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Continua a ser uma figura relevante no espaço público em Portugal e as reações dos partidos denunciam isso mesmo: Passos Coelho agita O quadro político sempre dá a faceta e esta segunda-feira voltou a agitar-se ao manar ao lado de Luís Montenegro, em Faro, para a campanha da Federação Democrática (AD).
Habituado a reagir rapidamente, André Ventura aproveitou a presença de “hum colega” – a quem mandou um amplexo – na campanha para desestabilizar o PSD. Foi durante o exposição desta segunda-feira à noite, em Sever do Vouga, província de Aveiro.
O líder do Chega afirmou que Passos Coelho apareceu “para dar uma estalada a Montenegro”.
Vincando que Passos Coelho falou de imigração, “ideologia de género” e de “governabilidade, André Ventura deixa a questão no ar:”Eu questiono, Pedro Passos Coelho terá que estribar Montenegro, ou dar um estelo na faceta e uma prelecção a Montenegro?“.
Antes de entrar para um salão de eventos – onde foram servidos mais de 330 jantares a militantes, segundo um dos funcionários que ali trabalhavam – André Ventura sugeriu, em declarações aos jornalistas, no início da noite, que Passos Coelho indicou a Montenegro que o caminho da AD deve ser entendido com o Chega.
“[Passos Coelho] indicou que o único caminho que a direita tem é levante”, referiu o presidente do Chega. Sem explicar o que é o “levante”, André Ventura deixa no ar que Passos Coelho defende um entendimento entre PSD e Chega.
Em novembro do ano pretérito, o velho primeiro-ministro defendeu perante os alunos do Secundário, em Oeiras, Lisboa, que o Chega não é um partido “antidemocrático”. “Tem toda a legitimidade de subsistir”, disse Passos Coelho na profundeza em referências citadas pela revista Visão.
Além de fazer uma leitura própria das palavras de Passos Coelho, André Ventura também deixa uma porta oportunidade para que o velho primeiro-ministro se junte ao partido.
“Com muitas discordâncias que eu tenho com Passos Coelho, tenho de expor que ele hoje fez um bom serviço à democracia. Saiu de sua morada para expor às ‘laranjinhas’ que ser reprodução do PS não dá, querer ser o ‘PS 2’ não funciona, e que o país precisa mesmo de uma rotação. Eu desconfio que até ao final da campanha, final do ano, ou pior das hipóteses até ao termo do ano, Passos Coelho ainda se muda para o Chega“, afirmou Ventura.
Invitação a um PSD “igual ao PS”
O seduzir de André Ventura está em traço com aquilo que tem sido dito pelo líder do Chega em diversos debates, incluindo frente a Luís Montenegro, mas entra em detalhes com o que tem vindo a protector sempre e com ainda mais veemência na campanha: o PSD é igual ao PS.
“PS e PSD são justamente a mesma coisa“, vincou no final do exposição em Sever do Vouga, já noite dentro.
Ventura insiste em grudar os dois maiores partidos para se intrometer entre eles: “O que é que o Montenegro fará dissemelhante de António Costa, pouca coisa. O que é que o PSD fará dissemelhante do PS nas forças de segurança? Zero”, considera. Ainda assim, mantém a sinceridade para negociar com a AD no pós-eleições.
A frota do Chega desloca-se, esta terça-feira, para Braga, onde vai fazer a segunda de três arruadas na campanha eleitoral, e vai continuar a apostar nos quadrinhos.
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