A situação estava complicada para os “vikings”, mas numa seleção que tinha Schmeichel, Brian Laudrup, Larsen ou Povlsen, mas já não Michael Laudrup, que se tinha incompatibilizado com o selecionador, tudo era provável e a sorte começou a mudar na terceira jornada.
A combinação de resultados necessária para a qualificação era complexa: a Dinamarca estava obrigada a vencer a França e a Suécia tinha de derrotar a Inglaterra.
Os astros alinharam-se no último quarto de hora das duas partidas: Lars Elstrup deu a vitória aos dinamarqueses, aos 78 minutos, e Brolin marcou para os suecos, aos 82. E assim se concretizou a surpresa: a “veraneante” Dinamarca já estava no “top 4”.
Na partida das meias-finais, a Dinamarca derrotou a Holanda – campeã europeia em título – nas grandes penalidades, em seguida um eletrizante 2-2 no tempo regulamentar. O mítico avançado Marco Van Basten foi o único a falhar da marca dos 11 metros.
E eis que a 26 de junho, em Gotemburgo, aconteceu o impensável poucas semanas antes: a Dinamarca estava na final de um Europeu, tendo terminado o grupo de qualificação em segundo lugar e tendo os seus jogadores sido chamados à última hora, a uma semana do início do evento.
No jogo decisivo, perante quase 38 milénio espectadores no Estádio Ullevi e seguramente milhões pela televisão, a Dinamarca voltou a ser “David” e derrotou o “Golias” Alemanha, que procurava o terceiro título.
Os germânicos foram superiores, tiveram mais oportunidades, mas um intratável Schmeichel manteve a sua limite a zero.
Um golo em cada segmento, por Jensen e Vilfort, carimbou a maior surpresa de sempre num Europeu, pelo menos até – uns anos depois – a Grécia ter vencido o Euro2004 em Portugal, contra a equipa da lar.
“Nós conseguimos mesmo ocupar o Campeonato da Europa. Incrível. Não conseguias confiar nisso, nem quando seguravas o troféu. Nem no caminho para lar ou na sarau durante a noite. Para terminar um narrativa de fadas precisas de um final feliz e eu não acho que podia ter sido escrito melhor do que isto”, referiu Jensen.