Março 20, 2025
TGV entre aeroportos do Porto e Lisboa potencia partilha de voos – Observador
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A futura ligação direta de alta velocidade ferroviária entre os aeroportos do Porto e Lisboa pode potenciar a “partilha de voos”, disse esta sexta-feira à Lusa Rosário Partidário, coordenadora da Comissão Técnica Independente do novo aeroporto.

“Vejo isso numa ótica positiva. É, por exemplo, ter um compartilhamento de voos. Imagine que alguém vem do Brasil para Lisboa e tem um voo que sai do Porto para algum outro lugar na Europa. Em vez de ficar esperando um voo de Lisboa para o Porto, vai de trem de alta velocidade”, disse Rosário Partidário nesta sexta-feira, após ser questionada pela Lusa.

A professora e pesquisadora em Planejamento, Urbanismo e Ambiente no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa falava à margem do seminário O Que Faz Falta: Portugal S, M, L, XL, que aconteceu nesta sexta-feira na Casa da Arquitetura, em Matosinhos (distrito do Porto).

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“Terá hora e meia de ligação. Eu vejo isso como uma oportunidade e não como um problema”, vincou, reconhecendo que “poderia ser visto como um escoamento de passageiros”, ao “esvaziar o Porto e pôr [os passageiros] em Lisboa, e vice-versa”.

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Porém, essa será “uma questão de gestão que caberá a quem for o gestor dos aeroportos — neste momento é a Vinci, assumindo que continua a fazer essa gestão”.

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Para especialista defendeu ainda que “a alta velocidade deveria ligar outras zonas do país”além do “Norte com Lisboa e com Espanha”.

“Ou, não sendo a alta velocidade, devia haver, de facto, no Plano Ferroviário Nacional, uma preocupação de pôr Portugal todo ligado com ferrovia”, advogou.

A coordenadora da CTI elencou que “uma das preocupações que existe neste momento” são as ligações do novo aeroporto de Lisboa “a outras zonas do país, do interior alentejano, do interior das Beiras, do interior de Trás-os-Montes”.

“Não é só uma questão de linha, é uma questão de frequência. É uma questão do desenvolvimento dessas zonas”, vincou.

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Rosário Partidário também contestou a ideia de que o Campo de Tiro de Alcochete esteja “no sul do país” por ser ao sul do Tejo (está até alinhado, na latitude, com Lisboa).

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Para a especialista, a centralidade de uma infraestrutura “é dada, justamente, pela acessibilidade, pela mobilidade, e pela capacidade de ser utilizado e estar disponível pelas várias regiões do país”.

O novo aeroporto de Lisboa, chamado Luís de Camões, terá ligação à linha de alta velocidade, tendo sido essa uma das premissas de todos os membros da Comissão Técnica Independente, revelou também nesta sexta-feira Rosário Partidário.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deve ficar pronta em 2030, e a segunda fase (Soure-Carregado) está prevista para ser concluída em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.

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Já a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).

No total, segundo o governo anterior, os custos de investimento no eixo Lisboa-Valença são de cerca de sete a oito bilhões de euros.

Esse valor não contabiliza a ligação Lisboa-Madri e a terceira travessia sobre o Tejo, já impulsionadas pelo atual Governo.

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