depois das 18h15, a hora originalmente marcada), havia fãs a derrubar as grades que os mantinham afastados do concerto. Quanto à primeira secção, o concerto foi relativamente descolado e contou inclusive com uma versão de Incendiar a moradadançante clássico dos Talking Heads que o grupo liderado por Hayley Williams gravou recentemente para um álbum de tributo à fulcral orquestra americana.

Os relatos partilhados na rede social Instagrampor exemplo, sugerem que todos terão entrado por fim a tempo da comportamento de Taylor Swift, que naturalmente também sofreu um delonga. Viram um concerto referto de refrães capazes de encher o estádio, coreografias ensaiadas com rigor e cenografias e figurinos que, juntamente com o repertório, ajudam Swift a revisitar as diferentes “eras” de um trajectória artístico que se iniciou na country antes de, gradualmente, se expandir para a pop de massas, território do qual vai agora parecendo ser dona suprema.

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Leste foi o primeiro concerto da estrela pop em Portugal


Para bom entendedor meia termo basta, e os entusiasmados “andorinhões” reconheciam imediatamente a proveniência dos elementos visuais que iam sendo projectados na tela, ou das diferentes peças de roupa que Taylor ia experimentando. O som de passos dados por pés em sapatos de salto eminente, complementado por imagens de serpentes: informação mais do que suficiente para saberem que estava na hora da visitante ao venenoso Reputação (2017). O chapéu que surge no vídeo de 22do já mais longínquo Vermelho — álbum que também se fez simbolizar, por exemplo, por Estamos nunca voltar a permanecer juntosjuvenil e perfeitamente contagiante, ou por uma Tudo muito muito de dez minutos, na fronteira entre a country e a pop rock intimista e vulnerável —, gerou aplausos e uma euforia que um simples atavio não costuma conseguir despertar.​

Os”andorinhões” são fãs dedicados, que sem surpresa conhecem quase todas as palavras de quase todas as diarísticas canções, facto que comprovaram esta sexta-feira ao passar mais de três horas a trovar com Taylor Swift. Não raras vezes, utiliza-se a termo “devoção” para se descrever a relação dos muitos ouvintes mais apaixonados com a estrela pop. Quando, na “catedral” da Luz, ela levitava elevada por uma plataforma, era fácil tombar na tentação de imaginar um altar.

Mais de 40 canções

Acompanhada não exclusivamente pela sua orquestra porquê por uma trupe de bailarinos, protagonistas de certos momentos teatrais que aproximam o espectáculo de uma produção da Broadway (uma reparo feita também pelo jornal britânico O guardião a pretexto do primeiríssimo concerto desta passeio, em Março do ano pretérito), Taylor Swift apresentou mais de 40 canções, algumas em versões abreviadas. Houve recta a Você pertence a mim (um retorno a Destemidooriginalmente lançado em 2008), tragédia amorosa tornada catarse partilhada. Houve recta — discretamente — à harmónica saudosa de Bettye ao piano à lareira de Problemas de champanhe melodia merecedora de um longo ovação que pareceu ter comovido a cantora.

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Houve também dramatismo, com a cantora a terminar Assuntos ilícitos e a encetar Minhas lágrimas ricocheteiam ajoelhada no meio do palco, todos os olhos postos sobre ela, sempre, inevitavelmente. Houve queimação, bastante quente — tão quente que as pessoas nas bancadas, posicionadas a uma intervalo razoável do palco, conseguiram sentir no rosto o calor das chamas —, a tornar mais espectacular a exemplar de Sangue ruimque na versão de estúdio conta com uma aparição próprio do rapper Kendrick Lamar. Houve Swift a trovar deitada sobre o telhado de uma palhoça nas músicas da era Folclore/Sempredois álbuns mais ligados à indie folk que escreveu e lançou no início da pandemia; e um envolvente próximo do de um escritório para a melodia O varãoretirada de Amante.​

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O concerto rondou as três horas e 20 minutos de duração


Enquanto os bailarinos dançavam o número que estava prestes para 22 e disparavam confete na direcção do público, Taylor Swift corria para abraçar uma moça que as câmaras captavam — armada quase até ao cotovelo com pulseiras feitas à mão, as tais “pulseiras da amizade” que os “andorinhões” trocam antes e posteriormente concertos, ofereceu uma delas à cantora. Na curta troço do espectáculo dedicada a “canções-surpresa” — a única que não está necessariamente vinculada a nenhuma “era” específica da artista e que se solta da rigidez de um alinhamento mais ou menos consistente de cidade para cidade —, sentou-se ao piano para, sem o seguimento da orquestra, estrear ao vivo Terminado de trespassar da prisãodo novo álbum Departamento de Poetas Torturadoslançado há exclusivamente um mês.

O perfeccionismo adquirido com os ensaios e os espectáculos prévios retira espaço à espontaneidade, que nunca costuma ter muita sorte no contexto de um concerto de estádio. E a sofreguidão do espectáculo, embora louvável, é um tanto perigosa, com a duração a ameaçar, por vezes, homogeneizar o que se vai ouvindo. Tiros certeiros porquê Anti-herói ou Espaço em branco (refrão irresistível, melodias viciantes, capazes de desfazer snobismos) têm a responsabilidade de contrariar esse risco.

Quatro anos depois de a pandemia ter inviabilizado a sua comportamento no Nos Alive, Taylor Swift finalmente estreou-se em Portugal. É muito provavelmente a figura mais poderosa da pop moderno: bate recordes porquê se fosse fácil, arrasta multidões consigo para onde quer que vá. O tropa de fiéis em Portugal disse “presente”. E ela foi repetindo, ao longo do concerto, as palavras do hábito: elogios ao melhor público de sempre, promessas de não repetir o erro de não ter visitado Portugal mais cedo. Não há grandes dúvidas de que, quando marcar o reencontro, os bilhetes voltarão a esfumar-se com a mesma rapidez. Resta saber se causou diligência sísmica.​

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