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Vera Kolodzig promove tratamento ao sangue que médicos desaprovam. “Não faz sentido”
Atriz foi submetida ao procedimento para “evitar” ficar doente. Entretanto, já removeu a publicação da sua página.
“A Dr.ª Ana Moreira ligou-me a uma máquina, não porque estou doente, mas para evitar que fique.” Vera Kolodzig aproveitou uma publicação na sua página de Instagram, inicialmente partilhada a 11 de julho, mas que foi apagada entretanto, para contar aos seguidores que foi submetida a um tratamento ao sangue. Porém, os médicos alertam para os riscos associados ao uso desta técnica em pessoas saudáveis.
O procedimento chama-se aférese terapêutica e tem como objetivo remover certas porções do sangue para tratar alguma patologia. O processo consiste em colher ma pequena percentagem de um componente sanguíneo, como as plaquetas, glóbulos vermelhos ou plasma, com a ajuda de um aparelho automático, o chamado separador celular.
De seguida, os restantes componentes sanguíneos são restituídos ao dador, através da mesma agulha. Normalmente, este tipo de colheita é importante para os doentes que são submetidos a transplante de medula óssea ou a quimioterapia agressiva, como nas leucemias e linfomas. Este não é, porém, o caso da atriz de 39 anos.
Após a publicação, vários especialistas em medicina interna e imunohemoterapia apontaram que não há evidência científica quando ao uso deste tratamento em pessoas saudáveis. “Como médica, não posso dizer que este tratamento seja feito em pessoas que não estão doentes”, assegurou Ana Moreira à CNN, corrigindo o que a artista escreveu.
Além disso, a profissional de saúde referiu que avançou com o tratamento para dar um enquadramento da medicina integrativa como um tudo, inserindo-o nos vídeos e episódios podcast Kológica, que fez em colaboração com Vera Kolodzig, onde aborda vários tópicos ligados à saúde.
A técnica é indicada para tratar condições como doenças autoimunes, como a miastenia grave, esclerose múltipla, síndrome de Guillain-Barré, e lúpus eritematoso sistémico; dislipidémias graves; doenças hematológicas, como a anemia falciforme e púrpura trombocitopénica trombótica (PTT), doenças renais, como a síndrome hemolítico-urémica e glomerulonefrite rapidamente progressiva; e complicações de transplantes, como a doença do enxerto contra o hospedeiro”, sublinha a médica Ana Isabel Pedroso, à mesma publicação.
E acrescenta que “embora geralmente segura, a aférese terapêutica pode ter alguns riscos, incluindo reações alérgicas, desequilíbrio eletrolítico, hemorragia e hipotensão”, logo “não faz sentido” quando é usada para prevenir doenças em indivíduos sem qualquer problema de saúde. Tratam-se de “intervenções médicas desnecessárias, custos elevados e potenciais riscos à saúde sem benefícios comprovados”, conclui.
A CNN Portugal tentou entrar em contacto com Vera Kolodiz, porém, não obteve resposta.
Sim, estão a ver publicidade a uma técnica invasiva numa pessoa saudável, como “tratamento preventivo”. 🤡🤡
Eu não estou a acreditar nisto. foto.twitter.com/U853bOV0vO
— Jo 🏳️⚧️🏳️🌈 (@joochips) 11 de julho de 2024
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