Maio 9, 2025
Ventura ameaço chumbar OE.  PSD desdramatiza e atira responsabilidades para o Chega |  Legislativas 2024

Ventura ameaço chumbar OE. PSD desdramatiza e atira responsabilidades para o Chega | Legislativas 2024

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Perante ameaças potenciais de uma liderança do próximo Orçamento do Estado por segmento do Chega, o PSD está a colocar o ónus da decisão no partido de André Ventura. É a estratégia que a Coligação Democrática (AD) está a riscar para mourejar com as adversidades de um porvir Governo de maioria relativa.

A posição foi assumida esta segunda-feira à noite por Paulo Rangel, primeiro vice-presidente do PSD. “O Chega tem o procuração do povo para fazer o que entende. É livre. Podemos concordar ou não”, afirmou ontem à noite na CNN, depois de questionado sobre a intenção de André Ventura de votar contra um Orçamento de Estado caso não esteja de concórdia com a teoria da proposta ou até com a constituição do Governo.

“A AD ganhou eleições e tem responsabilidades. O país não pode permanecer sem Governo. Os diferentes partidos têm de assumir a sua responsabilidade”, disse, lembrando que, no Parlamento, “mesmo quando os partidos não têm um projecto generalidade não quer expor que a propósito da lei A, da lei B, não possa possuir uma convergência objectiva” .

Desdramatizando os futuros sentidos de voto no Parlamento, Paulo Rangel referiu ter ouvido André Ventura, numa entrevista à CNN na noite desta segunda-feira, ter reforçado que, sem qualquer concórdia com o PSD, votasse em prol das propostas da AD uma vez que a taxa máxima de IRS jovem ou a mudança do tempo de serviço dos professores.

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O dirigente social-democrata reiterou a posição de princípio de não fazer coligação ou negociar esteio parlamentar com o Chega, o que foi reafirmado na noite de domingo pelo líder da AD, Luís Montenegro.

Ventura quer deliberar constituição do Governo

Em entrevista à CNN, André Ventura afirmou primeiro que só iria deliberar se apresentar um movimento de eliminação a um Governo liderado pelo PSD depois de ver o programa apresentado por Luís Montenegro. Mas no final da entrevista já disse que não irá apresentar um movimento de exclusão, antecipando que “o ponto mais crítico desta negociação será por fundura do orçamento”, seja retificativo ou Orçamento do Estado para 2025.

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Ventura assinalou o termo do “domínio de dois partidos”, com “três grandes blocos”, não deixando de sublinhar “uma grande maioria” à direita. Para o líder do Chega, o partido será necessariamente o “pilar” de um Governo liderado pelos sociais-democratas.

Questionado sobre se irá apresentar uma moção de exclusão ― que não deverá ter os votos de qualquer outra bancada parlamentar ―Ventura não se comprometeu com uma resposta clara, admitindo não apresentar qualquer moção. “Pode não ser apresentado. Depende do programa de Governo”. O líder do Chega prefere colocar os holofotes no Orçamento. “Preocupa-me uma vez que é que vão ser aprovadas medidas fundamentais”, atirou, acenando com um eventual voto contra. “Vou deixar já evidente. Se não houver nenhuma negociação, isso é vexatório para o Chega. E logo eu votei contra o Orçamento”, disse.

Para André Ventura, o país poderia ter oferecido uma maioria à AD, mas optou por dar “a capacidade de fabricar essa maioria”. “O que estão a expor é ‘governem os dois e entendam-se’”, acrescentou. “Mas para isso é preciso negociar, para isso é preciso chegar à mesa da negociação, para isso é preciso ceder”, ressalvou o líder do Chega.

Quanto à integração do Chega (atualmente com 48 deputados), num Governo liderado por Luís Montenegro, Ventura considera que “não faz sentido um partido que tem mais de um milhão de votos” seja excluído de uma proteção, exigindo um concórdia de Governo que assegure a “convergência de decisões quanto à constituição” e sobre “as medidas principais desse Governo”, referindo-se no plural em relação “aos objectivos que queremos conseguir”.

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Embora afirme que “pessoalmente” não exige estar no Governo, Ventura quer usar o poder da sua bancada para condicionar um executivo. “O que faz sentido numa constituição de Governo é ser os dois partidos a decidirem quem o compõe, por isso é que é um concórdia de Governo”, que decide, por exemplo “quem é o ministro das Finanças, quem é o da Ensino ”, declarou.

“O CDS tem dois deputados. A Iniciativa Liberal tem 5% ou 4% dos votos. O Chega teve quase 20% dos votos. Tem mais de um milhão de votantes”, sublinhou, dizendo que seria uma “humilhação” para o Chega se a AD ignorasse “o peso relativo de cada partido”.

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O líder do Chega afirmou que o Presidente da República “foi muito evidente” ao dizer-lhe que “não se oporia a nenhuma presença do Chega no Governo, nem a qualquer tipo de convergência”.

Quanto ao que o Chega gostaria de levar para uma eventual mesa de negociações, Ventura fala na questão das forças de segurança, no aumento de pensões e na redução de impostos. Mas Ventura, que abandonou a bandeira da depravação durante toda a campanha, recusa alinhar-se numa reforma da Justiça.

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PPM quer entendimento com o Chega

Numa fundura em que se espera que o Presidente da República convide Luís Montenegro a formar o Governo, na próxima semana, o terceiro partido da AD, o PPM, defendeu um entendimento com o Chega.

“Acho que o país precisa de firmeza, o país, considera que é um pedaço à deriva, sem objectivos e sem metas. (…) Portanto, eu acho que não faz mal nenhum, às vezes, a gente andejar um passo para trás para dar dois para a frente”, defendeu Gonçalo da Câmara Pereira, em entrevista à Antena 1.

O líder do partido monárquico, que em 2019 concorreu às eleições europeias com o Chega, revelou que vai pedir uma reunião a Luís Montenegro para falar sobre o porvir Governo ainda esta terça-feira. Recorde-se que o PPM não elegeu nenhum deputado e não deverá ter força negocial para entrar num Governo.

“A mim não me assustava zero uma franqueza ao Chega. O que não há incerteza nenhuma é que o povo português deu-lhe 40 deputados, não é para menosprezar”, afirmou sobre os resultados das legislativas de domingo em que o partido liderado por André Ventura obteve 48 lugares no Parlamento. comLusa

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